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Geral 04/10/2016

em Geral
segunda-feira, 03 de outubro de 2016
O PT encerrou seu ciclo político nacional e agora terá que se reformular. Seu espaço está começando a ser ocupado pelo PSOL.

Lava Jato e crise econômica destroçaram PT nas eleições

O PT encerrou seu ciclo político nacional e agora terá que se reformular. Seu espaço está começando a ser ocupado pelo PSOL.

Vitorioso nas eleições de 2012 e cheio de promessas de mudar o Brasil, o Partido dos Trabalhadores (PT) sofreu um revés nas urnas no último domingo (2), quando milhares de brasileiros votaram para eleger vereadores e prefeitos

Ao perder a Prefeitura de São Paulo, que estava com Fernando Haddad, e de outras cidades importantes, como em seus redutos no nordeste, o PT encerrou seu ciclo político nacional e agora terá que se reformular caso ainda queira ser o principal nome da esquerda no país – espaço que já está começando a ser ocupado pelo PSOL.
No Rio de Janeiro, o PSOL disputará o segundo turno com seu candidato Marcelo Freixo, que enfrentará o pastor Marcelo Crivella (PRB). Em Belém, o PSOL também está na disputa da Prefeitura com Edmilson contra Zenaldo Coutinho (PSDB). “O PT saiu destroçado das eleições”, disse o cientista político e professor do Insper Carlos Melo. De acordo com ele, a Operação Lava Jato foi um dos fatores que levaram à decadência do PT, mas a crise econômica também fora determinante para a perda de apoio nas urnas.
“Certamente este cenário está ligado aos efeitos da Lava Jato, mas também da crise econômica. Em 2012, quando foram cumpridos os mandatos de prisão dos líderes do PT envolvidos na Lava Jato, o PT ganhou em várias capitais, inclusive São Paulo, porque, naquele momento, havia outro contexto econômico”, disse Melo. Segundo o especialista do Insper, a tendência é que o ciclo pós-eleições do PT seja de reestruturação interna e debandada, com membros se desfiliando do partido e encerrando a possibilidade de vitória nas eleições de 2018, mesmo se Lula, que já é réu em dois processos, se candidatar.
Sem Lula, sem Haddad e sem um sucessor concreto de Dilma Rousseff, que sofreu um impeachment em agosto, as chances do PT se reduzem significativamente. “Até 2018 é pouco tempo para reverter a imagem do PT, que deve passar por várias mudanças internas, as quais tendem a dilacerar o partido nos próximos anos. Também não sabemos se o PT conseguirá se reerguer”, disse Melo. Se, por um lado, o PT sinalizou sua decadência nas urnas, o rival PSDB conseguiu um feito inédito em São Paulo: vitória no primeiro turno com o candidato João Dória Júnior, apoiado pelo governador Geraldo Alckmin, que deve tentar a candidatura presidencial em 2018.
“A eleição em São Paulo é uma vitória importante, mas simbólica. Doria foi eleito com apenas um terço dos votos, então Alckmin está longe de ser o ‘líder’ do eleitorado paulista”, ressaltou Melo. “Houve muita euforia com a vitória do PSDB, mas os números precisam ser vistos com cuidado”. O especialista também sugeriu que a mesma análise seja feita em relação ao PMDB e ao governo do presidente Michel Temer. “A base do Temer saiu vitoriosa, mas isso não significa que seja favorável para o governo, porque é uma base fragmentada, nem todos apoiam as reformas do presidente” (ANSA).

Bate recorde o número de empresas criadas no ano

O recorde de novas empresas foi determinado pelo chamado empreendedorismo de necessidade.

Entre janeiro e julho de 2016 o Brasil registrou a criação de 1.199.373 novas empresas, o maior número para o período desde 2010, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas. Trata-se de uma quantidade 1,8% superior à registrada nos sete primeiros meses de 2015, quando ocorreram 1.178.356 nascimentos. Em julho/2016 o indicador detectou a criação de 178.633 novas empresas, número 4,7% menor do que o apurado em julho/2015, quando os nascimentos foram de 187.392.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, o recorde de novas empresas criadas no país nos primeiros sete meses de 2016 foi determinado pelo chamado empreendedorismo de necessidade: dada a destruição de vagas no mercado formal de trabalho, pessoas que perderam seus empregos estão abrindo novas empresas visando a geração de alguma renda, tendo em vista as dificuldades econômicas atuais.
Além disto, o processo mais facilitado e menos burocratizado de formalização de pequenos negócios trazido pela lei do MEI também tem impulsionado a criação de novas empresas nesta categoria. O número de novos Microempreendedores Individuais (MEIs) nascidos nos sete primeiros meses deste ano foi de 953.060 contra 888.837 no mesmo período de 2015, alta de 7,2%. As Sociedades Limitadas registraram criação de 103.433 unidades, representando queda de 13,5% em relação ao intervalo anterior, quando 119.622 empresas surgiram.
A criação de Empresas Individuais caiu 30,2%, a maior queda entre as naturezas jurídicas, com um total de 75.451 novos negócios entre janeiro e julho de 2016; de janeiro a julho do ano passado, o número foi de 108.128. O nascimento de novas empresas de outras naturezas teve alta de 9,2%, com 67.429 nascimentos nos primeiros sete meses do ano, contra 61.769 no mesmo período de 2015 (Serasa Experian).

Reino Unido inicia saída da UE em março de 2017

A primeira-ministra britânica, Theresa May, prometeu dar início ao processo formal para deixar a União Europeia (UE) até março de 2017. “Vamos invocar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa antes do final de março do próximo ano”, disse May durante conferência anual do Partido Conservador, em Birmingham. O Artigo 50 regula os passos que um país deve dar para sair da UE. Após acioná-lo, o Reino Unido terá um período de dois anos para fechar os acordos mais complexos da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
“É importante não só para o Reino Unido, mas também para toda a Europa que possamos fazê-lo [sair da UE] da melhor maneira possível, causando a menor perturbação possível”, disse May. Em junho, os britânicos foram às urnas para votar se gostariam ou não de deixar a União Europeia, no que ficou conhecido como o Brexit – união das palavras Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída, em inglês). Em uma decisão inesperada, a maioria optou pelo “sim”.
Defensor da permanência na UE, o então premier David Cameron renunciou ao cargo, alegando ser incapaz de conduzir o país nesta nova fase, e May assumiu com a função de coordenar a saída do bloco.
“O Parlamento colocou a decisão para deixar ou permanecer dentro da UE nas mãos do povo. E o povo respondeu com clareza enfática”, comentou May.

Japonês que pesquisou autofagia leva Nobel de Medicina

Cientista japonês Yoshinori Ohsumi, Prêmio Nobel de Medicina de 2016.

O cientista japonês Yoshinori Ohsumi ganhou o Prêmio Nobel de Medicina de 2016 pela sua descoberta do mecanismo de autofagia, processo pelo qual as células “digerem” partes de si mesmas. O anúncio feito ontem (3). Em organismos de seres desnutridos, a autofagia é uma das estratégias de sobrevivência e permite que as células redistribuam os nutrientes para conseguir executar as atividades mais essenciais à vida.
O conceito de autofagia já tinha sido descoberto em 1960, quando cientistas observaram que as células eram capazes de destruir seus próprios componentes e os transportar para a unidade celular chamada de lisossomo. Em 1990, Ohsumi, pesquisador da Universidade de Tóquio, fez uma série de experiências com levedura para identificar os genes ligados à autofagia. O Nobel de Medicina é oferecido desde 1901 e o pesquisador mais jovem a receber o prêmio foi Frederick G. Banting, que tinha 32 anos em 1923 e descobriu a insulina.
Hoje (4), será anunciado o Nobel de Física, amanhã (5) o de Química, e na sexta (7) o da Paz. O de Economia será anunciado na segunda-feira da próxima semana, dia 10 (ANSA).

Pena para oficial de cartório que auxiliar tráfico de criança

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara aprovou proposta que aumenta a punição para notários e oficiais de registro que promovam ou auxiliem o tráfico de crianças e de adolescentes para o exterior. O texto aprovado é o substitutivo do relator, deputado Miguel Lombardi (PR-SP), ao projeto do Senado.
Atualmente, o ECA prevê pena de reclusão de quatro a seis anos, mais multa, para a prática de ato destinado ao envio de criança ou de adolescente ao exterior com inobservância das formalidades legais ou com o objetivo de obter lucro. Quando há emprego de violência, grave ameaça ou fraude, o estatuto prevê pena de seis a oito anos, além da pena correspondente à violência.
Pelo texto aprovado, se o ato for praticado por notários e oficiais de registro, no desempenho de seu ofício, as penas serão aumentadas em um terço. Além de prever o agravamento da pena, o relator acrescentou a perda da delegação para o notário ou oficial de registro que, no exercício de suas funções, tenha participado dolosamente nos crimes. A proposta será analisada ainda pela Comissão de Constituição e Justiça e pelo Plenário (Ag.Câmara).