O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem (30) que aprovar a reforma da previdência em 2018, ano eleitoral, seria difícil. Ele defendeu a aprovação da proposta ainda em 2017, durante entrevista ao programa ‘Por Dentro do Governo’, da TV NBR. “O próximo ano é eleitoral, sendo difícil a aprovação de medidas desse porte. É muito importante que seja feita [a aprovação] neste governo. Se não for feita agora, será o primeiro desafio do próximo governo”, disse, acrescentando que a reforma é importante para manter as condições de crescimento econômico.
Para Meirelles, o governo tem condições de conseguir a aprovação da reforma, mesmo depois do placar de votação na Câmara sobre a denúncia contra o presidente Temer. Para ele, são questões diferentes. “Existem muitos parlamentares que votam de uma maneira e agora poderão votar de outra. São duas coisas completamente diferentes”. O ministro disse ainda que a projeção oficial atual de crescimento da economia no próximo ano é de 2%, mas deverá ser revisada. “Não me supreenderia se estiver acima de 3% de crescimento para o ano de 2018”, explicou.
“Voltamos a crescer e agora de uma maneira forte e consistente. Atravessamos a maior recessão da nossa história e uma crise dessa profundidade tem os seus efeitos que se prolongam por algum tempo”, afirmou o ministro, acrescentando que a população pode ainda não perceber, por ainda haver “grande número de desempregados”. Entretanto, o desemprego está diminuindo, assegurou. Meirelles destacou ainda que o “custo de vida está subindo menos que os salários em média”. “Há um ganho no poder de compra dos trabalhadores. A inflação nos últimos meses subiu 2,5%. É uma das mais baixas da história do Brasil. E os salários têm subindo acima disso”, disse.
Ao ser questionado sobre a ausência de tributação sobre grandes fortunas, Meirelles afirmou que na reforma tributária haverá debate envolvendo o imposto sobre patrimônio e que o governo ainda avalia se as medidas de ajuste fiscal para 2018 serão enviadas ao Congresso por medida provisória ou projeto de lei. Disse, também, que não descarta a prorrogação do prazo de acesso ao novo Pert, o novo Refis, mas sugeriu que as empresas façam a adesão “o mais rápido possível”. “Sugiro fortemente a todas as empresas a não ficarem apostando na prorrogação”, destacou. O prazo de adesão ao programa termina hoje (31) (ABr).
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