Nos últimos anos, os brasileiros têm enfrentado aumentos frequentes nas contas de luz. Segundo a Aneel, desde 2021, o custo da energia tem superado a inflação, e a previsão de 2024 é uma alta de 5,6% acima do esperado. Além disso, a bandeira vermelha vigente e a onda de calor deste mês estão pressionando ainda mais o bolso dos consumidores.
Nesse contexto, as Smart Grids, ou redes elétricas inteligentes, surgem como uma solução promissora para reduzir os gastos com energia e otimizar seu uso. Thalita Moschini, coordenadora do curso de Engenharia Elétrica da Faculdade Anhanguera, explica que as Smart Grids são sistemas que integram tecnologias avançadas de comunicação, monitoramento e controle.
Por meio de medidores e aplicativos inteligentes, essas redes monitoram a produção e o consumo de energia em tempo real, além de oferecer informações sobre tarifas. “Os dados gerados podem ser acessados remotamente, permitindo o planejamento de estratégias de melhoria para o futuro”, destaca Thalita. A tecnologia das Smart Grids utiliza sensores e medidores para coletar dados instantâneos sobre o consumo de energia.
“Essas informações são enviadas aos fornecedores de energia, que podem ajustar a oferta de eletricidade de acordo com a demanda, evitando desperdícios e aumentando a eficiência do sistema. Além disso, as Smart Grids permitem a integração de fontes renováveis, como solar e eólica, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e contribuindo para a sustentabilidade ambiental”, acrescenta a professora.
No entanto, a engenheira alerta que a implantação das Smart Grids enfrenta desafios, especialmente em termos de segurança e infraestrutura. Entre as principais barreiras estão: a criação de redes protegidas contra ataques cibernéticos, investimentos em pesquisa e infraestrutura, redução dos custos de implantação, formação de mão de obra qualificada e a necessidade de políticas públicas e regulamentação para viabilizar a tecnologia.
“Com as Smart Grids, as residências não apenas economizam nas contas de luz, mas também ganham em autonomia e consciência energética, tornando-se pilares de sustentabilidade em nossa sociedade”, conclui Thalita Moschini.