Técnicas de redução de ansiedade ajudam a acertar pênaltis
Trabalho experimental realizado com atletas da base mostrou que é possível prepará-los para um dos momentos- chave do futebol
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Denis Pacheco/Jornal da USP
Uma pesquisa realizada na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP confirmou que uma técnica associada à psicologia cognitivo-comportamental e aplicada em atletas de futebol pode reduzir o estado de ansiedade no momento da cobrança de pênalti. A tese de doutorado defendida pelo psicólogo Daniel Donadio de Mello teve como principal objetivo auxiliar atletas da categoria de base em um dos momentos-chave do futebol.
Apesar de ser um esporte coletivo, o desempenho individual de um atleta pode definir o resultado de um jogo ou mesmo de um campeonato, ressalta Mello. “Especialmente em cobranças de pênalti, o destino da partida encontra-se nos pés do cobrador”, registra ele ao salientar que controlar a ansiedade que antecede as cobranças pode ser crucial na marcação ou não de um gol. Durante seu estudo experimental foi testado um protocolo de biofeedback, numa tentativa de reduzir o estado de ansiedade em atletas amadores de futebol de campo de 15 e 16 anos de idade.
Feedback é o termo em inglês para retroalimentação, qualquer processo por meio do qual uma ação é controlada pelo conhecimento do efeito de suas respostas. No biofeedback, a retroalimentação é aplicada para sistemas biológicos. Assim, diferentes técnicas buscam auxiliar no controle voluntário de funções corporais e processos que, em geral, se dão de forma inconsciente. Fica mais fácil entender o conceito aplicado na prática.
No caso deste estudo, antes de rodadas de cobranças de pênalti, foram introduzidos na rotina jogos de computador especialmente adaptados para dar retorno aos jogadores conforme conseguissem reduzir a ansiedade. Ligados a aparelhos que captam sinais fisiológicos, tais como respiração e batimentos cardíacos, os atletas recebiam uma resposta imediata do jogo, que podia ficar mais fácil ou mais difícil, conforme o estado de ansiedade. “O atleta joga, por exemplo, jogos de corrida, e caso ele consiga relaxar, recebe um feedback positivo”, exemplifica o psicólogo.
Médias de ansiedade
Os participantes de um grupo experimental foram avaliados antes de duas competições de pênaltis, que aconteceram antes e depois de quatro encontros de intervenção com o protocolo de biofeedback e psicologia cognitivo-comportamental (aplicação de técnicas para modificar pensamentos, emoções e crenças disfuncionais do indivíduo). “Foram 34 atletas durante uma semana de trabalho”, relembra Mello, que considera curta a duração do experimento.
Antes de cada dia, foi aplicado um questionário internacionalmente reconhecido para medir a ansiedade dos atletas.O estudo dividiu os jogadores entre dois grupos, um ativo e um de controle, em que apenas um deles recebia a intervenção. “Os resultados foram interessantes porque notamos uma redução bastante significativa em jogadores que passaram pela intervenção”, confirma o especialista. Foi possível notar uma considerável redução nas médias de ansiedade nos atletas do grupo ativo:
• 28,3% do valor pré-treino para ansiedade cognitiva (presença de pensamentos negativos em relação ao seu desempenho desportivo);
• 18,64% na ansiedade somática (mudanças fisiológicas como aumento da frequência cardíaca, suor nas mãos, tensão muscular, palidez e mãos frias);
• 16,28% na influência negativa na autoconfiança.
Campo fértil
Para Mello, novos estudos sobre os efeitos do protocolo de treinamento de biofeedback com técnicas da psicologia cognitivo-comportamental devem ser realizados, pois podem contribuir com informações úteis à comunidade científica e preparação mental dos atletas. “Psicólogos do esporte trabalham com técnicas semelhantes e esses estudos revelam resultados eficientes, ou seja, confirmam que é importante ter uma pessoa especializada na equipe esportiva, um psicólogo que esteja dentro das agremiações esportivas”, destaca.
Futuros trabalhos também devem ser feitos com um maior número de encontros de intervenção, para verificar se com um treinamento mais longo o efeito de redução de ansiedade poderia ser ainda mais significativo. “Acredito que aumentar o número de encontros deve ajudar a medir um impacto maior. Algo que pode ser feito até com outras populações, com atletas profissionais, de outras modalidades, em outros estados, até mesmo em outros países”, elabora ele.
Memorial da América Latina será a nova sede de festival de bicicleta
A organização do Shimano Fest – O Festival da Bicicleta, que neste ano chega à sua nona edição, apresenta a primeira grande novidade para o evento em 2018. Depois de ser realizado por três anos seguidos no Jockey Club de São Paulo, agora será a vez do Memorial da América Latina receber o maior festival de bike da América Latina, entre os dias 14 e 16 de setembro. O espaço é um centro cultural, de artes e lazer, inaugurado em 1989 na cidade de São Paulo, na Barra Funda, com o seu conjunto arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer.
“Estamos muito contentes em anunciar que o Shimano Fest – O Festival da Bicicleta esse ano vai para um local muito prestigiado da cidade, o Memorial da América Latina. Teremos um evento ainda maior e realizado em uma região bastante central e de fácil acesso, ao lado do Metrô Barra Funda. Serão cerca de 6.000 metros quadrados de área coberta, não só na parte da exposição, mas também onde ficarão as lojas, para que não falte conforto para expositores, lojistas e público”, enaltece Rogerio Tancredi, gerente de marketing e comercial da Shimano Latin America.
Realizado pela primeira vez em 2010, o Shimano Fest nasceu para difundir os benefícios e prazeres da bicicleta para um maior número de pessoas. Um Festival gratuito e aberto ao público, onde todos são bem-vindos. Não existem tribos, nem distinção entre modalidades, mas sim a paixão pela bicicleta, para todos que quiserem conhecer melhor esse universo, e, claro, para aqueles que querem declarar seu amor pela magrela.
“Para nós, a realização do evento neste maravilhoso espaço de arte, cultura e integração, é a chance de inserir a bicicleta nos planos da população de uma forma lúdica. É a possibilidade de chamar ainda mais atenção à essa festa democrática, porque a bicicleta é um instrumento democrático e de inclusão”, destaca Rogerio Tancredi. “O Shimano Fest no Memorial da América Latina é também uma oportunidade de abrir mais portas, mais espaço e mais atenção para a bicicleta como ferramenta de bem-estar, lazer e mobilidade sustentável”, finaliza o gerente.
O Festival da Bicicleta – Ao todo, o Shimano Fest recebeu 101.000 visitantes entre 2010 e 2017, consolidando-se como o maior evento de bike da América Latina. Realizada entre 14 e 17 de setembro do ano passado, a oitava edição obteve números que impressionam. Estiveram no Jockey Club de São Paulo, em quatro dias, 25.500 pessoas, em um evento em que o foco principal esteve na interatividade e experiência do público consumidor, com um crescimento de 25% no número de participantes em relação à temporada anterior.
Outros números deram o tom do que foi o evento em 2017: a quantidade de lojistas presentes praticamente dobrou, foram 5.400 visitantes contra 3.000 em 2016. Após registrar 1.700 bikes no bicicletário no Shimano Fest 2016, a oitava edição atingiu a marca de 4.300 magrelas estacionadas no local. O test-ride, reformulado e com uma pista bem maior e desafiadora, teve 4.800 testes realizados, ou seja, a interatividade foi a grande marca do festival no ano passado. O Pedal Inclusivo, para deficientes visuais, e as três toneladas de alimentos arrecadados para doação, também foram pontos importantes do evento.