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Geral 13/05/2016

em Geral
quinta-feira, 12 de maio de 2016

Em gesto inovador, Papa abre caminho para mulheres na Igreja

O papa Francisco anunciou que instituirá uma Comissão de Estudos sobre Diaconisas.

Em uma atitude inédita no novo milênio, o papa Francisco anunciou que instituirá uma Comissão de Estudos sobre Diaconisas como existia na Igreja primitiva

Segundo Francisco, durante audiência com as representantes da União Internacional das Superioras Gerais (UISG), essa é uma “possibilidade para os dias atuais”.
Com a concretização da Comissão, esse será um passo histórico para a inclusão das mulheres nos principais ritos religiosos – permitidos apenas para os homens. No encontro, que reuniu mais de 900 mulheres pertencentes à organização e a outras ordens religiosas femininas, o Pontífice respondeu às perguntas e a afirmação sobre a criação do grupo de estudos foi em uma dessas respostas.
“O que eram esses diáconos femininos? Elas tinham ordenação ou não? Era um pouco obscuro. Qual era o papel das diaconisas naquela época? Constituir uma comissão oficial que possa estudar questão?”, questionou em voz alta o sucessor de Bento XVI. “Acredito que sim. Seria um bem para a Igreja esclarecer este ponto. Estou de acordo. E pedirei para fazer algo do gênero. Parece-me útil que uma comissão esclareça isso muito bem”, concluiu.
O diácono está na esfera das três principais ordens sacerdotais dos católicos: Episcopado, Sacerdócio e Diaconato. Há dois tipos de funções para estes últimos: os transitórios são aqueles que recebem o grau de maneira temporal, enquanto tentam atingir o sacerdócio – ou seja, tornar-se padre – e os permanentes, que são aqueles que já são casados ou pretendem se casar e não tem objetivos de serem religiosos dos mais altos níveis. Todos, no entanto, podem realizar matrimônios e batizados.
Em 1994, o então papa João Paulo II parou as análises sobre a inclusão das mulheres, mas segundo o cardeal Carlo Maria Martini falou à época, aquela pausa “não foi um não”. O assunto de incorporar as mulheres em ritos é um tema caro ao papa Francisco. Por diversas vezes, ele mencionou que elas deveriam ter mais espaço na Igreja Católica. No próprio Sínodo dos Bispos, ocorrido no ano passado, o assunto voltou à tona – especialmente impulsionados por atos das igrejas anglicanas, que permitem que as mulheres atuem como nos dois altos graus do sacerdócio e do episcopado.
Segundo historiadores, a falta de mulheres no sacerdócio seria referente ao fato de não haver presença feminina no momento da Santa Ceia de Jesus Cristo. O ato instituiu a Eucaristia, a divisão do pão e do vinho como o corpo e sangue de Jesus, para os cristãos católicos. Porém, Jorge Mario Bergoglio já “desconstruiu” um pouco esse conceito ao, na Páscoa deste ano, incluir pela primeira vez na história, a presença de mulheres no rito de Lava-Pés, um dos mais importantes para os católicos.
Há algumas referências na Bíblia sobre as mulheres que atuavam como diaconisas, mas não está claro como elas eram escolhidas. Sabe-se que atuavam como auxiliares em batizados ou ainda no cuidado com os doentes. Essas referências aparecem nos primeiros séculos da Igreja, mas não há mais detalhes nos séculos posteriores (ANSA).

Dificuldades para o Brasil reduzir mortes no trânsito

Hugo Leal: é preciso investigar onde e por que acontecem os acidentes e responsabilizar os culpados.

Desafios para reduzir os acidentes e as mortes no trânsito brasileiro foram listados, ontem (12), em seminário na Câmara dos Deputados sobre o assunto. Fiscalização, infraestrutura, segurança veicular, saúde e educação foram os pontos abordados por parlamentares e especialistas no encontro promovido pela Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro e pela Comissão de Viação e Transportes, com o apoio do Observatório Nacional de Segurança Viária e da Associação Nacional dos Detrans.
A partir de agora, grupos de trabalho formados por representantes de diferentes entidades ligadas ao trânsito vão estudar cada um dos pontos, priorizados pela ONU, com a tarefa de apresentar propostas em um novo encontro em setembro – durante a Semana Nacional do Trânsito, de 18 a 25 de setembro. Os participantes do seminário reconheceram deficiências a serem enfrentadas. Uma delas é a fiscalização. O Brasil conta com poucos agentes para fiscalizar o trânsito.
No caso das rodovias federais, são cerca de 10 mil policiais rodoviários federais para cuidar de uma malha aproximada de 71 mil quilômetros. “É muito difícil trabalhar nessa malha, onde se lida com toda a complexidade de trânsito, que envolve tráfico, contrabando e situações de segurança”, afirmou a diretora-geral da Polícia Rodoviária Federal, Maria Alice Nascimento. O presidente da Frente em Defesa do Trânsito Seguro, deputado Hugo Leal (PSB-RJ), demonstrou preocupação com a qualidade dos dados relativos aos acidentes no Brasil. O Datasus registrou, em 2014, 43 mil mortes no trânsito, o que gera dúvidas no parlamentar.
“A principal estatística é do Ministério da Saúde, no caso dos atendimentos hospitalares ou do atendimento dos mortos em locais de acidente. Porém, não é um dado fechado, porque é somente do ponto de vista da saúde”, disse. “Temos de investigar onde acontecem os acidentes, por que ocorrem e responsabilizar os culpados. Diz-se que 90% dos acidentes são culpa dos motoristas, mas e se a via estiver mal sinalizada?”, questionou Leal (Ag.Câmara).

Rose de Freitas diz que é hora de ‘passar a limpo’ o país

Uma mensagem da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) foi lida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, na manhã de ontem (12), antes da votação que concluiu pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff. No texto, ela disse que esse é o momento de “passar a limpo” o país, não devendo a crise atual servir de argumento para omissão e indiferença diante das dificuldades enfrentadas pelos brasileiros.
“Só sairemos desta crise juntos, de mãos dadas com o povo e com a consciência cívica, passo a passo, ombro a ombro, com respeito aos direitos e às instituições”, afirmou. Na última sexta-feira (6), a parlamentar sentiu-se mal no Senado e foi encaminhada ao Instituto de Cardiologia do Distrito Federal. Depois, seguiu para mais exames em hospital de São Paulo. Ainda na sexta, os exames revelaram que Rose sofreu uma isquemia transitória, popularmente conhecida como ameaça de AVC (acidente vascular cerebral). Por estar ainda com dificuldade de fala, a senadora pediu a Renan para ler sua mensagem (AgSenado).

Governo argentino respeita “processo institucional” no Brasil

Presidente da Argentina, Mauricio Macri.

O governo argentino emitiu ontem (12) um breve comunicado para dizer que “respeita o processo institucional” no Brasil e que confia “que o desenlace da situação consolide a solidez da democracia brasileira”. A nota diz que a Argentina “continuará dialogando com as autoridades constituídas a fim de seguir avançando com o processo de integração bilateral e regional”.
Desde que assumiu, há cinco meses, o presidente da Argentina, Mauricio Macri tem assumido uma postura cautelosa em relação à crise no Brasil, evitando se manifestar sobre a politica interna. Sempre que perguntado, ele tem mostrado o desejo de que “o principal sócio estratégico” argentino se recupere rapidamente – até porque, os acontecimentos no pais vizinho repercutem na economia regional.
Na América Latina, os sites de muitos dos principais jornais acompanharam a votação no Senado brasileiro ao vivo – através do link da TV Senado. O afastamento da presidenta Dilma Rousseff e o perfil de Michel Temer, que assume como presidente interino, foram manchete.Na Argentina, o jornal Clarín descreve Temer como “um líder que sabe se mover nos bastidores do poder”. Para o jornal La Nación, Temer é “um líder calculador e hábil”. Para o jornal Página 12, ele é autor do “golpe contra Dilma” e “o homem dos dois por cento” (porcentagem de apoio que ele teria obtido em recentes pesquisas de opinião). Todos coincidem em dizer que o novo governo enfrentará dificuldades, tanto políticas, quanto econômicas (ABr).

Collor criticou o presidencialismo em ‘ruínas’

O senador Fernando Collor (PTC-AL), que em 1992 foi afastado da presidência da República por um processo de impeachment, apontou o presidencialismo como um “sistema em ruínas” que envergonha a classe política e gera crises recorrentes como a que resultou no pedido de afastamento de Dilma Rousseff. Lembrou que seu processo foi muito mais rápido, o que limitou o exercício de seu direito de defesa, e, apesar de ter sido declarado inocente pelo STF, não recebeu reparação nem devolução de seus direitos políticos.
Na sua opinião, o maior crime de responsabilidade de Dilma foi a “irresponsabilidade pelo desleixo com a política”, aprofundando a crise por meio do aparelhamento do Estado e da tentativa de obstrução da Justiça. O senador frisou que sempre alertou a presidente sobre os erros que o governo cometia e que levaram à crise de hoje, mas sua experiência não teria sido levada em conta.
Collor cobrou uma revisão do sistema de governo, avaliando que o presidencialismo “não tem recuperação” e está no fundo de 127 anos de crises. O presidente do Senado, Renan Calheiros, concordou com a necessidade de uma reforma política e uma revisão da Lei do Impeachment, que considera um fator de desestabilização (Ag.Senado).

Garibaldi quer Congresso discutindo reforma política

O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), ao anunciar seu voto favorável à abertura do processo de impeachment da presidente Dilma, afirmou que, depois de “exaustivas reuniões na comissão especial”, em que foram ouvidos juristas, especialistas e mestres, ficou convencido de que há “consistentes indícios” de que a presidente atentou contra a Constituição, incorrendo em crime de responsabilidade.
Garibaldi pediu, no entanto, que passado esse trauma da decisão tomada pelo Senado Federal, é preciso que a Casa, o Congresso e a sociedade se debrucem sobre a discussão de uma reforma política. “Creio ser chegada a hora de o Senado, o Congresso e toda a sociedade se debruçarem sobre as causas dessa anomalia que hoje estamos vivendo para de vez erradicá-la do cenário nacional. Devemos fazer uma reforma política radical, começando pela reforma partidária”, defendeu (Ag.Senado).