Embora a guerra na Ucrânia, a inflação e uma iminente alta na taxa de juros causem apreensão nas economias norte-americana e global, empresas brasileiras têm intensificado suas ações no mercado dos Estados Unidos por meio das corporate ventures, estruturas independentes de investimento vinculadas às organizações.
Um dos exemplos mais recentes é da Lojas Renner, anunciando criação de fundo de R$ 155 milhões para investimento em startups. O foco das iniciativas está nas startups localizadas nos Estados Unidos com operação no mercado norte-americano, no Brasil e no mundo. São empresas com alto potencial de crescimento e que podem oferecer soluções nas áreas de inovação e tecnologia, demandas centrais para as companhias latino-americanas.
“É uma tendência que ganhou tração nos Estados Unidos há uma década e que agora acelera entre empresas brasileiras e latino-americanas”, diz Carlos Lobo, sócio do Hughes Hubbard & Reed LLP. “São grandes empresas nacionais e multinacionais, de diversos segmentos, como varejo, tecnologia, educação, indústria e bebidas, por exemplo. Os bancos já possuem suas corporate ventures e agora temos as grandes empresas como as candidatas naturais desse mercado”, explica.
Lobo enfatiza que o objetivo das companhias não é a aquisição completa das companhias, não neste momento, pelo menos. “Estamos falando de investimentos, minoritários ou majoritários, em busca dessas oportunidades para reforçar a participação no mercado internacional e acompanhar tendências”. Em relatório divulgado pela CB Insights sobre o fluxo global dessas operações, no ano passado foram movimentados US$ 169 bilhões em transações de corporate venture, representando crescimento de 124% em relação a 2020.
Entenda o movimento:
• Fluxo crescente de capital entre companhias americanas, brasileiras e latino-americanas;
• Fenômeno das corporate ventures se popularizou há cerca de 10 anos nos EUA e está em alta no Brasil e na América Latina;
• Perfil de empresas é o de grandes nacionais e multinacionais que buscam inovação e soluções por meio do investimento em companhias em fase inicial, com rápido potencial de crescimento, norteadas por tecnologia e operação em diferentes países;
• Objetivo das corporate ventures não é aquisição de 100% das empresas, mas investimento para fortalecer participação no mercado internacional e acompanhar tendências de inovação e tecnologia, além de aplicar soluções e ganhar competitividade. – Fonte e mais informações: (hugheshubbard.com).
