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Enade: matrículas em instituições públicas crescem e rede privada tem redução

em Especial
sexta-feira, 01 de setembro de 2017
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Enade: matrículas em instituições públicas crescem e rede privada tem redução

Com base nos dados obtidos pelo Exame Nacional de Desempenho (Enade) 2016, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apresentou na sexta-feira (1º) o perfil do estudante do ensino superior no Brasil

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Ele tem renda familiar de, no máximo, R$ 2.640; é branco (51,7%); solteiro (74,4%); mora com pais ou parentes (54,6%); não trabalha (56,4%); não tem renda (54,5%) e se dedica no máximo a tr3 horas de estudos semanais extraclasse.

Ainda segundo o Enade 2016, 20,4% dos estudantes ingressaram no ensino superior por meio de políticas de ação afirmativa ou inclusão social. Deste total, 35,4% por terem estudado em escola pública ou particular com bolsa; 30,1% por critérios de renda; e 10% por critério étnico-racial. Os dados, que compõem o levantamento do Censo da Educação Superior de 2016, foram apresentados nesta quinta-feira, em entrevista coletiva no Ministério da Educação.

No ano passado, o número de matrículas em cursos de graduação da rede pública aumentou 1,9% em relação a 2015. A rede privada registrou a primeira queda em 25 anos, com redução de 16.529 alunos (0,3%). Um dos dados que mais chamaram a atenção da presidente do Inep, Maria Inês Fini, foi o relativo à pouca dedicação dos alunos ao estudo extraclasse.

Alunos dedicam pouco tempo ao estudo extraclasse, diz presidente do Inep, Maria Inês Fini.“Os alunos de ensino superior estão estudando poucas horas por dia. Se você considerar a característica daqueles que trabalham, isso é até compreensível. Mas não deixa de evidenciar que o número de horas diárias despendidas de estudo é baixo porque a maioria dedica no máximo três horas de estudo extraclasse por semana”, disse Maria Inês, ao divulgar os números do Enade.

“Cada vez mais, o mundo do trabalho exige formação constante autônoma a ser feita pelo estudante, que é o futuro profissional. As demandas profissionais que eles terão de enfrentar exigirão um estudo contínuo. Isso sempre será um impositivo para ter sucesso no mundo do trabalho”, afirmou. De acordo com o levantamento, 2,8% dos estudantes apenas assistem às aulas.

Sem elitização
A diretora de Avaliação de Educação Superior, Mariangela Abraão, é enfática ao dizer que o ensino brasileiro não é elitizado. “Definitivamente não é elitizado. Os estudos mostram que o maior percentual é de estudantes com renda familiar de até R$ 2.640”. Nesse sentido, acrescenta Mariangela, “o Fies [Fundo de Financiamento Estudantil] e o ProUni [Programa Universidade para Todos] continuam tendo muito peso, e o uso de bolsas e outras políticas afirmativas são observáveis com a análise dos dados”.

Os dois programas beneficiam 36,5% do total de estudantes que responderam à pesquisa. E desse total, 62,6% têm renda familiar de até três salários-mínimos; e 61,5% são os primeiros da família a ter acesso à educação superior. O Enade possibilita também uma avaliação das instituições de educação superior (IES) – universidades, centros universitários, faculdades, bem como os institutos federais e centros federais de tecnologia (as antigas escolas técnicas).

Diretora de Avaliação da Educação Superior, Mariângela Abrão, diz que o  ensino superior brasileiro não é elitizado e destaca que o maior percentual é de famílias com renda até R$ 2.460.De acordo com o levantamento, as instituições públicas foram as que apresentaram os melhores resultados. Enquanto 59% das instituições públicas obtiveram notas 4 (43%) e 5 (16%) – em uma escala de 0 a 5 –, no caso das entidades privadas, o percentual cai para 22% (19% tiraram nota 4; e 3%, nota 5). A maior parte das privadas tirou nota 3 (44%). Ainda segundo o Inep, 27% das privadas tiraram nota 2 e 4%, nota 1 no exame.

Neste ciclo avaliativo do Enade, foram analisados bacharelados e licenciaturas nas áreas de saúde, ciências agrárias e áreas afins; e nos eixos tecnológicos, as áreas de ambiente e saúde, produção alimentícia, recursos naturais, e, também, as áreas militar e de segurança.
No que tange aos tipos de organização acadêmica, as universidades foram as que mais obtiveram nota máxima: 10% dessas instituições tiraram nota 5. No caso dos institutos federais e os centros federais de tecnologia, 9% obtiveram nota máxima. O percentual cai para 3% no caso dos centros universitários. Apenas 2% das faculdades obtiveram nota máxima.

Os institutos federais e os centros federais de tecnologia foram os que obtiveram maior percentual de notas 4 (39%), seguidos pelas universidades (34%), centros universitários (21%) e faculdades (12%). As instituições que tiveram maior percentual de nota 3 foram os centros universitários (48%), e as faculdades foram as instituições que tiraram maior percentual de notas 1 e 2 (6% e 36%, respectivamente) (ABr).