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Geral 29/03/2016

em Geral
segunda-feira, 28 de março de 2016

Autorizados testes em humanos de soro contra picadas de abelhas

Quando um adulto é picado por mais de 200 insetos, o corpo recebe uma quantidade de veneno suficiente para causar lesões nos rins, fígado e coração.

Agora é oficial. A Anvisa, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, com apoio do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, autorizou o teste em humanos de um soro antiveneno, conhecido como soro antiapílico, que pode aumentar as chances de uma pessoa sobreviver a um ataque de abelhas

O produto foi desenvolvido por pesquisadores do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Unesp de Botucatu em parceria com o Instituto Vital Brazil, de Niterói.
O medicamento é recebido por via intravenosa. Cerca de 20 mililitros (ml) trazem ao corpo uma quantidade de anticorpos capaz de neutralizar 90% dos problemas causados pelas picadas de abelhas africanizadas, as mais comuns no Brasil. Quando um adulto é picado por mais de 200 insetos, o corpo recebe uma quantidade de veneno suficiente para causar lesões nos rins, fígado e coração, debilitando esses órgãos. A maioria das mortes acontece pela falência dos rins.
No próximo dia 7, os pesquisadores ministrarão um treinamento à equipe de profissionais de saúde responsável pela aplicação do soro nos pacientes. Nesta primeira fase 20 pacientes passarão pelos testes.“Nós possuímos um protocolo de atendimento com rígidos critérios de inclusão e exclusão. Os médicos participantes do projeto serão responsáveis por definir qual paciente tem a indicação de soroterapia específica e dose necessária”, explica o pesquisador e coordenador, Rui Seabra Ferreira Jr.
Após a escolha dos pacientes e aplicação do soro, os pesquisadores passarão para o “teste de fase III com mais de 300 pacientes”. A previsão é que ainda no mês de abril o soro seja aplicado nos primeiros voluntários. “Trata-se de um produto estratégico, não apenas para o Brasil, mas para todo o continente americano, já que as abelhas africanizadas estão presentes hoje na maioria destes países”. Até o momento foram investidos, apenas nos últimos cinco anos, cerca de R$ 2 milhões de reais no projeto.
“Entraremos no inverno e o número de acidentes por abelhas africanizadas tende a diminuir. Mas a partir de setembro e outubro eles voltarão com força total”, finaliza o pesquisador (ACI/Unesp).

Caixa eleva taxas de juros do crédito imobiliário

As taxas de juros dos financiamentos habitacionais com recursos do FGTS não sofreram alteração.

As taxas de juros do crédito imobiliário com recursos de poupança da Caixa ficaram mais caras. O banco informou ontem (28) que, desde quinta-feira (24), o aumento vale para financiamento de imóveis residenciais, comerciais e mistos contratadas com recursos da poupança (SBPE). As taxas de juros dos financiamentos habitacionais com recursos do Programa Minha Casa, Minha Vida e do FGTS não sofreram alteração. A última vez que a Caixa aumentou os juros do crédito imobiliário foi para contratos assinados a partir de outubro de 2015, no terceiro reajuste do ano.
As novas taxas variam conforme o grau de relacionamento do cliente com a Caixa. Para clientes que não são correntistas do banco, a taxa pelo Sistema Financeiro Imobiliário, por exemplo, subiu de 11,5% para 12,5% ao ano. No caso de servidor que recebe salário pela Caixa, a taxa subiu 0,5 ponto percentual, passando de 10,50% para 11% ao ano. A Caixa informou que a alteração nas taxas é “decorrente de alinhamento ao atual cenário econômico”. No último reajuste, no ano passado, o motivo foi o aumento da taxa básica de juros, a Selic.
A Selic, que serve de base para as demais taxas de juros da economia está em 14,25% ao ano, desde julho de 2015, quando foi elevada pela sétima vez seguida. Nas cinco reuniões seguintes do Copom, a Selic não foi alterada. O aumento dos juros ocorre depois do anúncio de medidas para reaquecer o mercado imobiliário, anunciadas pela Caixa no último dia 8. Entre as medidas, foi a volta da possibilidade de fazer um segundo contrato de crédito imobiliário, no caso de pessoas que ainda estão pagando pela compra de um imóvel.
Também foi elevada a cota de financiamento para os imóveis, que antes era de 50% e passou para 70% nos contratos pelo SFH com valor até R$ 750 mil. A Caixa anunciou ainda a reabertura do crédito para imóveis usados em que os interessados poderão contratar até 80% do valor do imóvel. Com participação de 67,2% do mercado, os contratos habitacionais em 2015 atingiram R$ 91,1 bilhões. Desse total, R$ 55,5 bilhões se referem a recursos do FGTS e R$ 34,8 bilhões são provenientes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) (ABr).

Para especialista da Unesco, recuperar Palmira é uma ilusão

Imagem de arquivo mostra imagem ampla da antiga cidade de Palmira no centro da Síria.

Annie Sartre-Fauriat, membro do grupo de especialistas da Unesco para o patrimônio sírio, disse ontem (28) estar “perplexa com a capacidade de reconstruir [o centro de] Palmira”, diante da destruição considerável e das pilhagens na cidade antiga e no museu. “O mundo se uniu em torno da ‘libertação’ de Palmira, entre aspas, mas é preciso não esquecer tudo o que foi destruído e a catástrofe humanitária no país. Estou bastante perplexa com a capacidade [anunciada], ainda que com a ajuda internacional, de reconstruir a cidade de Palmira”, disse a historiadora, um dia depois da cidade de Palmira ter sido recuperada pelas forças pró-regime.
Annie Sartre-Fauriat é uma historiadora especialista em Oriente Médio, membro do grupo de especialistas da Unesco constituído em 2013 para o patrimônio sírio.
“Quando ouço dizer que se vai reconstruir o templo de Bêl, parece-me uma ilusão. Não vamos reconstruir uma coisa que foi reduzida a escombros e a poeira. Construir o quê? Um templo novo? Haverá talvez outras prioridades na Síria antes da reconstrução de ruínas”, acrescentou.
Por outro lado, o diretor de Antiguidades e Museus da Síria, Maamun Abdelkarim, disse hoje que seria possível recuperar os monumentos destruídos, com o apoio da Unesco. “Se tivermos a aprovação da Unesco, precisaremos de cinco anos para restaurar os edifícios destruídos e danificados pelo Estado Islâmico”, declarou Abdelkarim. “Temos pessoal qualificado, conhecimento e investigação, precisamos obviamente do acordo da Unesco e poderemos começar as obras em um ano”, adiantou (Ag. Lusa).

Só ação federativa pode conter violência contra jovens negros

A ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, pediu que os três poderes nos estados e municípios trabalhem juntos com a esfera federal para que o país supere os altos índices de violência contra os jovens negros. “Precisamos reduzir a taxa de homicídio no Brasil, principalmente dos jovens negros, que são os que mais sofrem. Não bastam ações do governo federal, precisamos de uma ação federativa e articulada, precisamos de articulação entre os estados e municípios e o Distrito Federal, precisamos de articulação entre Judiciário, Legislativo e Executivo para encontrarmos caminhos e alternativas para essa situação”, disse Nilma.
Dados do Mapa da Violência, divulgado em 2015, apontam que os homicídios representam 46% das causas de morte de adolescentes entre 16 e 17 anos. O estudo mostra que 93% das vítimas são homens, com destaque para os perfis de escolaridade e cor. Homens negros morrem três vezes mais que homens brancos, e as vítimas com baixa escolaridade também são maioria. A ministra participou ontem (28) de sessão solene na Câmara para lembrar o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, celebrado no último dia 21. Ela fez um balanço sobre as políticas e ações desenvolvidas pelo governo federal nos últimos anos para promover a igualdade entre os jovens, brancos e negros, como o Plano Juventude Viva, a Lei de Cotas e o Programa Universidade para Todos (ABr).