140 views 14 mins

Geral 06/09/2017

em Geral
terça-feira, 05 de setembro de 2017
Empresário Joesley Batista. Se comprovada a omissão, os benefícios concedidos aos delatores poderão ser anulados.

Joesley e Saud citam em áudio ex-procurador que ajudou em delação

Empresário Joesley Batista. Se comprovada a omissão, os benefícios concedidos aos delatores poderão ser anulados.Nos áudios entregues pelos advogados da JBS à PGR, os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud dizem que uma pessoa chamada Marcelo – que seria o ex-procurador Marcelo Miller – iria ajudar na aproximação com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot

A informação foi divulgada ontem (5) pela Revista Veja. Conforme a revista, eles também falam que uma integrante da equipe de advogados da empresa estaria preocupada com a possibilidade de a delação atingir ministros do STF.
Na gravação, Joesley diz: “Ele [Marcelo] já contou para o Janot que a gente tem muito mais para contar. Marcelo é do MPF. Ele tem linha direta com o Janot e com outros de lá. Nós somos a joia da coroa deles. O Marcelo já descobriu e falou para o Janot: ‘Janot, nós já temos o pessoal que vai dar todas as provas que precisamos’. A Fernanda [Fernanda Tórtima, advogada que defende a JBS] surtou [com a possibilidade de a delação atingir o STF].
Surtou por quê? Porque entendeu que somos muito mais e podemos muito mais. E aí até a Fernanda perdeu o controle. Ela falou: ‘Nossa senhora, peraí, calma, o Supremo não, peraí, calma, vai f* meus amigos”, disse Joesley, conforme informações divulgadas pela revista. O conteúdo das gravações levou Janot a abrir uma investigação para avaliar a omissão de informações nas negociações das delações de executivos da JBS. Se comprovada a omissão, os benefícios concedidos aos delatores poderão ser anulado, conforme o procurador.
A possibilidade de revisão ocorre diante das suspeitas dos investigadores do MPF de que o empresário Joesley Batista e outros delatores esconderam informações da PGR. No entendimento do procurador, mesmo se os benefícios dos delatores forem cancelados, as provas contra as pessoas citadas deverão ser mantidas, dando sequência às investigações. No entanto, a decisão final cabe ao Supremo. O ministro Edson Fachin vai decidir sobre a retirada do sigilo da gravação da JBS que motivou a abertura do processo de revisão do acordo de colaboração de Joesley Batista, Ricardo Saud e Francisco e Assis e Silva, delatores ligados à JBS (ABr).

Amigos e fãs destacam pioneirismo e coragem de Rogéria

Rogéria citava uma frase que era muito bonita que dizia: “não tenho bandeira, sou a bandeira”.

Amigos e fãs da atriz Rogéria velaram o corpo da artista durante toda a tarde de ontem (5) no Teatro João Caetano, no centro do Rio. Para a atriz Leandra Leal, que produziu o filme Divinas Divas, sobre as primeiras atrizes travestis no Brasil, que teve Rogéria como uma das protagonistas, ela ensinou muito à sociedade brasileira sobre tolerância e respeito à diversidade. “Tem toda uma geração que deve muito a ela, que abriu caminhos. Ela tinha uma frase que era muito bonita que dizia: “não tenho bandeira, sou a bandeira”. Através do talento, da disciplina e obstinação, ela conseguiu viver com seu sonhos”, disse Leandra.
Emocionada, a atriz Jane Di Castro, parceira de vários espetáculos e amiga de Rogéria desde a adolescência, lembrou que o teatro sempre foi o palanque de Rogéria para reivindicar direitos e expor suas ideias. “Se chegamos a essa liberdade que atingimos agora, temos que agradecer a ela e à nossa geração dos anos de 1960. Se não fôssemos nós, não haveria parada gay, nem casamento gay, nada disso. Sempre lutamos com nosso comportamento, nossa audácia para enfrentar a ditadura, a polícia”, disse Jane.
“Nos conhecemos quando eu tinha 15 anos de idade e nunca nos separamos, vivíamos aos tapas de beijos, uma amizade de 60 anos”. Para a artista Isabelita dos Patins, Rogéria é um ícone da família brasileira. “Ela era muito querida e amada pela família. Foi uma professora de todas nós. Brilhou por onde passou, Era uma diva aqui e será no céu”.
A atriz estava internada desde meados de julho devido a complicações de uma infecção urinária. Rogéria morreu na noite de segunda-feira (4). Seu corpo será sepultado na cidade de Cantagalo hoje (6), Região Serrana, onde nasceu. A prefeitura do município decretou luto oficial de três dias. O nome Rogéria foi oficializado em 1964, quando venceu um concurso de fantasias no carnaval. Atuou em dezenas de shows, peças teatrais, filmes e novelas. Produtores e artistas articulam uma campanha para que o Teatro Princesa Isabel, localizado em Copacabana, receba o nome da atriz como uma forma de homenageá-la (ABr).

Unicef alerta para sofrimento com crise de água em Gaza

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), está alertando para a situação precária de moradores da Faixa de Gaza, especialmente crianças. Segundo o órgão, um dos maiores desafios na área é a falta de água potável. Além disso, 70% da população precisam de ajuda para sobreviver e 42% estão desempregados. Entre os jovens, a falta de emprego é ainda maior: 60%.
A Faixa de Gaza tem dois milhões de habitantes, metade são crianças com menos de 18 anos. Os moradores sofrem com falta d’água potável e saneamento básico. O Unicef afirma que apenas 5% da água retirada do aquífero local está pronta para consumo. E, até o fim deste ano, o local deve tornar-se inutilizável. O Unicef diz que, se nada for feito, os danos causados poderão ser irreversíveis em cinco anos.
Várias famílias palestinas tentam contornar a crise de água comprando bombas e garrafões por um alto preço. Mesmo assim, a qualidade não é garantida e muitas crianças ficam doentes com água contaminada. Pelo menos 25% dos moradores de Gaza não têm rede de esgoto. Os casos de diarreia entre crianças menores de três anos dobraram. A crise de eletricidade no local tampouco ajuda. Em abril, muitas famílias tinham menos de seis horas de energia elétrica por dia. A falta de luz afeta também mais de 450 instalações de fornecimento e tratamento de água (ONU News).

PF encontra ‘bunker’ com malas de dinheiro de Geddel

PF apreende dinheiro em imóvel supostamente ligado a Geddel.

A Polícia Federal encontrou ontem (5) diversas malas com milhares de notas em reais em um apartamento que, segundo a investigação, é usado por Geddel Vieira Lima, ex-ministro do presidente Michel Temer. A operação, batizada de “Tesouro Perdido”, foi deflagrada com o objetivo de cumprir mandado de busca e apreensão emitido pela 10ª Vara Federal de Brasília.
De acordo com as autoridades, os valores apreendidos serão levados a um banco. Lá, as notas serão contabilizadas e depositadas em conta judicial. Os malotes de dinheiro foram encontrados após as investigações decorrentes de dados coletados nas últimas fases da peração Cui Bono. Com isso, a PF chegou a um endereço em Salvador, que seria, supostamente, utilizado por Geddel como um “bunker” para armazenar o dinheiro em espécie.
O ex-ministro está preso desde o dia 3 de julho, mas por meio de um habeas corpus conseguiu cumprir prisão domiciliar em sua casa, na capital baiana. Ele foi denunciado por tentativa de atrapalhar as investigações sobre desvios no FI-FGTS, o fundo de investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (ANSA).

Câmara aprova mudanças na Lei de Registros Públicos

O plenário da Câmara aprovou ontem (5) a MP 776, que estabelece mudanças nas certidões de nascimento e casamento. Por 156 votos a 106 e uma abstenção, os deputados votaram favoravelmente às alterações na Lei de Registros Públicos. Entre as alterações, a medida prevê que a naturalidade da criança pode ser o município de nascimento ou a cidade de residência da mãe, desde que seja em território nacional.
A opção deve ser declarada no ato do registro do nascimento. Nos casos de adoção ocorrida antes do registro, poderá ser declarada naturalidade no município de residência do adotante. O texto também autoriza os cartórios a prestar, mediante convênio, outros serviços remunerados à população em credenciamento ou em matrícula com órgãos públicos e entidades interessadas, como a emissão de carteiras de identidade ou de trabalho. O convênio deve ser firmado com entidades situadas na mesma região do cartório.
A medida prevê ainda que o Ministério Público não precise mais ser ouvido antes da averbação de documentos em cartórios, salvo nos casos em que o oficial do cartório solicitar o parecer por suspeitar de algum tipo de fraude nas declarações ou documentação apresentadas. A nova lei dispensa também consulta ao Ministério Público a respeito de correção de erros que não precisem de questionamentos. Se o erro for cometido pelo oficial ou outros integrantes do cartório, não serão cobradas taxas dos interessados na documentação.
Outra mudança da MP é a possibilidade de registrar certidão de falecimento tanto no lugar do óbito, quanto no município de residência da pessoa, conforme apresentação de atestado médico ou declaração de duas testemunhas da morte. Como a medida já passou pelo Senado, segue agora para sanção presidencial (ABr).

Venezuela ‘se dirige’ a um golpe militar

O sociólogo alemão Heinz Dieterich disse que o desenlace da crise na Venezuela poderá ser “trágico e sangrento” e descartou uma contribuição positiva da oposição, considerando que a mesma está “fragmentada” e com a iniciativa “perdida”. Dieterich, de 74 anos, que foi ex-conselheiro do ex-presidente Hugo Chávez e vive no México há quatro décadas, disse ontem (5) que o presidente Nicolás Maduro não entendeu que precisava buscar uma solução negociada e agora está “a um passo do abismo”.
“A Assembléia Nacional está agora quase fechada e a involução democrática interna na Venezuela está cada vez mais focada em direção a um desenlace trágico e sangrento”, disse Dieterich, autor de livros como “The Global Village”, escrito com o famoso intelectual e escritor americano Noam Chomsky e “O fim do capitalismo global”. Para ele, que se afastou de Chávez gradualmente desde 2005, a oposição venezuelana agrupada na Mesa da Unidade Democrática (MUD) é fragmentada e perdeu a iniciativa, enquanto Maduro se equivocou ao “inventar a Assembleia Constituinte” (Ag. Télam).