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Inteligência Artificial: o fim do trabalho ou o início de novas oportunidades?

em Especial
quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Eduardo Mitelman (*)

Quando se fala em Inteligência Artificial (IA), o tema é rapidamente ligado às alterações que a ferramenta vai causar no dia a dia. O receio é ainda maior quando o assunto é trabalho. Um levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que 37% dos empregos no Brasil devem ser influenciados pela IA nos próximos anos.

Realmente, a IA deve causar muito impacto na forma como vivemos o trabalho. Digo isso por entender que essa ferramenta, que avançou de forma exponencial nos últimos anos, deve seguir em evolução. Mas calma! Embora a tecnologia possa trazer alterações no mercado de trabalho, isso não significa que seremos substituídos pela máquina.

Assim como muitos, nunca fui uma pessoa técnica, mas fico impressionado com a forma como a IA pode ser usada para agilizar o trabalho, apoiar na criação de campanhas e trazer insights personalizados para estratégias. Isso já é reconhecido pelo mercado: Um estudo da Universidade de Oxford aponta que competências relacionadas à IA podem elevar salários em até 40%.

Mas então, por que tanto receio com a Inteligência Artificial? Essa pergunta foi respondida recentemente em uma pesquisa do LinkedIn feita em todo o mundo. Os dados revelam que um em cada três entrevistados tem receio de não conseguirem se manter atualizados sobre os avanços da IA, ao mesmo tempo que 56% dos profissionais sentem que precisam aprofundar seus conhecimentos em IA para se manterem no mercado de trabalho.

Talvez, a resposta crua seja o “medo” da mudança. E a má notícia é que a IA mal começou a alterar a forma como trabalhamos. Mesmo que a IA venha sendo inserida aos poucos nas atividades do dia a dia. O uso ainda é, na maioria dos casos, mais básico. Porém, a oportunidade de usar a ferramenta com alta performance já está na mesa – e exige preparo.

Para que o país acompanhe as tendências mundiais de IA no trabalho, não basta o esforço de aprendizado apenas dos colaboradores, mas também das empresas em geral para oferecerem oportunidades de desenvolvimento.

Enquanto o cenário se reformula para que a IA seja definitivamente introduzida nas operações, este tempo de adaptação mostra um caminho onde empresas e colaboradores precisam evoluir em direção ao domínio desta nova tecnologia. Isso significa que este momento pede um olhar especial de líderes para oferecer condições para que seus colaboradores se desenvolvam e se qualifiquem para esse futuro próximo.

Construindo uma percepção afastada da ficção e do receio de ser substituído pela máquina, empresas e colaboradores podem aprender juntos a usar a IA ao seu favor de forma responsável.

Para isso, basta dar um primeiro passo e procurar entender como a Inteligência Artificial pode otimizar processos e melhorar a eficiência de departamentos inteiros.

(*) – É fundador da startup DNA Conteúdo Digital e cofundador da Inner AI, uma startup de IA (https://dnaconteudo.com/).