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Spin-off de ervateira tradicional do Paraná, Mundo Mathe recebe turistas de todo o país

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quarta-feira, 29 de março de 2023

Visitação em erval cinquentenário e degustação gastronômica fazem parte do pacote que custa R$ 50. Empresa prevê faturar 15% mais neste ano

O Brasil é o principal produtor de erva-mate do mundo. São mais de 850 mil toneladas produzidas por ano, em média, segundo estudo do Departamento de Economia Rural (DERAL) e confirmado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O Paraná lidera o ranking nacional e fica à frente dos demais estados da região Sul.

Embora o consumo maciço ainda seja em forma do tradicional chimarrão, a erva-mate já vem ganhando espaço na gastronomia. Temperos, chás e até drinks à base da planta estão disponíveis no mercado.

No sul do Paraná, uma ervateira tradicional decidiu ir além. Após 40 anos produzindo chá tostado e erva para chimarrão e tereré, a Capimar inaugurou a Mundo Mathe, uma spin-off que surge com o propósito de colocar a planta como protagonista do turismo regional. A Capimar, que mudou de nome para Capeleti, mas segue sendo administrada pela mesma família desde 1984, aposta no crescimento da empresa e na escalada do produto.

“Acreditamos que o Mundo Mathe, além da comercialização de seus produtos, vai fomentar o turismo regional e proporcionar às pessoas uma experiência gastronômica e de coquetelaria com a erva-mate nativa sombreada do sul do Paraná, interligada com produtos plantados e produzidos na nossa região. Essa é nossa intenção”, sublinha a empresária Elizabete Capeleti, conhecida na região como a “Rainha do Mate”.

O Mundo Mathe fica em União da Vitória, cidade que esteve no centro histórico da cultura da erva-mate no Paraná. Em 1835, a cultura da planta e a da madeira foram os dois primeiros produtos que o estado explorou, resultando, a propósito, na sua emancipação. A erva-mate colocou a região no mapa brasileiro e mundial, chegando a representar 85% da economia no fim dos anos 20.

“Não poderíamos perder toda essa riqueza cultural e histórica. Temos muitos visitantes, inclusive moradores das regiões próximas que nunca tinham visto um pé de erva-mate de perto, sua produção, seus benefícios. Trazer o turismo para dentro da empresa fortalece toda a cadeia produtiva e, consequentemente, o comércio de produtos e serviços”, destaca a empresária.

Além de vender produtos feitos com a erva-mate, a empresa promove passeios. O principal percorre o erval que fica na Capeleti e tem 50 anos. Os visitantes exploram o local a pé e também em cima da carroceria de um trator. Em meio aos pés da erva, há a possibilidade de degustação gastronômica. O passeio termina com visita ao memorial da erva-mate da empresa, à loja com souvenirs e com uma nova experiência culinária e coquetelaria. O passeio custa R$ 50 por pessoa, e o agendamento é feito para grupos.

Imagem: grafvision_CANVA

“Oferecemos a oportunidade de vivenciar uma experiência incrível, com contato com a planta e conhecendo um pouco mais da história da empresa familiar, que, com muito carinho, cuida da formação da planta até chegar à mesa do consumidor”. Com faturamento de R$ 150 mil por mês, a Mundo Mathe espera faturar, até dezembro, 15% mais.
 
7 Maravilhas
Ainda neste mês, a empresa lança um novo produto. Trata-se de mais uma série de embalagens presenteáveis, que neste ano homenageia as 7 Maravilhas do Paraná. O tema foi uma sugestão dada pela presidente da entidade regional Associação dos Artistas Plásticos Amadeu Bona, Ivanira Tereza Olbertz, e acolhido pela empresa. A ideia é homenagear o Paraná, que exibe em sua bandeira um ramo de erva-mate, e os artistas plásticos da região, apreciadores do produto e divulgadores dele em forma de arte. Serão retratados nas embalagens: a Ilha do Mel, reproduzida por Roberto Bona; o Salto de São Francisco, por Maria Glória Andrade; o parque de Vila Velha, por Eliziane Schaefer Buch; a Ilha Grande, por Jesélia Nepomuceno; a ilha de Superagui, por Edelmeri de Mel; as Cataratas do Iguaçú, por Helga Will; e o Cânion Guartelá, por Beatriz Bollbuch.