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Geral 05 a 07/12/2015

em Geral
sexta-feira, 04 de dezembro de 2015

Mesmo com maior participação, negros ainda são 17,4% no grupo dos mais ricos

Os negros (pretos e pardos) eram a maioria da população brasileira em 2014, representando 53,6% da população.

A população que se identifica como preta ou parda cresceu entre a parcela 1% mais rica
da população brasileira

Mesmo assim, segundo dados do IBGE, na Síntese de Indicadores Sociais, eles representam apenas 17,4% do total da parcela mais rica do país. Mais de 79% são de pessoas brancas. Em 2004, havia 12,4% de negros e 85,7% de brancos nesse grupo, que é formado por pessoas que moram em domicílios cuja renda média é de R$ 11,6 mil por habitante.
Por outro lado, a população que forma o grupo 10% mais pobre, com renda média de R$ 130 por pessoa na família, continua majoritariamente negra. O percentual aumentou nos últimos 10 anos. Em 2004, 73,2% dos mais pobres eram negros, patamar que aumentou para 76% em 2014. Esse número indica que três em cada quatro pessoas é negra entre os 10% mais pobres do país.
Segundo o IBGE, os negros (pretos e pardos) eram a maioria da população brasileira em 2014, representando 53,6% da população, enquanto as que se declaravam brancas eram 45,5%. Em 2004, o cenário era diferente, pouco mais da metade se declarava branca (51,2%), enquanto a proporção de pretos ou pardos era 48,2. Os brancos eram 26,5% dos mais pobres em 2004 e sua participação nessa fatia da população caiu para 22,8% em 2014.
Se considerada a população total de negros no Brasil, 38,5% deles estavam entre os 30% mais pobres da população em 2014, valor inferior aos 41,6% registrados em 2004. Houve um aumento da proporção de brancos que se encaixam nessa faixa de renda: de 19,1% em 2004 para 19,8%. Já os negros que estão entre os 30% mais ricos são 20,1% do total da população desta cor no Brasil. Para os brancos, esse percentual é de 41,9% e praticamente não se alterou em relação a 2004, quando era de 41,9%.
Em 2004, 17,2% dos negros estavam entre os 30% mais ricos dos brasileiros. Para avaliar a desigualdade de renda, o IBGE calculou o Índice de Palma no Brasil, indicador que avalia quanto a mais os 10% mais ricos se apropriam do total dos rendimentos em relação aos 40% mais pobres. Segundo a pesquisa, o rendimento dos 10% mais ricos concentrava um valor 4,3 vezes maior que os 40% mais pobres do país em 2004, valor que caiu para 3,1 vezes em 2014.
Os números do IBGE mostram que, em 2014, os 40% mais pobres do Brasil recebiam 13,3% do total da massa de renda do país, percentual se manteve praticamente estável entre 2011 e 2014, depois de ter crescido de 2004 (10,6%) a 2011 (13,1%). A população que fica na faixa intermediária, entre os 40% mais pobres e os 10% mais ricos, elevou sua participação de 43,9% do total da renda para 45,6%. Já os 10% mais ricos detinham 45,5% do total dos rendimentos em 2004 e perderam participação, chegando a 41% em 2014 (ABr).

Quanto maior a escolaridade, maior a desigualdade de renda entre homem e mulher

Segundo a pesquisa, 90,7% das mulheres que trabalhavam em 2014 também realizavam tarefas domésticas.

O rendimento médio por hora de uma mulher no Brasil equivale a 74% do rendimento médio de um homem. Essa diferença aumenta conforme são adicionados mais anos de estudo ao currículo. Os dados foram divulgados pelo IBGE. Para a população ocupada que possui 12 anos ou mais de estudo, o rendimento-hora médio das mulheres equivale a 66% do verificado para os homens. Em 2004, essa diferença era maior, com mulheres ganhando, em média, 61% da remuneração masculina. Entre a população menos escolarizada, com até quatro anos de educação formal, essa proporção sobe para 78%.
Os dados mostram, no entanto, que esse grupo de mulheres menos escolarizadas, perdeu renda frente aos homens. Em 2004, seu rendimento-médio por hora equivalia a 79% da renda masculina. A pesquisa mostra que, ao longo de dez anos, a renda das mulheres avançou apenas quatro pontos percentuais em relação a dos homens, de 70% para 74%. No período analisado, tanto homens quanto mulheres tiveram uma redução em sua jornada total de trabalho, que inclui tanto o tempo gasto no emprego formal quanto o dedicado aos afazeres domésticos.
Em média, um homem brasileiro trabalha 41,6 horas semanais em seu trabalho principal e mais 10 horas no trabalho doméstico, o que gera uma jornada total de 51,3 horas. Já para as mulheres, o tempo gasto nas tarefas domésticas caiu de 22,3 horas semanais para 21,2 horas, de 2004 para 2014. Essa queda explica a redução da jornada total, que passou de 57,2 horas para 56,3 horas semanais. O tempo investido no trabalho formal se manteve de 2004 para 2014: 35,5 horas.
Segundo a pesquisa, 90,7% das mulheres que trabalhavam em 2014 também realizavam tarefas domésticas, percentual muito próximo dos 91,3% registrados em 2004. Ao longo desses 10 anos, a variação da mesma estatística para homens foi de 46% para 51%. Em relação à formalização, houve melhora para as mulheres: de 2004 a 2014, cresceu 60% o número de mulheres ocupadas em trabalhos formais, enquanto para os homens essa alta foi 43,6% (ABr).

Quatro em cada dez domésticos contribuem para a Previdência

O número de empregadas domésticas que contribuem para a Previdência Social aumentou entre 2004 e 2014, de acordo com dados do. No ano passado, 40,3% das domésticas pagavam para ter acesso às garantias previdenciárias. Dez anos antes o percentual era de 27,8%.
O maior patamar de contribuição é verificado entre as domésticas que trabalham 40 horas ou mais por semana, grupo em que mais da metade (56,8%) já paga para ter direito às garantias previdenciárias. Entre as que trabalham 39 horas ou menos, o percentual está em 23,2%.Os dados sobre as empregadas domésticas incluem tanto as formalizadas quanto as que não têm carteira assinada.
O trabalho informal no país teve uma queda de mais de 10% em relação a 2004, mas registrou o único aumento na década analisada entre os anos de 2013 e 2014, quando passou de 42% para 42,3%. A qualificação dos trabalhadores aumentou em praticamente todas as atividades da economia, mas o crescimento teve destaque na administração pública e nos serviços sociais, de educação e saúde (ABr).

PAPA DIZ QUE CRISTÃOS E MUÇULMANOS
SÃO IRMÃOS

O papa Francisco pediu ontem (30), que muçulmanos e cristãos se unam, condenando a violência realizada em nome de Deus na República Centro-Africana (RCA), em seu último dia de visita ao país, encerrando giro histórico pela África. “Cristãos e muçulmanos são irmãos e irmãs”, declarou. “Vamos permanecer unidos e dar fim a qualquer ação que desfigure a face de Deus e que tenha como objetivo defender interesses cobertos, em detrimento do bem comum”, disse.
“Juntos, vamos dizer não ao ódio, a violência, a vingança, especialmente aquela realizada em nome de Deus”, concluiu, em encontro com a comunidade muçulmana na mesquita de Koundoukou, no bairro de PK 5. Região de conflito é extremamente perigosa, considerada “terra de ninguém”. Ele chegou ao local em veículo aberto, sem proteção contra balas.
Papa viajou à RCA em meio a preocupações sobre sua segurança, trazendo uma mensagem de paz e reconciliação para um país onde a violência entre cristãos e muçulmanos causou o deslocamento de cerca de 1 milhão de pessoas nos últimos dois anos. “Cristãos e muçulmanos e membros de religiões tradicionais viveram pacificamente por muitos anos”, lembrou. Durante a visita, Francisco tirou os sapatos, se ajoelhou e ficou em silêncio diante do mirabe, área da mesquita construída na direção da cidade sagrada de Meca (ANSA).

Reorganização é adiada e será rediscutida “escola por escola”

O governador Geraldo Alckmin anunciou o adiamento da reorganização escolar.

A reorganização escolar proposta pelo governo de São Paulo, que seria implantada em 2016 e levaria ao fechamento de 93 escolas, foi suspensa para que seja aberto diálogo com a comunidade escolar no próximo ano. O anúncio foi feito na sexta-feira (4) pelo governador Geraldo Alckmin. “Nossa decisão é adiar a reorganização e rediscuti-la escola por escola, com a comunidade, com os estudantes e, em especial, com os pais dos alunos”. Os estudantes permanecem estudando nas escolas onde estão matriculados.
A medida que propõe separar estudantes por ciclo escolar (fundamental 1 e 2 e médio) enfrenta resistência de alunos, pais e professores. Mais de 200 escolas foram ocupadas para reivindicar a suspensão da reorganização, que afetaria 311 mil alunos. Ontem (3), Ministério Público e Defensoria Pública entraram com um pedido de liminar para suspender a medida.
Além das ocupações, estudantes bloquearam avenidas importantes da capital paulista e foram reprimidos pela Polícia Militar. Alckmin reforçou que está convicto de que a reorganização é a uma medida importante para a melhoria do ensino, mas que atenderá ao pedido dos estudantes. “Recebi a mensagem dos estudantes e dos seus familiares com as suas dúvidas e preocupações com relação à reorganização das escolas no estado de São Paulo”, afirmou (ABr).

Força-tarefa vai atuar em casos relativos à Lava Jato

Procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e os integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) acolheram proposta da 5ª Câmara de Combate à Corrupção (CCR) do Ministério Público Federal (MPF) para instituir uma força-tarefa que vai atuar nos casos relativos à Operação Lava Jato que estão no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão foi tomada durante sessão extraordinária do Conselho Superior do MPF.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), a nova força-tarefa é o terceiro grupo do MPF voltado para a Lava Jato. Desde abril de 2014, 12 procuradores já atuam na primeira instância da Justiça Federal do Paraná. No início deste ano, uma segunda força-tarefa foi criada para auxiliar o procurador-geral da República nas ações da Lava Jato relacionadas ao STF. Neste grupo atuam membros do MPF e também do Ministério Público do DF. Essa força-tarefa começa a atuar imediatamente e é formada por cinco subprocuradores-gerais da República (ABr).