122 views 12 mins

Geral 28 a 30/07/2018

em Geral
sexta-feira, 27 de julho de 2018
Nepaleses temproario

Nepaleses saem à procura do “Viagra do Himalaia”

Quando a neve começa a derreter no noroeste do Nepal, os colégios fecham e as pessoas deixam tudo, não pelo bom tempo e nem pela chegada de uma festividade, mas porque é o momento de buscar o yarsagumba, um pequeno fungo que cresce a partir de uma lagarta e que vale preço de ouro

Nepaleses temproario

São necessários entre 1.800 ou 2000 cogumelos para reunir um quilo que, em Katmandu, pode custar aproximadamente uns 62 mil reais.  Foto: EFE

O Ophiocordyceps Sinensis é um pequeno fungo parasita que cresce dentro de uma variedade de lagarta dentro da terra no Himalaia e que termina saindo à superfície em forma de caule fino.
Trata-se de um estranho fungo conhecido como “o Viagra do Himalaia” pelos seus efeitos afrodisíacos, ao qual são atribuídas propriedades curativas e que tem múltiplas aplicações na medicina tradicional chinesa. A alta demanda pelo produto na região fez com que o preço tenha passado de US$ 5 por quilo em 1992 a US$ 1,4 mil em 2002. Em 2012, um quilo chegou a valer US$ 100 mil na China e, segundo dados do Banco Central do Nepal (NRB), em 2016 foram pagos US$ 130 mil por quilo em Cingapura.
O NRB estima que o Nepal arrecadou cerca de US$ 50 milhões em 2016 pela venda do fungo, do qual estima-se que haja uma produção mundial de entre 83 e 183 toneladas e movimenta entre US$ 5 bilhões e US$ 11 bilhões anuais. No entanto, o preço no Nepal já não é o que costumava ser. Um exportador deste fungo, Jitendra Jhakri, indicou que a demanda diminuiu nos últimos anos, ao mesmo tempo em que a produção no Butão, na Índia e inclusive na China aumentou, o que fez com que a produção do fungo tenha caído.
“Há uma grande concorrência no mercado. Há cinco anos vendíamos um quilo de yarsa por entre US$ 50 mil e US$ 60 mil, dependendo da qualidade, em Katmandu”, relatou à Efe o comerciante Rabindra Neupane na capital nepalesa. “Agora podemos conseguir entre US$ 35 mil e US$ 40 mil por quilo”, acrescentou, ao explicar que a quantidade de oferta aumentou e isso faz com que o preço caia.
A qualidade segue, no entanto, determinando o preço final no mercado, no qual se busca que o fungo seja o mais dourado possível. E na busca do ouro vegetal saíram dezenas de milhares de habitantes dos distritos de Rukum, Mugu, Dolpa e Bajhang na semana passada, no começo de uma temporada que lhes manterá durante um mês ajoelhados em busca dos talos a altitudes de entre 3.500 e 5.500 metros.
“Todos os colégios fecharam. Não podemos deter os estudantes porque o dinheiro que conseguirão em um mês os fará sobreviver durante todo o ano”, disse à Efe o chefe administrativo do Comitê de Coordenação do Distrito de Dolpa, Krishna Lamsal. As obras e trabalhos nos povoados param e as cidades ficam virtualmente paralisadas durante o tempo da colheita. “Dolpa se transformou em fonte de renda para muitos nepaleses que vivem na remota região montanhosa”, ressaltou.
Em média, uma pessoa pode conseguir cerca de US$ 3 mil por temporada, três vezes o salário médio anual no Nepal. Mas nem tudo é tão simples: pessoas de camadas sociais humildes com pouco ou quase sem nenhum equipamento correm o risco de morrer por falta de oxigênio ou de adoecer pelas baixas temperaturas de uma zona pela qual devem subir andando continuadamente durante três ou quatro dias até chegar aos fungos.
O chefe administrativo do Comitê de Coordenação do Distrito de Dolpa, Krishna Lamsal, disse que três pessoas já morreram na última semana devido ao mal de altitude. Um alto custo para conseguir um fungo que, segundo Neupane, quando finalmente é levado ao mercado das alturas do Himalaia é transportado de helicóptero para que ninguém possa roubá-lo na estrada (Agência EFE).

Ministério da Saúde lança Campanha de Aleitamento Materno

Ministerio temproario

“Amamentar é doar aquilo que é seu, que é gratuito, que é amor e que ajuda a salvar vidas”, disse o ministro Gilberto Occhi. Foto: Marcelo Camargo/ABr

Agência Brasil

A nutricionista Maria Rosa Rodrigues, 32 anos, é mãe do Leonardo, de 4 anos, e da Beatriz, de 1 ano e 11 meses. Pouco antes do primogênito completar 30 dias de vida, ela perdeu o pai em um acidente de trânsito. E, mesmo em meio à tristeza e às dificuldades, decidiu que não desistiria de amamentar o bebê. “Resolvi focar no meu amor pelo meu filho. E, naquele momento da amamentação, eu era feliz”, contou. Leonardo mamou até quase 2 anos, quando parou por conta própria, sem ter de passar pelo chamado desmame forçado. A irmã caçula, Beatriz, segue mamando até hoje, às vésperas do segundo aniversário.

A história de superação de Maria Rosa se repete em cada uma das mães que participaram da cerimônia de lançamento da Campanha de Aleitamento Materno. A atriz e madrinha da campanha, Sheron Menezzes, compareceu ao evento acompanhada do filho Benjamin, de 9 meses. “É importante para mim estar aqui, emprestando a nossa imagem e conscientizando pessoas”, disse. “Amamento o Ben em qualquer lugar. Se meu filho tem fome, eu amamento. Não é vergonha não. É saúde para ele”, reforçou.

O representante da Opas no Brasil, Joaquín Molina, descreveu a amamentação como um dos gestos mais generosos que podem existir, ao se dirigir às mães reunidas no salão principal da entidade, destacando que o aleitamento funciona como uma primeira vacina para o bebê, já que protege de doenças potencialmente perigosas. Alertou, no entanto, que, nas Américas, pouco mais da metade das crianças é amamentada nas primeiras horas de vida, enquanto apenas 39% seguem mamando até os 2 anos.

“Amamentar é doar aquilo que é seu, que é gratuito, que é amor e que ajuda a salvar vidas”, disse o ministro da Saúde, Gilberto Occhi. Durante a cerimônia, ele lembrou que, na próxima semana, mais de 150 países – incluindo o Brasil – participam da Semana Mundial da Amamentação, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os desafios no país, Occhi citou a ampliação de salas para amamentação dentro de empresas, instituições e nos próprios órgãos de governo.

Livro dos Heróis da Pátria ganha mais 4 nomes

Os novos nomes são: Maria Quitéria de Jesus Medeiros, Sóror Joana Angélica de Jesus, Maria Felipa de Oliveira e João Francisco de Oliveira (João das Botas), que participaram da Independência da Bahia. A lei foi publicada no Diário Oficial da sexta-feira (27). O livro é feito de aço e reúne os nomes que se destacaram na defesa da liberdade do país. A publicação se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (ABr).

Motociclistas e caminhoneiros sofrem mais acidentes de trânsito

Motociclistas temproario

Os trabalhadores em duas rodas representaram 7,5% dos 118.310 acidentes registrados entre os anos de 2007 e 2016. Foto: André Henriques/DAGBC

Um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde apontou que os motoboys são os que mais sofrem acidentes de trânsito relacionados ao trabalho, e que os caminhoneiros são os que mais vão a óbito em atividade. Os trabalhadores em duas rodas representaram 7,5% dos 118.310 acidentes registrados entre os anos de 2007 e 2016. Já quando falamos em óbitos, os motoristas de caminhão corresponderam a 13,2% das 16.568 mortes computadas no mesmo período.

Os dados são dos Sistemas de Informação de Agravo e Notificações (SINAN) e do de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Para chegar a esta constatação, foram considerados os acidentes de trânsito ocorridos quando o trabalhador tem uma função que envolve locomoção ou quando estava indo ou voltando do local de trabalho. Em onze anos, o número de notificações de acidentes de transporte relacionados ao trabalho aumentou quase seis vezes, passando de 2.798 em 2007 para 18.706 em 2016.

Para a coordenadora-substituta de Saúde do Trabalhador, Élem Cristina Cruz Sampaio, esses acidentes tem relação com alguns aspectos no trabalho desses profissionais. “Eles estão relacionado à aspectos estruturais e organizacionais, como falta de adesão das normas de seguranças no manejo de veículos e equipamentos que são utilizados durante esse transporte, bem como o fato dos trabalhadores terem pouca qualificação”.

O coeficiente de mortalidade, no Brasil, por acidentes de trânsito relacionados ao trabalho foi de 1,5 óbito a cada 100 mil. Entre os estados, destacam-se Rondônia (4,9), Mato Grosso (4,3), Paraná (3,2) e Santa Catarina (3,1). De acordo com o Ipea, essas regiões possuem fatores que contribuem para esse destaque como maior PIB, maior concentração de riquezas, de número de veículos motorizados e de viagens refletem no maior volume de tráfego e de acidentes nesses estados (Agência Saúde).