Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a COVID-19 pode resultar em até 25 milhões de novos desempregados no mundo. No entanto, para o brasileiro, que sempre foi um povo reconhecido por ser muito criativo, fazer de um limão uma limonada, não será exatamente uma novidade. É tempo de se reinventar e de despertar o empreendedor raiz que existe em cada um.
Eduardo Volpato (*)
Nesse momento há dois caminhos a escolher: se entregar ao problema, vendo tudo de forma negativa, ou para quem almeja mudar de vida, transformar a dificuldade em oportunidade, buscando novas soluções, novas saídas para continuar trabalhando, a aprimorar o que já sabe fazer, ou começar uma nova empreitada, cuja ideia estava adormecida.
A luz de emergência acendeu, mas para quem não sabe por onde começar, trago reflexões. Antes de qualquer passo é preciso tomar as rédeas da própria vida, movimentar-se e criar possibilidades, pois as mudanças começam de dentro para fora a todos aqueles que querem desenvolver uma atitude empreendedora.
Quando se decide mudar é preciso que haja comprometimento com os próprios objetivos e ninguém fará isso, somente você. No entanto, muitas vezes, os períodos ruins, como o que vivemos agora com o coronavírus, acabam por tornar as pessoas inertes e descrentes de si mesmas, criando um círculo vicioso de vitimização refletido no cenário caótico.
A diferença acontecerá quando houver a quebra de ciclo. E sabe como isso acontece? Quando há mudança na comunicação e no pensamento. Reflita: qual é a primeira coisa que você fala ao acordar? As palavras são positivas ou negativas? A forma como você se comunica tem poder. Quem não controla aquilo que pronuncia não controla a própria vida.
Quem nunca ouviu frases como “Dinheiro é ruim”; “Dinheiro não dá em árvore”, que atire a primeira pedra. A grande questão é que tais pensamentos abalam a formação da personalidade, a autoconfiança e a autoestima. “Eu não mereço”, “Sou incapaz”, “Não sei vender”, com tantos conceitos negativos parece impossível se sentir forte para enfrentar os obstáculos. Só que não há para onde correr. É preciso trilhar o caminho contrário e seguir uma nova jornada com prosperidade e abundância.
O medo e a cegueira são alguns dos principais motivos que nos empurram para a zona de conforto. Não parece, mas eles são um dos maiores sabotadores do sucesso.
Se está em dúvida sobre o poder dessa inversão de pensamento, seguido da ação como uma atitude de sucesso, observe ao redor. Inspire-se nas atitudes de quem tem mudado a vida e a rotina com novas atitudes. Observe, por exemplo, o dono da vendinha da esquina que, não podendo abrir as portas, pendurou um cartaz com o número de seu WhatsApp, na frente do estabelecimento, e passou a fazer entrega de bicicleta. Ele descobriu a força do delivery em seu pequeno negócio. Acha mesmo que quando tudo isso passar ele não manterá essa nova operação?
As mudanças de hábitos das pessoas vão despertar novas soluções por parte dos empreendedores que têm essa atitude de fazer negócios na veia. Observe também a dona da escolinha infantil do bairro que, com a unidade fechada, fez acordo com a cozinheira; porque ela também não pode ficar parada, caso contrário a renda não é suficiente para manter a família; e juntas mantêm a cozinha da escola aberta para fazer e entregar marmitex.
Talvez a diretora não continue essa nova operação após o isolamento social, mas a cozinheira certamente despertou para mais um talento que estava adormecido. E mais: passou a acreditar nessa força que vem de dentro dela também. Obviamente que teremos muitas situações desafiadoras neste processo de quarentena e em vários ciclos do nosso futuro, mas é importante fugir da autossabotagem. Agora é a hora de tirar do papel a ideia empreendedora que há tempos cada um de nós tem. Estude o ramo no qual pretende atuar e não tenha medo de falhar.
Há inúmeros casos de profissionais que se tornam vitoriosos após fracassarem diversas vezes. Infelizmente nossa sociedade cultua o sucesso e rejeita o erro, criando um medo de falhar que só trava o desenvolvimento das pessoas e as mantêm onde e como estão.
Por isso, saia da inércia. O medo e a cegueira são alguns dos principais motivos que nos empurram para a zona de conforto. Não parece, mas eles são um dos maiores sabotadores do sucesso. Em tempos de confinamento, estamos finalmente dando valor ao tempo e a forma como podemos usá-lo ao nosso favor. Então, movimente-se!
Desperte o empreendedor raiz que existe em você e faça acontecer.
(*) É Formado em eletrônica, Master Coach Integral Sistêmico pela Florida Christian University, analista de Perfil Comportamental Cis Assessment pela Febracis, é CEO Founder do Grupo Volpato.