Autorizados testes em humanos de soro contra picadas de abelhasAgora é oficial. A Anvisa, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, com apoio do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, autorizou o teste em humanos de um soro antiveneno, conhecido como soro antiapílico, que pode aumentar as chances de uma pessoa sobreviver a um ataque de abelhas O produto foi desenvolvido por pesquisadores do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Unesp de Botucatu em parceria com o Instituto Vital Brazil, de Niterói. O medicamento é recebido por via intravenosa. Cerca de 20 mililitros (ml) trazem ao corpo uma quantidade de anticorpos capaz de neutralizar 90% dos problemas causados pelas picadas de abelhas africanizadas, as mais comuns no Brasil. Quando um adulto é picado por mais de 200 insetos, o corpo recebe uma quantidade de veneno suficiente para causar lesões nos rins, fígado e coração, debilitando esses órgãos. A maioria das mortes acontece pela falência dos rins. No próximo dia 7, os pesquisadores ministrarão um treinamento à equipe de profissionais de saúde responsável pela aplicação do soro nos pacientes. Nesta primeira fase 20 pacientes passarão pelos testes.“Nós possuímos um protocolo de atendimento com rígidos critérios de inclusão e exclusão. Os médicos participantes do projeto serão responsáveis por definir qual paciente tem a indicação de soroterapia específica e dose necessária”, explica o pesquisador e coordenador, Rui Seabra Ferreira Jr. Após a escolha dos pacientes e aplicação do soro, os pesquisadores passarão para o “teste de fase III com mais de 300 pacientes”. A previsão é que ainda no mês de abril o soro seja aplicado nos primeiros voluntários. “Trata-se de um produto estratégico, não apenas para o Brasil, mas para todo o continente americano, já que as abelhas africanizadas estão presentes hoje na maioria destes países”. Até o momento foram investidos, apenas nos últimos cinco anos, cerca de R$ 2 milhões de reais no projeto. “Entraremos no inverno e o número de acidentes por abelhas africanizadas tende a diminuir. Mas a partir de setembro e outubro eles voltarão com força total”, finaliza o pesquisador (ACI/Unesp). |
Caixa eleva taxas de juros do crédito imobiliárioAs taxas de juros do crédito imobiliário com recursos de poupança da Caixa ficaram mais caras. O banco informou ontem (28) que, desde quinta-feira (24), o aumento vale para financiamento de imóveis residenciais, comerciais e mistos contratadas com recursos da poupança (SBPE). As taxas de juros dos financiamentos habitacionais com recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida e do FGTS não sofreram alteração. A última vez que a Caixa aumentou os juros do crédito imobiliário foi para contratos assinados a partir de outubro de 2015, no terceiro reajuste do ano. As novas taxas variam conforme o grau de relacionamento do cliente com a Caixa. Para clientes que não são correntistas do banco, a taxa pelo Sistema Financeiro Imobiliário, por exemplo, subiu de 11,5% para 12,5% ao ano. No caso de servidor que recebe salário pela Caixa, a taxa subiu 0,5 ponto percentual, passando de 10,50% para 11% ao ano. A Caixa informou que a alteração nas taxas é “decorrente de alinhamento ao atual cenário econômico”. No último reajuste, no ano passado, o motivo foi o aumento da taxa básica de juros, a Selic. A Selic, que serve de base para as demais taxas de juros da economia está em 14,25% ao ano, desde julho de 2015, quando foi elevada pela sétima vez seguida. Nas cinco reuniões seguintes do Copom, a Selic não foi alterada. O aumento dos juros ocorre depois do anúncio de medidas para reaquecer o mercado imobiliário, anunciadas pela Caixa no último dia 8. Entre as medidas, foi a volta da possibilidade de fazer um segundo contrato de crédito imobiliário, no caso de pessoas que ainda estão pagando pela compra de um imóvel. Também foi elevada a cota de financiamento para os imóveis, que antes era de 50% e passou para 70% nos contratos pelo SFH com valor até R$ 750 mil. A Caixa anunciou ainda a reabertura do crédito para imóveis usados em que os interessados poderão contratar até 80% do valor do imóvel. Com participação de 67,2% do mercado, os contratos habitacionais em 2015 atingiram R$ 91,1 bilhões. Desse total, R$ 55,5 bilhões se referem a recursos do FGTS e R$ 34,8 bilhões são provenientes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) (ABr). | Para especialista da Unesco, recuperar Palmira é uma ilusãoAnnie Sartre-Fauriat, membro do grupo de especialistas da Unesco para o patrimônio sírio, disse ontem (28) estar “perplexa com a capacidade de reconstruir [o centro de] Palmira”, diante da destruição considerável e das pilhagens na cidade antiga e no museu. “O mundo se uniu em torno da ‘libertação’ de Palmira, entre aspas, mas é preciso não esquecer tudo o que foi destruído e a catástrofe humanitária no país. Estou bastante perplexa com a capacidade [anunciada], ainda que com a ajuda internacional, de reconstruir a cidade de Palmira”, disse a historiadora, um dia depois da cidade de Palmira ter sido recuperada pelas forças pró-regime. Annie Sartre-Fauriat é uma historiadora especialista em Oriente Médio, membro do grupo de especialistas da Unesco constituído em 2013 para o patrimônio sírio. “Quando ouço dizer que se vai reconstruir o templo de Bêl, parece-me uma ilusão. Não vamos reconstruir uma coisa que foi reduzida a escombros e a poeira. Construir o quê? Um templo novo? Haverá talvez outras prioridades na Síria antes da reconstrução de ruínas”, acrescentou. Por outro lado, o diretor de Antiguidades e Museus da Síria, Maamun Abdelkarim, disse hoje que seria possível recuperar os monumentos destruídos, com o apoio da Unesco. “Se tivermos a aprovação da Unesco, precisaremos de cinco anos para restaurar os edifícios destruídos e danificados pelo Estado Islâmico”, declarou Abdelkarim. “Temos pessoal qualificado, conhecimento e investigação, precisamos obviamente do acordo da Unesco e poderemos começar as obras em um ano”, adiantou (Ag. Lusa). Só ação federativa pode conter violência contra jovens negrosA ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, pediu que os três poderes nos estados e municípios trabalhem juntos com a esfera federal para que o país supere os altos índices de violência contra os jovens negros. “Precisamos reduzir a taxa de homicídio no Brasil, principalmente dos jovens negros, que são os que mais sofrem. Não bastam ações do governo federal, precisamos de uma ação federativa e articulada, precisamos de articulação entre os estados e municípios e o Distrito Federal, precisamos de articulação entre Judiciário, Legislativo e Executivo para encontrarmos caminhos e alternativas para essa situação”, disse Nilma. Dados do Mapa da Violência, divulgado em 2015, apontam que os homicídios representam 46% das causas de morte de adolescentes entre 16 e 17 anos. O estudo mostra que 93% das vítimas são homens, com destaque para os perfis de escolaridade e cor. Homens negros morrem três vezes mais que homens brancos, e as vítimas com baixa escolaridade também são maioria. A ministra participou ontem (28) de sessão solene na Câmara para lembrar o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, celebrado no último dia 21. Ela fez um balanço sobre as políticas e ações desenvolvidas pelo governo federal nos últimos anos para promover a igualdade entre os jovens, brancos e negros, como o Plano Juventude Viva, a Lei de Cotas e o Programa Universidade para Todos (ABr). |