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O que vale mais: experiência ou a vontade de aprender?

em Especial
sexta-feira, 02 de outubro de 2020

Uranio Bonoldi (*)

O título desse texto é uma questão recorrente no momento da contratação ou mesmo para quem procura emprego. Do lado da empresa há a dúvida: ao buscar um profissional que atenda ao perfil da vaga, qual a melhor opção? Um que atue há mais tempo no mercado, com mais experiência ou um recém-formado que irá precisar de um apoio maior? É normal que a empresa procure por pessoas que obtenham melhor desempenho no processo seletivo, – mas vem a pergunta: o que é mais valorizado nesse processo?

A experiência de muitos anos atuando ou a velocidade de aprendizagem e execução das tarefas? A empresa precisa avaliar seu quadro de profissionais e definir qual pode ser o melhor perfil para o momento e, a regra que pode valer mais a pena é procurar o melhor equilíbrio entre os dois perfis. Ou será que não? O mercado de trabalho hoje guarda inúmeros desafios.

Minha proposta e reflexão se dá por conta dos perfis profissionais que estão atuando lado a lado e que são diferentes: temos os profissionais que fazem parte dos baby boomers (nascidas entre os anos de 1940 a 1960) e a geração X (nascidas entre 1960 e 1980), – pessoas que valorizam mais a segurança do trabalho e a estabilidade financeira.

Do outro lado encontramos a geração Y ou millennials (nascidos entre 1980 a 1995), – preocupados com causas sociais e comprometidos com os próprios valores. Vamos entender melhor o perfil de cada um? Profissionais experientes – nascidos a partir dos anos 60 possuem experiência e sabedoria a seu favor, passaram por acontecimentos políticos históricos e por isso são mais fiéis ao trabalho, possuem mais resiliência e, normalmente, preferem a estabilidade.

Profissionais recém-chegados ao mercado de trabalho – geração Y nasceram com a transformação digital, são hiperconectados e multitarefas, conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo com rapidez e priorizam experimentar novos desafios. Outro ponto a ser destacado é que esse tipo de profissional é engajado às causas sociais e analisam o propósito da empresa.

O importante nesse encontro de gerações dentro do ambiente corporativo é que haja integração. Fazer com que as habilidades e costumes dos diferentes perfis profissionais se complementem, já que a experiência e sabedoria dos veteranos, pode motivar para um aprendizado maior dos novatos. Parece clichê “ouça os mais velhos”, mas não é. Essa interação gera um resultado muito positivo para os dois lados.

Ao longo da minha carreira como gestor de empresas e professor, observo como os perfis agregam entre si e colaboram um com o outro, tanto no aprendizado, como no dia a dia, a interação e a troca de experiências e conhecimento entre estes perfis, pelo seu convívio, é fundamental para o desenvolvimento das habilidades sócio emocionais e, às vezes, isso é praticado intuitivamente.

O mercado é amplo e as oportunidades são diferentes, o que precisa ser levado em consideração é o perfil para a vaga independentemente da idade do profissional. Esse relacionamento pode gerar valor e ganhos inestimáveis para o profissional e para a empresa.

(*) – É professor para turmas de MBA na Fundação Dom Cabral, palestrante e escritor (www.uraniobonoldi.com.br).