Apandemia colocou uma série de novos desafios ao varejo, principalmente em relação ao comércio digital. E alguns desses desafios vieram para ficar. Mais do que vender, é necessário garantir a satisfação do consumidor, que deseja uma entrega rápida e eficiente, de preferência no mesmo dia.
Atender a esse cliente cada vez mais exigente requer uma cadeia de suprimentos que funcione bem, em sintonia e com precisão como um relógio, desde a captação da matéria-prima para a elaboração do produto até a entrega final no endereço do consumidor ou na pronta-entrega na loja física.
Quando essa cadeia de suprimentos – também chamada de supply chain – não funciona direito, toda o setor de varejo fica comprometido. Ou seja, toda essa logística precisa ser devidamente gerenciada pelo varejista para evitar perda de vendas. Para entender a importância da gestão do supply chain, o que acontece quando a pessoa deseja determinado produto e não encontra à disposição na loja física ou virtual? Simples: ela vai comprar em outro lugar, muitas vezes ao alcance de um clique na loja on-line da concorrência.
O supply chain foi um dos temas principais da National Retail Federation (NRF), um dos mais prestigiados eventos anuais globais dedicados às tendências do varejo, em todo o mundo. Em sua 110ª edição, realizada em Nova Iorque no mês de janeiro, o evento voltou a ser presencial e contou com a participação de representantes do varejo e de consultores de todo o mundo. Durante os dias do evento, foram debatidos temas como o varejo pós-pandemia, o metaverso em varejo, sustentabilidade e outros.?
“O supply chain ganha importância cada vez maior, pois ele é parte relevante para uma boa experiência de compra por parte do consumidor”, explica Natália Sperati, sócia de consultoria em Transformação de Negócios da EY para o setor de Varejo e Bens de Consumo. “O supply chain está ganhando protagonismo muito grande no varejo, pois a entrega eficiente é parte do valor de compra que o consumidor deseja”, diz Natália.
Opinião semelhante tem o sócio-líder de Operações em Supply Chain da EY para a América do Sul, Lucas Horta. “O perfil do consumidor está mudando rapidamente. Há novas exigências de customização, personificação e celeridade. Isso aumenta muito o nível de exigência do supply chain”, explica Horta, que ilustra a importância da cadeia de suprimentos para o processo como um todo, desde a logística para a elaboração do produto até a venda: “se o supply chain não for bom, o seu produto não vai estar na gôndola”, esclarece.
Não à toa, um dos assuntos discutidos nos Estados Unidos foi o “quick commerce” – processo de entrega entre 15 minutos e 2 horas. O consumidor deseja que a sua encomenda seja entregue em um prazo cada vez menor, o que aumenta os desafios logísticos para o varejista. Afinal, não é fácil lidar com questões como falhas no abastecimento de matéria-prima, falta de entregadores e trânsito pesado nas cidades. Caso o varejista não consiga superar os desafios cotidianos, corre o risco de perder o cliente para a concorrência. “Isso torna o supply chain uma área cada vez mais estratégica do negócio”, explica Natália.
Outro assunto que ganhou destaque na NRF é a força crescente do consumidor na China, o que torna um país um verdadeiro hub de tecnologia para o varejo, com novas soluções para toda a cadeia de consumo, por meio da tecnologia avançada. “A China tem pelo menos 500 milhões de consumidores com bom poder de compra. A classe média chinesa hoje é maior do que os Estados Unidos, o que nos dá uma noção da importância do mercado chinês”, diz Natália. – Fonte: Agência EY.