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Gastos com saúde privada no Brasil somam R$ 231 bilhões de 2010 a 2017

em Especial
sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Os serviços da saúde privada foram os principais gastos das famílias brasileiras com o setor, revelou o IBGE, através da pesquisa Conta Satélite de Saúde, que compara dados de 2010 a 2017

Cristina Indio do Brasil/ABr

Despesas com médicos e com planos de saúde lideram o ranking. No total, os gastos somaram R$ 231 bilhões, cerca de 3,5% do PIB. Na despesa de consumo final do governo, o destaque foi a saúde pública, com R$ 201,6 bilhões,3,1% do PIB.

Os gastos no consumo de bens e serviços de saúde no Brasil alcançaram, em 2017, o equivalente a 9,2% do PIB. Isso representou o total de R$ 608,3 bilhões. A maior parte, R$ 354,6 bilhões, que correspondem a 5,4% do PIB, foi com despesas de famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias. As despesas de consumo do governo atingiram R$ 253,7 bilhões, ou seja, 3,9% do PIB. Ainda em 2017, a despesa per capita com o consumo de bens e serviços de saúde, ficou em R$ 1.714,6 para famílias e instituições sem fins lucrativos a serviço das famílias. Para o governo somaram R$ 1.226,8.

Na área de saúde é muito comum mais de uma ocupação. Foto: Divulgação/Internet

A participação das atividades de saúde no Valor Adicionado Bruto (VAB), que indica a renda criada em cada atividade econômica em determinado período, subiu de R$ 202,3 bilhões (6,1%), em 2010, para R$ 429,2 bilhões (7,6%), em 2017. O maior aumento de participação ocorreu na saúde privada. Segundo o IBGE, esse item atingiu 3,0% do VAB total da economia, em 2017, enquanto em 2010, era de 2,1%.

Entre 2010 e 2017, a participação do consumo desses bens e serviços na economia subiu de 8,0% para 9,2%. O aumento foi mais evidente no final do período, indicando que em momentos de retração ou de baixo crescimento econômico o consumo de bens e serviços de saúde tende a cair menos que o de outros produtos e serviços. Entre 2010 e 2015, o consumo de bens e serviços de saúde registrou crescimento, mas em 2016 houve queda em volume 1,5%. Apesar disso, em valor corrente as despesas aumentaram 6,8%.

Os serviços de saúde e medicamentos custeados pelo governo, em 2017, correspondiam 19,2% do total de bens e serviços fornecidos à população. Aí estão incluídos os serviços de saúde, educação e a administração pública. O principal item na despesa de consumo do governo com saúde, foi a saúde pública. Foram R$ 201,6 bilhões do total das suas despesas nesta área, o que representou 79,5%. Já a despesa com saúde privada, que são os serviços adquiridos de estabelecimentos privados, foi equivalente a 17,2%, ou R$ 43,6 bilhões. Com medicamentos foram R$ 8,4 bilhões, 3,3% do total dessas despesas.

Os gastos no consumo de bens e serviços de saúde no Brasil alcançaram, em 2017, o equivalente a 9,2% do PIB. Foto: Bloom Seguros/Reprodução

“No SUS tem uma parte privada que o governo paga para as famílias. É quando a família vai para um atendimento privado que é pago pelo governo. Pelo sistema de Contas Nacionais a gente considera consumo do governo as despesas mercantis e não mercantis que ele vai disponibilizar para as famílias”, disse a pesquisadora do IBGE, Thassia Gazé Holguin.

No período de 2010 a 2017, uma mudança no cenário chamou atenção: o aumento das despesas com a prestação de serviços de saúde pública como proporção do PIB. O percentual saiu de 2,7% do PIB em 2010 para 3,1% em 2017. Mas quando são os medicamentos, o percentual mudou de 0,2% para 0,1%. A pesquisa mostra que a variação em volume do consumo de bens e serviços de saúde do governo só não superou a de produtos não-saúde nos anos de 2012 e 2016. Em 2017, enquanto o consumo de serviços de saúde cresceu 2,3% em volume, o consumo não-saúde caiu 1,3%.

“Como saúde é um bem inelástico, em momento de crise a gente não sente de imediato os efeitos no setor. A explicação pode ser por conta de a saúde ser um bem essencial ou a própria questão de financiamento de saúde do governo. Tem mais regras percentuais a serem aplicados. Os estados, municípios informam os gastos, a União também. Tem um controle”, observou.

Conforme o IBGE, em 2017, o principal gasto das famílias com saúde, foi com serviços de saúde privada. Nesse ano, alcançaram 66,8% do total das despesas de saúde, somando R$ 231,0 bilhões. Os medicamentos alcançaram R$ 103,5 bilhões, ou 29,9% do total dessas despesas. Para a pesquisadora do IBGE em momento de aperto financeiro, as famílias procuram, primeiro cortar em outras áreas, para se necessário, por fim, chegar aos gastos com saúde.
“Minha renda diminuiu, vou diminuir os gastos com carro, com restaurante, mas os gastos com plano de saúde e medicamentos, em geral, mantenho a curto prazo, mesmo com a crise. Então, é esperado esse movimento. Em períodos de recessão da economia, a saúde sofre menos, mas a longo prazo pode sofrer”, disse, acrescentando, que os indicadores de gastos das famílias levam em conta além de planos de saúde, os medicamentos exames e serviços hospitalares.

Entre 2010 e 2017, as atividades relacionadas à saúde registraram aumento nos postos de trabalho. Saíram de 5,3% para 7,1% do total das ocupações. Sobre as remunerações do setor, estão acima da média da economia, com um rendimento médio anual de R$ 43,8 mil em 2017 contra R$ 33,4 mil das atividades não-saúde. Em 2017, as remunerações desse setor representavam 9,6% do total das remunerações da economia.

A pesquisadora disse que neste setor não se pode confundir ocupação com postos de trabalho. “Uma pessoa pode ter mais de uma ocupação, por exemplo, uma enfermeira pode trabalhar em dois hospitais e uma clínica. Não se pode confundir o conceito com número de empregados. São postos de trabalho ou ocupações. Na área de saúde é muito comum mais de uma ocupação”, completou. Segundo a pesquisadora, na comparação com outros países, na despesa com saúde proporcional ao PIB, o Brasil tem nível semelhante ao Chile, Reino Unido e Grécia, mas na despesa do governo também relacionada ao PIB, está um pouco abaixo da média.

Evento trará tecnologia, inovação e avanços da indústria farmacêutica

Evento ocorrerá entre os dias 17 e 19 de março e vai inaugurar o espaço
“Farmácia tecnológica” para estimular experiências inovadoras. Foto: AI/Abradilan

Considerado um dos maiores eventos do setor farmacêutico do país, a 16ª Abradilan Conexão Farma (www.abradilanconexaofarma.com.br) acontece entre os dias 17 e 19 de março, em São Paulo. Organizada pela Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), entidade que reúne 138 empresas distribuidoras de medicamentos e produtos de higiene pessoal e cosméticos, a feira contará com expositores da indústria farmacêutica, higiene, beleza, nutrição e empresas de serviço. Dentre as novidades do evento, um deles é o espaço “Farmácia Tecnológica”, com o intuito de levar experiências inovadoras do varejo farmacêutico ao público.

Para a diretora de eventos da Abradilan, Paula Sousa, a expectativa é alcançar cerca de 12 mil pessoas nos três dias de evento em 2020. “Esperamos levar muito mais conteúdo direcionado, sem esquecer de assuntos relevantes no âmbito nacional, como política, economia e investimentos”, afirma. Dentre as palestras já confirmadas, está a do idealizador e sócio proprietário do projeto “O Primo Rico”, Thiago Nigro, que falará sobre “Do Mil ao Milhão – Sem Cortar o Cafezinho”, no primeiro dia de evento. No dia 19/3, Rich Chester, um cidadão comum que virou um gigante quando se levantou e conseguiu inspirar milhares de pessoas a fazerem o mesmo, apresentará “Pega a Visão”. Outra novidade são as aulas dos auditórios menores que acontecerão simultaneamente em “arenas”, em ambiente aberto, com a utilização de fones de ouvido, como foram nos últimos eventos da Abradilan e que agradou ao público.

A Abradilan já está com 80% do espaço da feira vendida e 13% são novos expositores. Vale destacar que em sua maioria são marcas de higiene, beleza e nutrição. O presidente da associação, Vinicius Andrade, afirma que a expectativa é ampliar a lista de expositores para todos os fornecedores de produtos comercializados nas farmácias e poder melhorar a oferta de conteúdos relevantes sobre o mercado dos participantes. “O foco do evento é aumentar a diversificação de portfólio nos varejos independentes e esperamos que seja um dos maiores eventos já tidos da associação”.