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Geral 14/10/2016

em Geral
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Ex-governador do Tocantins, Sandoval Cardoso.

Bob Dylan foi “um grande poeta na tradição poética inglesa”

Em uma curta entrevista após anunciar o Nobel de Literatura para o cantor e compositor norte-americano Bob Dylan, a secretária permanente da Academia Sueca, Sara Danius, disse que Dylan mereceu o prêmio por ser ‘um grande poeta na grande tradição poética inglesa’. “Ele encarna essa tradição”, disse Sara, lembrando que há 54 anos o cantor, poeta e compositor se reinventa, criando novas identidades

Instada a escolher uma canção emblemática do Nobel da Literatura, Sara Darius disse que o álbum Blonde on Blonde, de 1966, “é um exemplo extraordinário da sua forma brilhante de rimar e do seu pensamento pictórico”. A representante da Academia Sueca lembrou ainda, quando questionada sobre a especificidade da poesia de Dylan, que foi escrita para ser cantada e que também Homero e Safo, há mais de 2 mil anos, escreveram poesia para ser ouvida.
Em 2015, o Nobel da Literatura foi atribuído à escritora bielorrussa Svetlana Aleksievitch. Atribuído pela primeira vez em 1901, ao francês Sully Prudhomme, o Nobel da Literatura, um dos mais mediáticos ao lado do Nobel da Paz, é sempre anunciado a uma quinta-feira, normalmente na primeira semana de outubro, na mesma semana em que os outros quatro prêmios criados por Alfred Nobel são anunciados.
Este ano, no entanto, o prêmio para a área da Literatura é o último a ser anunciado, algo que a Academia Sueca atribuiu a questões de calendário, mas que os meios de comunicação suecos suspeitam dever-se à dificuldade dos membros em chegar a um acordo sobre um nome. Desde 1901, quando os prémios Nobel foram atribuídos pela primeira vez, foram entregues 108 prémios Nobel da Literatura, 14 dos quais a mulheres.
Os prêmios Nobel nasceram da vontade do químico, engenheiro e industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896) de doar a sua imensa fortuna para o reconhecimento de personalidades que prestassem serviços à humanidade. O inventor da dinamite expôs este desejo num testamento redigido em Paris em 1895, um ano antes da sua morte. Os prêmios foram atribuídos pela primeira vez em 1901.

PF prende ex-governador de Tocantins

Ex-governador do Tocantins, Sandoval Cardoso.

A Polícia Federal (PF) prendeu ontem (13) o ex-governador do Tocantins, Sandoval Cardoso. Outro ex-governador do estado, Siqueira Campos, foi alvo de condução coercitiva. Ambos são investigados pela Operação Ápia, deflagrada pela corporação em conjunto com o MP, o Ministério da Transparência, e a CGU. A operação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa que atuou em Tocantins fraudando licitações públicas e a execução de contratos administrativos celebrados para a terraplanagem e a pavimentação asfáltica em diversas rodovias estaduais. Participam da operação cerca de 350 policiais federais.
Foram cumpridos 113 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal, sendo 19 de prisão temporária, 48 de condução coercitiva e 46 de busca e apreensão nas cidades de Araguaína, Gurupi, Goiatins, Formoso do Araguaia, Riachinho e Palmas, no Tocantins; Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis, em Goiás; São Luís, Governador Nunes Freire e Caxias, no Maranhão; e em Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Cocalinho (MT).
A investigação apontou um esquema de direcionamento de concorrências envolvendo órgãos públicos de infraestrutura e agentes públicos nos anos de 2013 e 2014. O foco da investigação são obras nas rodovias licitadas e fiscalizadas pela Secretaria de Infraestrutura, que correspondem a 70% do valor total dos empréstimos contraídos. “Essas obras foram custeadas por recursos públicos adquiridos pelo estado por meio de empréstimos bancários internacionais e com recursos do BNDES, tendo o Banco do Brasil como agente intermediário dos financiamentos no valor total de cerca de R$1,2 bilhão”, informou (ABr).

Haiti: maior número de mortes por catástrofes naturais

Em Porto Príncipe, haitianos deixam suas casas, após a chegada do Furacão Matthew.

Com 229.699 mortes ao longo dos últimos 20 anos, o Haiti é o país com o maior número de vítimas fatais por catástrofes naturais, segundo relatório da ONU. O desastre mais mortal dos últimos 20 anos foi o terremoto de janeiro de 2010, que matou mais de 220 mil pessoas. O Haiti passou ainda por três anos de seca relacionada ao El Niño antes de ser atingido, no último dia 4 de outubro, pelo furacão Matthew, que deixou até agora quase 500 mortos, na contagem oficial.
Segundo relatório da ONU, nenhum país de alta renda aparece nas primeiras posições, o que demostra que o número de mortes em catástrofes naturais é diretamente relacionado aos níveis de renda e desenvolvimento. O documento ‘Pobreza e morte: mortalidade em desastres 1996-2015’ marca o Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres, lembrado ontem (13) em campanha para reduzir a mortalidade global das catástrofes, especialmente em comunidades pobres.
A análise de dados de mais de 7 mil desastres ocorridos desde 1996 e que causaram a morte de cerca de 1,3 milhão de pessoas mostra que 90% dessas mortes foram em países de rendas média e baixa. Em geral, terremotos e tsunamis são fenômenos que causam mais vítimas fatais, seguidos de perto de desastres relacionados ao clima. Indonésia, com 182.136 mortes, e Myanmar, com 139.515, seguem o Haiti como os países em que mais pessoas perderam vidas em catástrofes.
Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o relatório é uma “acusação grave à desigualdade”, enquanto países de renda alta sofrem com perdas econômicas em desastres, países de renda baixa pagam com suas vidas. Ele defendeu a mudança de uma cultura de reação para uma de prevenção e a construção de resiliência para reduzir as mortes (ABr).

Brasil é um dos países mais perigosos para jornalistas

Com quatro jornalistas mortos este ano, o Brasil é o segundo país do mundo que mais matou esses profissionais em 2016, ficando atrás apenas do México, que contabiliza 12 mortes, e empatado com o Iraque (4 mortes).
Até ontem (13), a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) mapeou 47 mortes de jornalistas no mundo em 2016. A Síria contabiliza 7 mortes este ano; o Iêmen, cinco; a Líbia, três; e o Afeganistão e a Somália, duas. Países como Ucrânia, Turquia, Sudão do Sul e outros registraram uma morte.
A violência contra os jornalistas, a independência da mídia, o meio ambiente e a autocensura, o enquadramento legal, a transparência, a infraestrutura e a extorsão são critérios usados pela organização independente RSF para determinar o Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa. O Brasil ocupa a 104ª posição entre 180 países avaliados. Publicado anualmente desde 2002, o ranking leva em conta o grau de liberdade de que gozam os jornalistas, através de uma série de indicadores.
Segundo a RSF, a ausência de mecanismos de proteção nacional para jornalistas em perigo, somada à corrupção desenfreada no país, tornam a tarefa dos jornalistas ainda mais difícil. “O panorama da mídia continua altamente concentrado, especialmente em torno de grandes famílias industriais, muitas vezes perto da classe política”, avalia a organização.
O Brasil já soma pelo menos 22 jornalistas assassinados por razões diretamente relacionadas com o seu trabalho, desde 2012.
Na maioria dos casos, os jornalistas, radialistas, blogueiros e outros profissionais da mídia que foram assassinados trabalhavam cobrindo e investigando temas relacionados à corrupção, à ordem pública e ao crime organizado, em especial nas pequenas e médias cidades do país (ABr).