Portugal lembrou os 50 anos do início do fim do regime de SalazarEle foi ditador de Portugal por 36 anos, até cair de uma cadeira e precisar ser substituído. A queda que António de Oliveira Salazar sofreu há exatos 50 anos foi o princípio do fim do regime, que acabou em 1974 António de Oliveira Salazar, em 1957. Foto: Reprodução Na última sexta-feira (3), a data foi lembrada pela imprensa portuguesa, que conta o que aconteceu naquele 3 de agosto de 1968, quando o ditador caiu de uma cadeira de lona na casa que tinha em Estoril, a 30 km de Lisboa. A queda ocorreu durante uma visita de um calista, que esperava Salazar se sentar. O ditador exagerou no movimento e caiu para trás, batendo a nuca no chão. A pancada, aparentemente inofensiva, se revelou grave um mês depois, quando ele se submeteu a um exame neurológico. Começava então a busca de um médico para operá-lo. Após vários candidatos serem descartados, António Vasconcelos Marques acabou sendo escolhido, e o governante foi internado com o maior sigilo no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, no dia 6 de setembro de 1968. O ditador foi operado na madrugada do dia seguinte por uma equipe de dez médicos, algo “muito natural por se tratar da pessoa que era”, segundo disse, em 2009, a anestesista Maria Cristina da Câmara, cujo relato voltou a ser reproduzido pela imprensa portuguesa. “Salazar estava completamente recuperado da operação e tinha uma conversa agradável e muito simpática. Reconhecia todos, o que era um excelente sinal. E, como se sabe, antes da operação ele se confundia com frequência”, contou ela. Nas primeiras horas de pós-operatório, Salazar recebeu um telegrama do ditador espanhol, Francisco Franco. “Com o profundo afeto de sempre, faço fortes votos de rápida e feliz recuperação”, dizia a mensagem. Mas, em 16 de setembro, dez dias depois, Salazar sofreu um AVC, conforme consta nos arquivos médicos, e chegou a receber a extrema-unção de um padre de Lisboa. Contrariando as previsões, Salazar conseguiu sair do coma, mas já não era o mesmo. Não se lembrava mais de assuntos recentes, a capacidade motora estava reduzida, e o Conselho de Ministros decidiu que Marcelo Caetano seria o novo presidente. Era 27 de setembro de 1968. Salazar nunca soube. Voltou à residência oficial, o Palácio de São Bento, e convocava com frequência os ministros, que compareciam pacientemente, alguns deles inclusive depois de deixar a pasta, para fingir que continuavam no poder. “Ninguém teve coragem de contar ao ditador, de 80 anos, que foi substituído”, afirmou a revista “Time” em uma reportagem publicada em 1969, um ano antes de sua morte. O início do fim da ditadura foi consumado com o mandato de Caetano, que foi atacado pela ala mais reacionária do “Estado Novo” adotado por Salazar, pela crise do petróleo de 1973 e pelo fracasso nas guerras coloniais portuguesas em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, antes da explosão da Revolução dos Cravos, em 1974. A história da fatal queda da cadeira que começou a desintegrar o regime continua tão fascinante para os portugueses que, no dia dos 50 anos do acontecimento, vários textos são dedicados exclusivamente à cadeira. “Não caia nessa. Saiba como escolher a cadeira ideal”, é o título de um artigo publicado pela emissora “TSF” no qual, aproveitando a data, explica “os cuidados para ter ao se sentar e como escolher a cadeira ideal, para evitar pequenas grandes tragédias como a que aconteceu com o ditador português”. Além disso, proliferam as recomendações da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, que ressalta que tombos e quedas “são responsáveis por 70% das mortes acidentais” na terceira idade e que é preciso aumentar os cuidados (Cynthia de Benito/EFE). | |
Saúde abre consulta pública para novo guia alimentar infantilOs dois primeiros anos de vida são decisivos para o crescimento e o desenvolvimento adequado da criança. Foto: Marcelo Camargo/ABr Amamentar até que idade? Quando começar a dar alimentos? Que alimentos posso oferecer ao bebê? Essas são algumas das inúmeras dúvidas que surgem com a chegada de um novo integrante na família. Para ajudar pais e responsáveis, foi criado, em 2002, o Guia Alimentar para Crianças Menores de Dois anos. Neste ano, o documento será atualizado. O material está em consulta pública até o próximo dia 25. De acordo com o Ministério da Saúde, os dois primeiros anos de vida são decisivos para o crescimento e o desenvolvimento adequado da criança e também para a formação de hábitos e para garantir saúde durante toda a vida. “A alimentação tem papel fundamental em todo esse processo”, ressaltou a pasta. A nova edição do documento está alinhada com o Guia Alimentar para a População Brasileira e traz recomendações sobre a alimentação das crianças nos dois primeiros anos de vida, para promover saúde, crescimento e desenvolvimento. “O guia pretende ser um apoio à família no cuidado cotidiano à criança, tanto nos momentos de dúvida, durante o aleitamento materno, como no enfrentamento aos desafios cotidianos, no estímulo à prática da cozinha e do comer juntos”. A atualização deve subsidiar ações de educação alimentar e nutricional em âmbito individual e coletivo no SUS e em outros setores. “É essa a perspectiva, apresentar as informações necessárias para incentivar, apoiar, proteger e promover a saúde e a segurança alimentar e nutricional da população menor de 2 anos de idade”, disse o ministério. Robô Curiosity comemora 6 anos em MarteO robô Curiosity comemorou 6 anos explorando o planeta vermelho no domingo (5). O rover da NASA pousou na Cratera Gale, em Marte, no dia 5 de agosto de 2012, quando iniciou a missão que transformou os conhecimentos da superfície marciana, mostrando um planeta que pode ter hospedado vida e que, talvez, ainda possa hospedá-la. Dentre as descobertas feitas pelo Curiosity desde então, destacam-se porções do solo que fizeram parte do leito de rios e um terreno que já abrigou um lago. Além disso, localizou desertos de areia parecidos com os da Terra, encontrou boro (elemento químico essencial para a vida) e moléculas orgânicas que alimentam a esperança de encontrar formas de vida em Marte. Essa esperança foi aumentada ainda recentemente, quando radares italianos descobriram um lago salgado sob a superfície marciana. Graças aos sucessos das descobertas do Curiosity e aos obstáculos que o robô enfrentou desde o seu lançamento, como problema nas rodas e no computador de bordo, a NASA está trabalhando no sucessor do Curiosity, chamado Missão Marte 2020. Enquanto Curiosity finaliza a segunda fase da sua missão até o fim deste ano, espera a chegada da última sonda lançada pela NASA, chamada Insight, que estudará o coração de Marte. A aterrissagem está prevista para novembro (ANSA). | Chile é o 1º país da América Latina a proibir sacolas plásticasEngenheiros chilenos mostram opções biodegradáveis para a sacola de plástico, agora proibida em todo o país. Foto: Claudio Reyes/AFP O Chile se tornou o primeiro país da América Latina a proibir completamente o uso de sacolas plásticas em todos os departamentos comerciais de seu território. O presidente chileno, Sebastián Piñera, reeleito em março, foi pessoalmente a Santiago para celebrar a publicação da lei no Diário Oficial da última sexta-feira (3). Na capital do país, o mandatário distribuiu bolsas de pano pelas calçadas. “O nosso objetivo é passar gradualmente da cultura ‘usa e descarta’ àquela saudável dos materiais recicláveis e da economia circular”, comentou. A lei proíbe os estabelecimentos comerciais de entregarem sacolas plásticas, exceto em casos cuja embalagem seja necessária para higiene ou para evitar o desperdício de alimentos. A legislação estabelece multa de U$370 por cada sacola plástica entregue e vale em todo o território chileno. A iniciativa pretende eliminar o uso de sacolas plásticas nos próximos dois anos. “O Chile é um dos primeiros no mundo a dizer ‘tchau!’ para as sacolas plásticas. Acredito que isso seja bom para o Chile, para a América Latina e para o mundo”, adicionou Piñera. A medida, que já tinha sido aprovada em maio pelo Congresso, estabeleceu que, a partir de agora, as empresas têm seis meses para eliminar as sacolas plásticas, enquanto o comércio de pequeno porte tem dois anos para se adaptar às novas normas (ANSA). O mito Freddie Mercury chega às telonasO vocalista da banda Queen, Freddie Mercury. Foto: Divulgação Pelas poucas cenas do thrailer, parece que o longa “Bohemian Rhapsody”, de Bryan Jay Singer, não decepcionará. O drama, que conta a história da formação da banda Queen e da vida do vocalista Freddie Mercury, estreia no Brasil no dia 1º de novembro. Interpretar uma lenda do rock que está há gerações de distância foi o que fez Rami Malek, de 38 anos, tremer as pernas. Quando Mercury morreu, o protagonista do longa tinha apenas 10 anos. “Quando me escalaram, pensei: pode ser o papel que definirá a minha carreira. Dois minutos depois, percebi: meu Deus, também pode arruinar minha carreira para sempre”, disse o ator nascido em Los Angeles, de família egípcia. Além disso, para Malek, tratou-se de seu primeiro papel como protagonista – e só chegou a ele depois de uma produção muito confusa. Sacha Baron Cohen, renomado ator britânico, era quem deveria ser Mercury nas telonas, mas ele renunciou ao papel, aparentemente por desavenças com a banda Queen. Depois, outro britânico, Ben Whishaw, foi escalado para o papel, mas também desistiu. E então, em dezembro de 2017, a Fox disse que o diretor do longa, Bryan Singer, tinha sido demitido por ausências injustificadas. Logo depois, voltaram atrás e confirmaram Singer na direção. Em meio a essa tempestuosa produção, há ainda o retrato de uma história realista da vida selvagem do astro Freddie Mercury, dividido entre as drogas e a homossexualidade. O filme percorre 15 anos da banda britânica, desde a década de 70, com a união de Mercury, Brian May e Roger Taylor (Gwilym Lee e Ben Hardy no longa), até o icônico Live Aid, festival de música de 1985, seis anos antes da morte do vocalista (ANSA). |