Maria Esther Bueno inaugurou história vitoriosa das sul-americanas no tênisEm 1939, quando Maria Esther Bueno nasceu em São Paulo, apenas duas brasileiras tinham disputado uma Olimpíada, o futebol feminino era ilegal e a prática esportiva, de um modo geral, era marcada pelo machismo, que se maquiava com falsos argumentos médicos para limitar a participação das mulheres A primeira medalha olímpica feminina chegaria quase 60 anos depois, em 1996, com o vôlei. As primeiras medalhas individuais demoraram ainda mais: quase 80 anos, e vieram com Ketleyn Quadros e Maurren Maggi, em 2008. A carreira que Maria Esther construiu, no entanto, é um marco na história esportiva de toda a América do Sul. No Hall da Fama Internacional do Tênis, além de Maria Esther, a única sul-americana homenageada é a argentina Gabriella Sabatini, quase 40 anos mais nova que a brasileira. Ao olhar para trás, Maria Esther considera-se uma pioneira: “Mulher no esporte sempre teve, mas nunca com o destaque que era dado aos homens. Depois das conquistas que eu consegui, muitas mulheres se sobressaíram”, disse. “Acho que abri um caminho, principalmente no tênis, que é o meu esporte, na América Latina toda”. Primeira tenista de fora dos Estados Unidos a ganhar os torneios de Wimbledon e U.S. Nationals no mesmo ano, Maria Esther é uma das oito atletas que venceram três vezes os torneios britânico e americano. A paulista é a 12ª tenista mais vitoriosa nas disputas individuais em Grand Slams, com sete títulos individuais e 12 em duplas femininas e duplas mistas. Com tantas vitórias, Maria Esther ocupou o primeiro lugar no ranking internacional em 1959, 1960, 1964, e 1966. Tantos títulos não renderam, porém, prêmios em dinheiro para a atleta, já que o tênis era amador naqueles anos, chamados hoje de era “pré-Open”, ou anterior aos torneios abertos. “Todos daquela época éramos amadores. Então, não havia os prêmios fabulosos que se tem agora. Eu jogava para ser a melhor do mundo em todas as categorias. Pela glória de ser número 1”, recorda. Em seu perfil no Hall da Fama, Maria Esther destaca que o maior momento de sua carreira foi a primeira vitória em Wimbledon, em 1959. “Foi um pouco inesperado, por eu ser muito nova, por vir do Brasil, onde só tínhamos quadras de saibro, não tínhamos tido a chance de jogar na grama. Então, vencer foi uma grande surpresa”. Na época em que ela se destacou no esporte, o tênis não era mais uma modalidade olímpica – saiu dos Jogos em 1924 e só retornaria em 1988. Em 1968, ano em que a brasileira sofreu com contusões, já na fase final da carreira, o tênis participou da Olimpíada da Cidade do México, mas apenas como demonstração. “Eu parei por motivos de contusão, em 1968, e foi mais ou menos na época em que houve essa mudança toda no tênis, em que ele entrou para as Olimpíadas. Então, não tem frustração nenhuma”, afirma a campeã. Especialista em esportes olímpicos, a professora da USP, Katia Rubio, lembra que o tênis, já naquela época, era um esporte inacessível para a maioria da população. Para Katia, Maria Esther era uma atleta completamente fora dos padrões nacionais: “O tênis sempre foi uma modalidade de elite. A Maria Esther Bueno é uma atleta absolutamente diferenciada para os padrões do esporte brasileiro, tanto por ser tenista como por ser mulher. Ela é um monumento no esporte brasileiro” (ABr). |
Relatos de violência sexual aumentaram 129% em 2015 no Ligue 180A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) contabilizou no ano passado, em comparação a 2014, aumento de 44,74% no número total de relatos de violência e de 129% no número de relatos de violência sexual (estupro, assédio, exploração sexual), com a média de 9,53 registros por dia. Do total de 3.478 relatos de violência sexual registrados em 2015, 2.731 eram de estupro (78,52%); 530 de exploração sexual (15,24%); e 217 de assédio sexual no trabalho (6,24%). A Central de Atendimento à Mulher também constatou que houve aumento de 325% nos relatos de cárcere privado, com a média de 11,8 registros por dia. O balanço divulgado ontem (8), Dia Internacional da Mulher, também contabilizou em 2015 aumento de 154% no número de estupros registrados, com a média de 7,5 casos por dia, e aumento de 102% no número de relatos de exploração sexual, com a média de 44 registros por mês. A cada três horas, um estupro é relatado ao Ligue 180, segundo a Secretaria de Políticas para as Mulheres. A Central de Atendimento à Mulher fez 749.024 atendimentos em 2015. Foram, em média, 62.418 por mês e 2.052 por dia. O número é 54,4% superior a 2014, com 485.105 atendimentos. Desde a sua criação, em 2005, a Central já registrou 4,8 milhões de atendimentos. Do total de atendimentos de 2015, 10,23% (76.651) corresponderam a relatos de violência, dos quais 58,86% foram cometidos contra mulheres negras. Entre os relatos, 50,16% corresponderam à violência física; 30,33% à violência psicológica; 7,25% à violência moral; 2,10% à violência patrimonial; 4,54% à violência sexual; 5,17% a cárcere privado; e 0,46% ao tráfico de pessoas. O Ligue 180 é um serviço gratuito e confidencial do Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. A Central recebe denúncias de violência, reclamações sobre os serviços da rede de atendimento à mulher e orienta as mulheres sobre seus direitos e a legislação vigente, encaminhando-as para outros serviços quando necessário (ABr). | Nada é mais importante do que uma criança aprender a lerO ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou ontem (8), em evento comemorativo aos 20 anos do Conselho Nacional de Educação (CNE), que a prioridade para 2016 é colocar todas as crianças de 4 e 5 anos na escola. “Faltam cerca de 600 mil crianças [na escola], que são exatamente as que mais precisam, as que vivem na pobreza, nas periferias das grandes cidades, no interior do semiárido nordestino, nas pequenas comunidades da Amazônia”, disse. Outra meta fundamental é alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade. Mercadante afirmou que 22% das crianças não lêem até os 8 anos; 34% não escrevem como precisariam; e 57% não dominam os princípios da matemática como esperado. “Precisamos trabalhar com mais intensidade para alcançar esse desafio da alfabetização na idade certa”, afirmou o ministro. O ministro falou sobre a importância de reaproximar as faculdades de pedagogia e de licenciatura do campo da prática concreta das escolas públicas. Segundo Mercadante, 74% dos professores de Física, por exemplo, não são formados em Física. “Não se pode esperar dez anos, até que novos profissionais estejam formados, para começar a estimular uma das áreas mais importantes para inovação, ciência e tecnologia. Temos que acelerar a formação dos professores da rede pública que já estão no exercício da profissão” (ABr). Brasileiro toma posse no Tribunal Internacional do Direito do MarO especialista brasileiro em direito internacional, Antonio Cachapuz de Medeiros, tomou posse, em Hamburgo, como juiz do Tribunal Internacional do Direito do Mar. “Vou desempenhar as minhas funções e exercer os meus poderes de juiz com honradez, fielmente, imparcialidade e consciência”, disse ele, durante a solenidade. O Tribunal Internacional do Direito do Mar é um órgão das Nações Unidas que estuda e julga questões referentes ao mar territorial dos países e que analisa e decide pedidos referentes a zonas contínuas marítimas, extensão do mar territorial e de plataformas continentais. A corte também analisa questões relacionadas com a proteção e preservação do meio ambiente marinho, a pesquisa científica marinha e o desenvolvimento e a transferência de tecnologia do mar. Antonio Cachapuz de Medeiros é professor de direito internacional e já atuou na Corte Permanente de Arbitragem, em Haia, e na Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). Ele representou o Brasil em encontros internacionais que trataram sobre questões de direitos do mar (ABr). |