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Acordo entre Mercosul e UE fracassa e negociação dependerá de Bolsonaro

em Manchete Principal
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
Acordo temporario

Acordo temporario

UE refratária a uma abertura de seus mercados para os bens agrícolas.  Foto: Linkmex/Reprodução

Terminou sem qualquer tipo de acordo a última rodada de negociações entre o Mercosul e a União Europeia. Na ausência de uma aproximação das posições entre os dois blocos, um eventual acordo fica adiado para 2019 e caberá ao governo de Jair Bolsonaro tomar uma decisão sobre o destino do processo. O fracasso na negociação frustrou a esperança do governo Temer de deixar o país com um tratado de dimensões importantes.
Mas o Mercosul considerou que a UE não fez qualquer gesto significativo para abrir seu mercado. Com a eleição de Bolsonaro, a Comissão Europeia se mobilizou para tentar fechar um entendimento com o Mercosul antes do final do ano. Reuniões proliferaram e delegações dos dois lados do Atlântico foram enviadas para tentar encontrar uma aproximação. Mas os objetivos de Bruxelas foram rapidamente frustrados, diante de uma pressão de governos como o da França, da Irlanda e de alguns outros do Leste Europeu, refratários a uma abertura de seus mercados para os bens agrícolas do Mercosul.
Também foi recebida como uma ducha de água fria o alerta que o presidente da França, Emmanuel Macron, lançou durante o G-20, apontando que apenas assinaria um acordo com o Mercosul se Bolsonaro seguisse no Acordo Climático de Paris. Mesmo assim, as delegações dos dois blocos decidiram tentar uma “última chance” nesta semana em Montevidéu. Mas, segundo o Mercosul, os europeus uma vez mais não apresentaram propostas de abertura suficientes.
Se houvesse uma sinalização positiva, os grupos técnicos anunciariam uma reunião ministerial para, então, realizar a fase final das concessões. Mas nada disso ocorreu. Em meio ao processo, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, se mostrou preocupada e alertou, no Parlamento em Berlim, que o “tempo estava se esgotando” para um acordo com o Mercosul. Para ela, um processo sob a gestão de Bolsonaro e do chanceler Ernesto Araújo seria mais difícil (AE).