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Geral 06/11/2018

em Geral
segunda-feira, 05 de novembro de 2018
Inspiracao temsporario

Inspiração do juiz Sérgio Moro, Antonio Dii Pietro fracassou na política

A decisão do juiz Sérgio Moro de abandonar a toga para abraçar a carreira política segue os passos daquele que é considerado uma de suas inspirações, o ex-promotor Antonio Di Pietro, responsável pela Operação Mãos Limpas, que desbaratou um disseminado esquema de corrupção e dizimou o sistema partidário da Itália no início dos anos 1990.

Inspiracao temsporario

Antonio Di Pietro, Promotor da “Mãos Limpas”, em uma imagem de 1995, teve carreira conturbada. Foto: ANSA

Como político, no entanto, Di Pietro nunca alcançou o mesmo sucesso da época de magistratura, e hoje, aos 68 anos, é visto com descrédito por boa parte da opinião pública.

A “Mãos Limpas” investigou 4,5 mil pessoas, indiciou 3,2 mil e obteve cerca de 1,3 mil condenações, redefinindo o mapa político da Itália e causando a extinção da Democracia Cristã e do Partido Socialista Italiano, que governavam o país desde o fim da Segunda Guerra. O desencanto da população com a corrupção da classe política catapultou ao poder um empresário que prometia modernizar a Itália, Silvio Berlusconi, que teria tentado levar Di Pietro para seu governo, o que acabou não acontecendo.

Ainda assim, o então promotor decidiu abandonar a magistratura no fim de 1994, o que abriria caminho para sua carreira política. Em 1996, Di Pietro aceitou um convite do então premier Romano Prodi, de centro-esquerda, para ser ministro das Obras Públicas, cargo do qual se demitiria seis meses depois por causa de uma investigação.
O ex-promotor voltaria a trabalhar com Prodi entre maio de 2006 e maio de 2008, como ministro de Infraestrutura. O ex-premier é egresso da Democracia Cristã, um dos partidos afundados pela “Mãos Limpas”, e liderava uma coalizão de centro-esquerda formada por órfãos dos partidos italianos que desapareceram naquele período.

Entre os dois ministérios, Di Pietro foi senador, deputado e eurodeputado, tendo fundado, em março de 1998, a legenda Itália dos Valores (IdV), de centro-esquerda, que tinha como bandeiras a valorização da legalidade e a transparência administrativa. O ex-promotor rompeu com o IdV em 2014, após ter perdido apoio entre seus filiados por defender uma oposição dura ao governo de Matteo Renzi.

Desde então, Di Pietro cogitou candidaturas a prefeito de Milão e governador e senador de sua região de origem, a pequena Molise, onde teria o apoio do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda. No entanto Renzi, então secretário da legenda, vetou a candidatura.
“E a razão pela qual dissemos não a uma candidatura de Di Pietro é simples: Di Pietro representa uma cultura justicialista que nunca apreciamos, e, com todo o respeito por sua pessoa, essa história representa o passado”, declarou o ex-premier em janeiro de 2018.

Em sua carreira política, Di Pietro adotou um viés marcadamente antiberlusconista, contra as “castas” e de defesa de uma Justiça rápida e severa contra políticos, antecipando de certa forma o discurso antissistema do Movimento 5 Estrelas (M5S), hoje no poder. Quando promotor, usou táticas depois empregadas por Moro, como as prisões para conseguir delações premiadas. Embora popular em um primeiro momento, Di Pietro quase nunca obteve votações expressivas, com exceção de sua vitória para o Senado na Toscana, ainda em 1997, com 67,8% dos votos. Há cerca de um ano, o ex-magistrado fez um mea culpa.

“Fiz uma política sobre o medo e paguei as consequências. O medo das algemas, o medo do, digamos assim, ‘somos todos criminosos’, o medo no qual quem não pensa como eu seja um delinquente. Fiz o inquérito Mãos Limpas, e com ele se destruiu tudo o que era a dita Primeira República: o mal, e havia muito com a corrupção, é que nasceram os chamados partidos personalistas”, disse. Di Pietro também pagou o preço por erros na seleção de dirigentes para seu partido. Um ex-senador do IdV, Sergio De Gregorio, recebeu suborno de Berlusconi para derrubar o governo Prodi em 2008, ao trocar a centro-esquerda pela direita.

Berlusconi chegou a ser condenado a três anos de prisão, mas o crime prescreveu. Outro ex-senador, Antonio Razzi, também abandonou o IdV para aderir ao líder conservador e virou figura folclórica no país por seu apoio ao regime da Coreia do Norte e por falar um italiano bastante pobre (ANSA).

Battisti diz confiar nas instituições brasileiras

Battisti temsporario

Battisti afirmou que não “tem razões” para fugir porque “está amparado pelo Supremo”. Foto: Miguel Schuncariol/AFP

O ex-militante de esquerda Cesare Battisti, condenado na Itália por quatro assassinatos, reafirmou que confia nas instituições “democráticas” do Brasil e voltou a negar os rumores de fuga, depois que o presidente eleito Jair Bolsonaro expressou seu desejo de extraditá-lo. “Reafirmo minha confiança nas instituições democráticas brasileiras, que desde que me encontro aqui garantiram o pleno funcionamento do Estado de Direito. Estado de Direito este que no presente momento faltou em minha ex-pátria, a Itália”, ressaltou Battisti em comunicado.

O italiano, ex-membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), um braço das Brigadas Vermelhas, afirmou que não “tem razões” para fugir porque “está amparado pelo Supremo Tribunal Federal”. Veículos de imprensa italianos informaram que Battisti teria fugido do Brasil para evitar sua extradição, prometida por Bolsonaro para quando assumir Presidência, no dia 1º de janeiro.

Em sua nota, Battisti também esclareceu os comentários feitos a uma rádio da Itália, segundo a qual o ex-militante afirmou que Bolsonaro “só fala” e diz “fanfarrices”. “A palavra fanfarrice foi usada como referência aos boatos de fuga, de nenhuma maneira à pessoa do presidente eleito”, explicou.

Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios na década de 1970, dos quais se declara inocente. Passou 30 anos como fugitivo entre o México e a França e em 2004 fugiu para o Brasil, onde permaneceu escondido três anos até ser detido em 2007. O STF autorizou sua extradição em 2009 em uma decisão não vinculativa que dava a palavra final ao então chefe de Estado, ex-presidente Lula, que a rejeitou em 31 de dezembro de 2010, o último dia de seu mandato (Agência EFE).

Spice Girls podem lançar turnê de retorno

Depois de meses de rumores, as “Spice Girls” podem voltar a se apresentar juntas para uma turnê no ano que vem, mas sem a Victoria Beckham. Segundo o jornal britânico “The Sun”, a banda se reuniu ontem (5) para lançar oficialmente o seu retorno. Formado originalmente por Emma Bunton, Geri Halliwell, Melanie B, Melanie C e Victoria Beckham, o grupo ficou conhecido em 1996, vendeu mais de 90 milhões de discos e, em meio a saídas de integrantes, pausas e complicações, separou-se oficialmente em 2001.

Em setembro deste ano, Melanie B esteve no programa americano “The Late Show”, onde afirmou que a banda lançara a turnê. Ela, Emma Bunton, Melanie C e Geri Halliwell já estão confirmadas, mas Beckham havia declarado que não se uniria novamente à banda. A última vez que todas as Spice Girls se apresentaram juntas foi nas Olimpíadas de Londres, em 2012, e desde então Victoria não apareceu mais com as meninas (ANSA).

Conceição Evaristo foi a homenageada do Enem 2018

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Conceição Evaristo: trechos de suas obras foram impressos nas capas das provas. Foto: Flip/ABr

Agência Brasil

A escritora mineira Conceição Evaristo foi a homenageada no Enem 2018, segundo o Inep. Trechos de sua obra foram selecionados e estão impressos nas capas das provas do Enem. A cada ano o Inep elege uma personalidade ou um tema para as frases.

Os participantes precisam transcrever a frase apresentada na capa do Caderno de Questões para o Cartão-Resposta. Cada tipo de prova – são quatro cores diferentes, além das provas acessíveis – tem uma frase diferente. Segundo o Inep, uma das frases usadas na prova do Enem é: “E não há quem ponha um ponto final na história”.

Negra, nascida em 1946, em uma favela de Belo Horizonte, Conceição Evaristo concluiu o curso normal aos 25 anos e mudou-se para o Rio de Janeiro. É formada em letras pela UFRJ, mestre em literatura brasileira pela PUC-RJ e doutora em literatura comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Publicou Ponciá Vivêncio, seu primeiro romance, em 2003. É autora ainda de Becos da Memória e Insubmissas Lágrimas de Mulheres.

El Chapo, um dos maiores traficantes do mundo, vai a julgamento

Apontado como um dos principais líderes do tráfico de drogas no mundo, o mexicano Joaquín Archivaldo Guzmán Loera, conhecido como El Chapo, começou ontem (5) a ser julgado em Nova York, por assassinatos, narcotráfico e conspirações. Crimes que podem levá-lo à prisão perpétua. Os principais jornais e emissoras de televisão dos Estados Unidos e da Europa destacam o julgamento do narcotraficante.

A idade de El Chapo é incerta porque ele tem documentos com datas distintas de nascimento: em um, teria 61 anos, em outro, 63. El Chapo era o chefe do Cartel de Sinaloa e está preso no Manhattan Correctional Center, desde janeiro de 2017. De acordo com a imprensa internacional, o processo dele tem quase 15 mil páginas.

Detido várias vezes desde 1993, foi capaz de fugas cinematográficas. A caçada a ele envolveu autoridades e agentes dos Estados Unidos e do México. Preso, ele foi extraditado para os Estados Unidos. Os jornais portugueses informam que os advogados de El Chapo afirmam que ele está mal psicologicamente, pois é mantido preso em uma cela solitária, isolado dos demais, o que gera uma série de transtornos, como perda de memória e idéias fixas.

As autoridades norte-americanas afirmam que o isolamento é necessário porque ele já fugiu de prisões de alta segurança. O criminoso negou ser o chefe do Cartel de Sinaloa, organização responsável pelo destino de parte da cocaína enviada para os Estados Unidos, lavagem de dinheiro, sequestros e assassinatos.