Mundo convive com 500 mil crianças-soldados, adverte Nobel da Paz“Existem entre 400 mil a 500 mil crianças-soldados em todo o mundo, mas os números reais podem ser muito maiores porque existem grupos de militantes clandestinos que estão sequestrando crianças e a forçando-as a usar armas”, disse o ativista indiano, em Genebra, onde participa de uma conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Kailash, um símbolo da luta contra a exploração infantil, disse que “obrigar crianças a matar pessoas é a pior coisa que se pode fazer”, mencionando as situações vividas em países como a Síria, o Iraque, a Nigéria e o Afeganistão. “Quando leio que é dada uma arma a uma criança de cinco anos para matar um oponente de uma milícia no Iraque e que se essa criança não consegue usar a arma e é enterrada viva, isso me provoca raiva. Acho que isso deve provocar raiva em todos”, afirmou o ativista, ao fazer uma intervenção durante a conferência. Satyarthi, que em 2014 recebeu o Nobel da Paz, juntamente com a adolescente ativista paquistanesa Malala Yousafzai, disse que o financiamento global para a área da educação tem caído significativamente ao longo dos últimos quatro anos. “Em parte devido à crise financeira, mas também à percepção dos doadores de que a educação tem registado grandes avanços nos países em desenvolvimento, quando na realidade isso não é bem assim”, frisou. Segundo o ativista, todas as crianças no mundo podiam ter acesso a uma educação básica se os fundos anuais globais para o setor aumentassem em US$ 22 bilhões. Satyarthi acrescentou que atualmente 58 milhões de crianças no mundo não frequentam a escola. “Tenho defendido nos últimos 35 anos que a erradicação do trabalho infantil e uma educação de qualidade são as duas faces da mesma moeda. Não podemos alcançar um, sem o outro”, reforçou. Dados da OIT mostram que 168 milhões de crianças realizam atualmente trabalho infantil, das quais 150 milhões têm idades compreendidas entre 5 e 14 anos. Deste número global e de acordo com as estimativas, cerca de 5 milhões são mantidas como escravas (Ag. Lusa). |
OMS convoca reunião de emergência sobre síndrome respiratóriaA Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que vai convocar, na próxima semana, a comissão de emergências sobre a Síndrome Respiratória do Médio Oriente (Mers), depois de ter subido o número de mortes na Coreia do Sul. Ao todo, 126 pessoas foram infectadas no país pelo coronavírus Mers (sigla em inglês) desde o primeiro diagnóstico, em 20 de maio, de um homem que tinha estado na Arábia Saudita e em outros países do Golfo Pérsico. “O número de novos casos diminuiu, mas devemos vigiar a situação”, declarou um porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, em entrevista em Genebra. “A comissão de emergências vai se reunir na próxima semana, mas a data ainda não foi marcada, disse. “Trata-se de analisar a situação” e determinar se “constitui uma emergência de saúde pública de alcance internacional”, acrescentou Jasarevic, ao destacar que a última reunião da comissão ocorreu em 5 de fevereiro. A Coreia do Sul anunciou que o número de mortes causadas pelo coronavírus Mers aumentou para 11, mas as autoridades pediram calma à população, destacando a diminuição do número de novos contágios. Pelo menos 3.680 pessoas estão atualmente de quarentena, em casa ou no hospital, contra 3.805 na última quinta-feira (11). A quarentena foi suspensa para 1.249 pessoas desde o início do surto, o maior fora da Arábia Saudita. O Mers é um vírus mais mortal, mas menos contagioso, do que o responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars, a sigla em inglês) que, em 2008, fez cerca de 800 mortos em todo o mundo. O vírus da Mers provoca infeção pulmonar, febre, tosse e dificuldades respiratórias, não havendo, por enquanto, vacina ou tratamento para o vírus. A doença registra taxa de mortalidade de cerca de 35%, de acordo com a OMS. Na Arábia Saudita, mais de 950 pessoas foram contaminadas desde 2012 e 412 morreram (Ag. Lusa). China quer censura prévia ao jornalismo digitalAutoridades chinesas responsáveis pela imprensa anunciaram um projeto que vai proibir que as páginas na internet e nos portais informativos produzam notícias próprias, além de impor a censura prévia a esses conteúdos. Segundo o projeto, divulgado em comunicado da Administração Estatal de Imprensa, Publicações, Rádio, Cinema e Televisão, os serviços informativos na internet deverão contratar “supervisores profissionais”, encarregados de rever o conteúdo das notícias antes que sejam publicadas. Além disso, só se pode emitir informação audiovisual procedente de rádios e televisões já estabelecidas que tenha, no mínimo, caráter municipal, destacou a circular. As violações a essas novas regulações podem resultar em multa de até 30 mil yuan (4.303 euros), acrescenta a administração estatal, que também estabelece que todos os programas divulgados sejam arquivados durante pelo menos dois meses após a emissão. A medida foi publicada para colher opiniões da população até o fim de junho (Ag. Lusa). | Presa quadrilha que falsificava uísque na zona oestePoliciais do Deic descobriram um novo desdobramento nas atividades do crime organizado: investir dinheiro do tráfico de drogas no comércio de bebidas falsificadas. Três pessoas foram presas na tarde da última quinta-feira (11) desenvolvendo o esquema. A ação permitiu estourar dois depósitos e aprender 2.800 garrafas uísque e vodca. Os imóveis estão localizados na região de Pirituba. Segundo o delegado Carlos Alberto da Cunha, responsável pelo flagrante, as apurações apontavam uma diversificação de negócios no crime organizado. “Detectamos que parte do dinheiro obtido no tráfico de drogas estava sendo utilizado na compra de bebidas falsificadas de importantes marcas”, disse o delegado. A mercadoria abastecia restaurantes e casas noturnas da cidade de São Paulo. As apurações permitiram identificar um possível ponto de distribuição. As equipes realizaram uma ação em um galpão na Rua Tatsuo Okachi, no Jardim Felicidade. O local armazenava 1.800 garrafas vazias de uísque e vodca. Os agentes também encontraram todo o aparato de falsificação: os líquidos para encher os vasilhames, rótulos, selos, tampas e até mesmo as embalagens de papelão com as marcas das bebidas. Um exemplo é que uma garrafa de determinada marca de uísque 18 anos produzida pelos detidos pode custar aproximadamente R$ 650 (SSP). Em um ano, fiscais resgatam mais de seis mil do trabalho infantilO Ministério do Trabalho divulgou balanço dos últimos 12 meses de operações de fiscalização e resgate de crianças e adolescentes em condições de trabalho infantil. De maio de 2014 ao mesmo mês de 2015, o número de resgates chegou a 6.491 casos. Para o chefe da Divisão da Divisão de Erradicação do Trabalho Infantil, Alberto de Souza, “as infrações envolvendo adolescentes lideram em função da informalidade, situação onde esses brasileiros não contam com a proteção oferecida pela legislação”. A faixa etária dos adolescentes se concentra entre 16 e 17 anos. Nessa faixa, foram registrados 3.689 casos em condição de trabalho infantil. O estado de Mato Grosso liderou, com 395 resgates em 12 meses, seguido do Distrito Federal, com 331 casos. A segunda maior taxa de incidência de trabalho infantil se dá entre crianças de 10 a 15 anos, com 2.663 casos. Pernambuco teve 801 casos, o maior índice de ocorrências. O ministério resgatou 139 crianças com idades entre 4 e 9 anos, sendo 52 delas no mesmo estado. Ações de conscientização em pelo menos 16 estados estão sendo promovidas hoje pelo Ministério do Trabalho. O objetivo é sensibilizar a sociedade para a necessidade de combater práticas onde os direitos das crianças sejam suprimidos. Em seis estados, a prática de trabalho infantil é mais recorrente, de acordo com o balanço de operações do ministério. Pernambuco apresentou 957 casos, seguido por Mato Grosso do Sul, com 571. Na sequência, estão Minas Gerais (545), Santa Catarina (445), Mato Grosso (432), Distrito Federal (382), Rio Grande do Sul (333), Rio de Janeiro (323) e Sergipe (291). Pela legislação, só é permitido o trabalho a partir dos 14 anos, com especificações de tempo de serviço, atividades exercidas e integração com a escola, por meio da Lei da Aprendizagem (ABr). |