“Caros Ouvintes”O espetáculo é uma comédia sobre o começo das telenovelas, visto através dos atores que faziam sucesso nas radionovelas Na década de 1960, quando os aparelhos de televisão começaram a fazer parte das casas brasileiras, o público começou a prestar atenção não somente na voz dos personagens, mas também em sua imagem. Assim, muitos atores que faziam sucesso no rádio começaram a temer a TV: muitos galãs eram gordinhos e carecas, muitas mocinhas já eram senhoras. Na comédia “Caros Ouvintes”, a ação se passa numa das últimas emissoras a produzir radionovelas. O elenco prepara uma grande apresentação ao vivo, para depois se despedir do público em um palco armado do lado de fora da rádio. Com Oscar Filho, Nany People, Camilla Camargo, Natállia Rodrigues, Marcos Damigo, Eduardo Semerjia, Elam Lima e Ivo Muller. Serviço: Teatro Raul Cortez (Fecomercio), R. Doutor Plínio Barreto, 285, Bela Vista, tel. 3254-1700. Sextas, às 21h30, sábados às 21h e domingos às 19h. Ingressos: R$ 30 e R$ 35. Até 27/09. | |
REFLEXÃOLIÇÃO OPORTUNA: o Dr. Albertino Silvério era conhecido advogado. Homem de invejável cultura. Conhecimento profundo e variado. Em particular, achava-se autoridade em assuntos socioeconômicos. Era contudo, refratário a qualquer tipo de assistência social. Não aceitava. Achava inútil. — Não acredito em beneficência diminuta. Caridade gota a gota não resolve. Prefiro soluções radicais. — Não é o que penso, Silvério. A caridade, mesmo pequenina, é sempre ajuda a alguém. É este o ensinamento de Jesus. Quem respondia era o Doutor Fontes, médico espírita e abnegado amigo dos sofredores. Silvério, no entanto, continuava: — Um copo de leite, por acaso, banirá do mundo a fome? Um cobertor ou uma veste resolverá, por ventura, a angústia da nudez? Isso é assunto de governos e não serão alguns poucos bem intencionados que irão solucioná-lo. A conversa prosseguia, quando passa um jovem anunciando o jornal da tarde. Silvério chama-o. Deseja o jornal. Rebusca o bolso e só encontra dinheiro alto. Não há troco. Nesse instante, porém, o doutor Fontes, tomando a quantia necessária e pagando o jornal, aproveitou a lição: — Veja, Silvério, o que a própria vida nos mostra. Ninguém nega o bem inestimável, que os grandes recursos, governamentais ou não, carreiam. Obras imensas. Doações fartas. Entretanto, é preciso convir que há passagens estreitas, que apenas a ajuda humilde e pequena transpõe. Para a compra do jornal agora o dinheiro de alto valor de que você dispõe só seria útil, se fracionado em valores menores e múltiplos. Assim ocorre também na assistência social. O muito realiza muito de uma só vez, mas o pouco feito com persistência e amor pode ser, em ocasiões, a única solução disponível para grandes problemas. Silvério compreendeu o ensinamento e mudo de espanto frente à lógica do amigo, iniciou, silenciosamente, a leitura das notícias. (De “Histórias da Vida”, de Antônio Baduy Filho, pelos Espíritos Hilário Silva e Valérium). | |
“Meus Lados B”O cantor e compositor Erasmo Carlos explora, em “Meus Lados B”, pérolas de seu repertório que acabaram ofuscadas pelos clássicos. Pouco conhecidas do público, as canções mostram o artista de forma especial, influenciado por gêneros como black music e soul, somados à veia rock and roll que marcou o Tremendão. No repertório estão faixas como “Maria Joana” e “Gente Aberta” (do álbum “Carlos, Erasmo”, de 1971), “Grilos” (“Sonhos e Memórias”, 1972) e “Cachaça Mecânica” (Projeto Salva Terra, 1974), entre outras. Serviço: Teatro Paulo Autran (Sesc Pinheiros), R. Paes Leme, 195, Pinheiros. Sábado (19) às 21h e domingo (20) às 18h. Ingresso: R$ 50. Estreia “Um Passo Atrás”O espetáculo Um Passo Atrás, do dramaturgo João Fábio Cabral, estreia no dia 25 de setembro. Com direção de Fabiana Carlucci, a peça tem em cena os atores Camila Graziano e Zemanuel Piñero. O enredo conta a história de Vick que, após a morte de sua mãe, retorna à casa de sua infância para resolver uma simples questão burocrática. Seu encontro com o inquilino Jorge, um artista plástico, traz à tona um passado cheio de segredos e um desfecho com revelações surpreendentes. Vick é uma mulher pragmática que obteve sucesso na carreira profissional fora do Brasil, mas guarda a frustração de não ter se dedicado também ao lado artístico. A peça começa no exato momento da morte de sua mãe, quando ela volta ao Brasil e descobre que está grávida. É preciso resolver questões burocráticas de herança, motivo que a faz retornar à casa onde viveu sua infância. Ela então conhece o inquilino Jorge, um artista plástico que a confunde com a dona de uma galeria com quem conversou ao telefone e que pode ser a sua salvação nesse momento. A possibilidade de expor as obras lhe devolve o entusiasmo e lhe traz expectativas. Mas o que parece ser um simples equívoco toma outras proporções: duas personalidades de universos completamente opostos se encontram, um passado comum vem à tona e juntos eles podem encontrar um novo caminho. Serviço: Instituto Cultural Capobianco (Teatro da Memória), R. Álvaro de Carvalho, 97, Centro, tel. 3237-1187. Quintas e sextas às 21h30. Ingresso: R$ 40. Até 31/10. | InfantilA Cia. Nóis na Mala adapta o conto infantil “João e Maria”, dos irmãos Grimm, à realidade do sertão nordestino no espetáculo “Uma Jornada de João e Maria”. A peça narra a estória de dois irmãos que moram em uma vila do sertão. Eles escutam a conversa de seus pais sobre a possibilidade de abandoná-los em um lugar longe da seca, para que eles tenham um futuro melhor. João e Maria decidem fugir e enfrentar uma viagem cheia de desafios, em direção a uma cidade grande qualquer. A ideia da montagem é aproximar o espectador dessa difícil realidade à qual ainda estão submetidas milhares de pessoas. Com Danilo Minharro, Francisco Wagner, Heidi Monezzi e Priscila Schimit. Serviço: Teatro Aliança Francesa, R. General Jardim, 182, Vila Buarque, Centro. Sábados e domingos ás 16h. Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia). Até 01/11. |
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