Bolsonaro pretende retirar o sigilo das operações do banco e “abrir a caixa-preta” do BNDES, em referência a empréstimos negociados em gestões anteriores. Foto: Reuters
A equipe econômica do próximo governo já está praticamente fechada. O presidente eleito Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, confirmado para o super Ministério da Economia (Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio Exterior), ainda precisam anunciar os nomes para as presidências da Caixa e do Banco do Brasil. Além do próprio Guedes, integram a equipe econômica os economistas Roberto Campos Neto, que irá para o Banco Central, Roberto Castello Branco, que assumirá o comando da Petrobras, e Joaquim Levy, que vai presidir o BNDES.
O presidente eleito já anunciou que pretende retirar o sigilo das operações do banco e “abrir a caixa-preta” do BNDES, em referência a empréstimos negociados em gestões anteriores. Bolsonaro elogiou a escolha de Levy e afirmou que não há nada que desabone sua conduta profissional. Atualmente ocupando o cargo de diretor financeiro do Banco Mundial, Levy já trabalhou na gestão do governador Sergio Cabral, no Rio de Janeiro, e foi ministro da Fazenda no segundo mandato de Dilma Rousseff, com a promessa de realizar um ajuste fiscal para conter os gastos públicos.
Roberto Campos Neto, executivo do Banco Santander, substituirá Ilan Goldfajn. Ele terá a missão de levar adiante o projeto de independência do Banco Central com mandato fixo de presidente não coincidente com o do presidente da República. A medida é defendida por Paulo Guedes e já há projeto em tramitação no Congresso. Para assumir o cargo de presidente do BC, Campos Neto precisa ser sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e ter seu nome aprovado tanto pelo colegiado quanto pelo plenário da Casa.
No comando da Secretaria do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida também foi confirmado para a equipe econômica e deve permanecer no cargo. O economista é técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea. Na área econômica, o último nome anunciado foi o de Castello Branco para a Petrobras. A extinção dos ministérios do Planejamento, Indústria e Comércio e sua fusão com a pasta da Economia gerou críticas de empresários. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou-se contra a medida.
O presidente da CNI, Robson Andrade, disse que uma indústria forte é o caminho para levar o Brasil para a rota do desenvolvimento econômico e social e, para isso, é preciso um ministério específico, que não seja atrelado à Fazenda, mais preocupada em arrecadar impostos e administrar as contas públicas (ABr).