Cidades com extrema desigualdade sofrem mais com tuberculoseA tuberculose tem maior incidência, tanto na população prisional como na população em geral, em municípios com extrema desigualdade na distribuição de renda. Estratégias focalizadas para o fim da tuberculose devem considerar o contexto socioeconômico. Foto: Arquivo/ABr Em localidades com boa distribuição de renda, a incidência da doença é menor. A conclusão é de pesquisa de doutorado de Daniele Maria Pelissari e do professor Fredi Alexander Diaz Quijano, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. Segundo o estudo, nas cidades com maior desigualdade a população não encarcerada também está submetida a condições de fragilidade econômica e vulnerabilidade social, o que determina a incidência da tuberculose. Já nas cidades com melhor condição socioeconômica, as prisões concentram ainda grande número de doentes porque têm condições mais vulneráveis. “Identificamos que a importância relativa da exposição às prisões sobre a incidência da tuberculose varia segundo as condições socioeconômicas dos municípios. Isso significa que estratégias focalizadas para o fim da tuberculose devem considerar o contexto socioeconômico”, explicou Daniele. Nas cidades com extrema desigualdade de distribuição de renda, a incidência da tuberculose na população prisional é de 1041,2 pessoas por 100 mil pessoas privadas de liberdade ao ano. Entre a população não prisional, a incidência é de 67,5 pessoas por 100 mil pessoas ao ano. Já nos municípios com boa distribuição de renda, a incidência de tuberculose na população prisional é de 795,5 pessoas por 100 mil pessoas privadas de liberdade ao ano. A incidência de tuberculose na população não prisional é de 35,6 pessoas por 100 mil pessoas ao ano. No estudo, os pesquisadores avaliaram a associação entre a exposição às prisões, a taxa de incidência de tuberculose e sua interação com a desigualdade da distribuição de renda nos municípios de 2013 a 2015. “Por exemplo, intervenções focadas na população prisional teriam um impacto substancial na incidência de tuberculose em cidades com boa distribuição de renda, pois aí a ocorrência da doença está mais concentrada em populações mais vulneráveis”, disse. No entanto, nos locais com extrema desigualdade na distribuição de renda, as estratégias focalizadas para reduzir os efeitos de fatores socioeconômicos também devem ser priorizadas, segundo Daniele, “pois a população não encarcerada desses municípios também está em condições de vulnerabilidade” (ABr). | |
Na Espanha, aprovada exumação de restos mortais de FrancoDitador espanhol, Francisco Franco (1892-1975). Foto: AFP/Archives O Congresso dos Deputados da Espanha aprovou ontem (13) o decreto que permitirá exumar os restos mortais do ditador Francisco Franco (1892-1975) do Vale dos Caídos, monumento que ele mesmo mandou construir. A maioria revalidou o decreto aprovado pelo Governo do socialista Pedro Sánchez, embora tanto o conservador Partido Popular (PP) como o Ciudadanos (liberais) se abstiveram na votação. Em defesa do decreto-lei, a vice-presidente do Governo, Carmen Calvo, alertou que não haverá “paz sem justiça” enquanto se mantiver a “atroz anomalia” que representa o fato de o ditador estar enterrado junto com suas vítimas, ao mesmo tempo que criticou PP e Ciudadanos por “olhar para o lado” quando o assunto é a ditadura. Por outro lado, PP e Ciudadanos criticaram que a exumação de Franco seja feita por decreto, já que não é uma questão urgente, depois de 43 anos enterrado no Vale dos Caídos. Eles acusaram Sánchez de usar este assunto como uma “cortina de fumaça” para tapar sua incompetência e sua fraqueza no Parlamento, já que os socialistas contam com 84 cadeiras das 350 da Câmara. Os deputados que apoiaram o decreto de exumação romperam em aplausos após a votação e dirigiram seus olhares para a tribuna de convidados, na qual acompanhavam o debate vítimas da ditadura e o hispanista e historiador irlandês Ian Gibson. A exumação do ditador, que governou a Espanha de 1939 a 1975 após uma guerra civil (1936-1939), é polêmica entre os que consideram que é uma mostra de reconhecimento da memória histórica e os que pensam que abre velhas feridas, atrapalhando a reconciliação nacional (Agência EFE). Nova York inclui ‘gênero X’ na certidão de nascimentoOs nova-iorquinos não precisarão mais da documentação de um médico ou profissional de saúde mental para alterar o próprio gênero na certidão de nascimento. Além disso, os pais poderão colocar um “X” para designar o sexo dos próprios filhos recém-nascidos. Essas são as medidas adotadas pela cidade de Nova York em lei aprovada ontem (13) e que entrará em vigor em 1º de janeiro de 2019. “Hoje é um dia histórico para Nova York, sempre campeã mundial em questões de inclusão e igualdade”, comentou o porta-voz da Câmara Municipal, Corey Johnson. A proposta, que não reconhece a binaridade, foi aprovada com 41 votos a favor e seis contrários. Assim, os nova-iorquinos não serão mais tratados como se a identidade fosse uma questão médica. A batalha pelo “gênero X” foi liderada pela advogada transgênero Carrie Davis, que afirmou que a decisão chega “em um tempo de perigo e incerteza em relação aos direitos dos transexuais americanos em nível nacional”, referindo-se às políticas do governo de Donald Trump. Alguns estados como Califórnia, Oregon e Montana já permitem a mudança de gênero na certidão de nascimento sem autorização médica, mas não preveem o sinal “X” ao invés de “masculino” e “feminino’. Já na Itália, o ministro do Interior Matteo Salvini usou o Twitter para criticar a medida. “Enquanto trabalhamos para recolocar mamãe e papai nos documentos, outros eliminam masculino e feminino da certidão de nascimento… Não tenho palavras”, escreveu na rede social (ANSA). | Doação de livros para biblioteca do Museu NacionalO incêndio no Museu Nacional destruiu o palácio e a maior parte de seu acervo. Foto: Tânia Rêgo/ABr Um dos prejuízos causados pelo incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro foi a destruição do acervo da Biblioteca Francisca Keller (BFK), do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Para reerguer a biblioteca, fundada há 50 anos, o programa iniciou uma campanha para receber doações de livros e publicações. “A Biblioteca Francisca Keller foi incinerada, mas não morta. Uma biblioteca só morre quando não tem mais leitores. Nós temos leitores. Agora precisamos de livros”, diz o texto da campanha. Interessados em doar podem saber mais detalhes no site da campanha, onde há informações sobre os livros que foram queimados e títulos que já foram doados por outras pessoas ou institutos de pesquisa. A biblioteca tinha 37 mil volumes e era considerada uma das mais importantes na área de ciências sociais no Brasil e na América Latina. Seu acervo era principalmente de obras contemporâneas e contava com títulos importantes para os pesquisadores do programa e de outras instituições de ensino. O Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social tem nota máxima (sete) na Capes e foi um dos mais afetados pelo incêndio no Museu Nacional. Grande parte de seu acervo sobre etnias indígenas, por exemplo, foi consumido pelo fogo. Salas de aula e de pesquisa que ficavam no palácio precisaram ser realocadas no Horto Botânico, assim como salas de professores e pesquisadores. Atriz pornô lançará livro sobre romance com TrumpA atriz pornô Stephanie Clifford, mais conhecida como Stormy Daniels, afirmou ontem (13) que publicará um livro em outubro no qual contará detalhes sobre seu suposto relacionamento amoroso com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O affair com o republicano começou em 2006, pouco tempo depois de a primeira-dama norte-americana, Melania, ter tido o filho mais novo de Trump, Barron. Daniels ainda revelou, em entrevista à rede “CBS”, que fez sexo sem camisinha com o magnata e manteve contato com ele por um longo tempo. Acrescentou que o livro, intitulado “Full disclosure” (“Divulgação completa”, em inglês), será lançado no dia 2 de outubro e que ele é dedicado a sua filha. “Realmente acreditaram que eu guardaria algo? Vou escrever tudo, e as pessoas poderão pensar o que quiser de mim, mas ao menos é a verdade”, afirmou Daniels ao programa “The Views”, da emissora “ABC”. A atriz ainda revelou que o livro trará detalhes do suposto relacionamento com Trump que não foram ao ar na entrevista à “CBS”, realizada em março. De acordo com Daniels, ela foi proibida de falar alguns acontecimentos que eram “muito importantes”. Ela contou que já está trabalhando no livro há quase uma década e que, além do suposto affair com Trump, revelará mais detalhes sobre sua carreira na indústria do cinema pornográfico e nos clubes de striptease. Trump sempre negou publicamente ter tido uma relação extraconjugal com a atriz pornô, mesmo após seu ex-advogado Michael Cohen ter se declarado culpado de oito acusações, incluindo o suborno para comprar o silêncio de Daniels. O lançamento do livro pode agravar ainda mais a situação de Trump na Casa Branca. O caso entre o presidente dos Estados Unidos e Daniels foi revelado em janeiro, pelo diário “The Wall Street Journal”, que citou um pagamento de US$ 130 mil feito à atriz para ela se manter em silêncio (ANSA). |