Rafael Sant’Anna (*)
O clima no varejo global tem visto muitos altos e baixos recentemente. Os custos de aquisição de clientes aumentaram drasticamente, os desafios da cadeia de fornecimento criaram desalinhamentos de estoque e agora a inflação ameaça as margens dos varejistas. Muitas empresas questionam se os métodos tradicionais de investimento em tecnologia serão rentáveis a longo prazo.
Com base nas discussões que participei na NRF 2023, em New York, identificamos as decisões financeiras e estratégicas críticas que os varejistas podem tomar hoje para otimizar seu ROl e reduzir sua dívida técnica, abrindo-os para o crescimento futuro. Estamos vivendo na “Era da rentabilidade”, onde a inflação define o crescimento, selecionar bem os investimentos se torna ainda mais fundamental e o E-Commerce é visto como uma necessidade.
Diante deste cenário, então como a adoção do Cross Border D2C (Direct to Consumer) pode contribuir para a “Era da rentabilidade”? De pelo menos duas maneiras. Confira:
- – Busque lealdade ao invés de aquisição: o Cross Border D2C permite que marcas e varejistas aumentem sua oferta de produtos através dos canais de vendas on-line sem a necessidade de aumento de inventário físico, localmente, em cada país. Índices mostram que as marcas globais dispõem em média de 15% do portfólio global à venda na América Latina.
Com a adoção do Cross Border D2C, a marca irá ampliar sua oferta para seus clientes, elevando a fidelidade e, por consequência,o ticket médio e a recorrência de compra, sem impactar o aumento nos investimentos e riscos.
- – Inventário e Fulfillment como produto e fortaleza: apenas 5% dos varejistas (índice do mercado americano) possuem estratégias e modelos de negócios Omnichannel com alto nível de maturidade como, por exemplo, sortimento preditivo. O Cross Border D2C é uma solução que amplia o Omnichannel, pois permite que varejistas atuem no comércio eletrônico global
Com isso, integrando e disponibilizando todas as opções de fulfillment ao redor do mundo, distintas estratégias de vendas entre E-commerce da marca e Marketplaces, promoções em diversas sazonalidades por região, bem como permite regras de vitrine infinite, reduzindo abandono de carrinho, aumentando a conversão de vendas e contribuindo para a melhor performance de custos de inventário.
Na América Latina, o modelo de negócios E-commerce Cross Border D2C está ganhando relevância e importância nos últimos dois anos, onde as projeções de crescimento médio para os próximos cinco anos são de 44% ao ano, enquanto o E-commerce local é de 21%. Na perspectiva do consumidor latino americano, as principais razões que o levam a comprar produtos internacionais são disponibilidade, lançamento e acesso a novas marcas.
Por isso, no último ano nota-se um crescimento na oferta de soluções tecnológicas escaláveis que buscam endereçar e resolver dores, tirando fricção do processo de compra internacional e entregando como valor para o consumidor uma experiência de compra localizada, e para o varejista “One Stop Solution”, que permite aos mesmos aumentar suas vendas e expandir cobertura na região com baixo investimento e risco.
Então, o E-Commerce Cross Border D2C é uma realidade e relevante estratégia a ser incorporada, que contribui com a “Era da Rentabilidade”.
(*) – É CEO e cofundador da retailtech e-Cross, única solução cross border D2C end-to-end para a América Latina.