Com o envelhecimento da população, as empresas vão precisar aderir à contratação de profissionais seniores. Segundo dados do IBGE, o país conta com mais de 32,9 milhões de idosos. A expectativa é que esse número salte para 58,2 milhões em 2060 e a quantidade de profissionais maduros no mercado de trabalho aumentará junto.
O preconceito ainda é a principal barreira que diminui as chances de emprego após os 40 anos. Impedir um candidato de participar de uma seleção e fazer exigências relacionadas a sexo, cor, estado civil, idade, entre outras na hora de divulgar uma oportunidade é crime previsto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.
Para evitar o “etarismo”, “ageismo” ou “idadismo” (nome que se dá ao preconceito contra idade), Cristina Sabbag (*) aponta as 10 perguntas mais “etaristas” feitas por selecionadores durante entrevistas de emprego e que revelam o preconceito para admitir um candidato pela sua idade ao invés de seus talentos, portanto devem ser evitadas:
- Quando pretende se aposentar?
- Você é uma pessoa saudável?
- Você tem vida social adequada ou é solitário (a)?
- Você ainda dirige?
- Você consegue se adequar a um ambiente jovem e inovador?
- Você conhece alguma coisa de computador e internet?
- Você tem boa memória?
- Você tem dificuldade em ambientes de escada?
- Por que mudar de profissão nessa altura do campeonato?
- Você se considera jovem de coração e atitude?
A convivência intergeracional já se comprovou saudável e positiva para as empresas alcançarem bons resultados em seus negócios. Para isso, de acordo com Sabbag, as empresas precisam aumentar a inclusão desses profissionais e eliminar atitudes etaristas, a partir das seguintes ações:
• Promover ações educativas individuais e coletivas sobre o envelhecimento;
• Combater piadas relacionadas à idade;
• Evitar generalizações como, por exemplo: “todo velho e´ doente”;
• Repudiar publicamente toda publicação ou política pública com viés etarista;
• Abrir vagas apenas para profissionais 50+;
• Capacitar gestores e equipes para que não haja exclusão de currículos apenas com base na idade ou tempo de experiência. É importante que a intergeracionalidade esteja representada nas equipes de trabalho em todos os setores ou áreas.
Um estudo na área revelou que sete em cada dez adultos gostam de trabalhar com pessoas de outras gerações. Isso se dá ao fato de que os trabalhadores mais velhos apreciam o conhecimento técnico, tecnológico e a criatividade dos mais jovens. Os mais jovens, por sua vez, valorizam a experiência, o comprometimento e a maturidade emocional dos mais velhos.
“Para que pessoas de diferentes idades tenham a oportunidade de aprender umas com as outras, é importante que os resultados exijam interdependência de tarefas e funções e que a integração entre eles seja feita de forma contínua. Então, é preciso começar a planejar como estabelecer políticas de integração e manutenção de profissionais maduros na empresa e preparar equipes e líderes para essa realidade.
O preconceito precisa ser combatido. Isso abre as portas da empresa para a inclusão completa e produtiva e essa será a melhor maneira para lidar com o futuro”, conclui Sabbag.
(*) – Com MBA pela Fundação Dom Cabral, e pós-no programa internacional FDC/Kellogg School of Management, é Chief Diversity Officer, sócia e principal Research da Talento Sênior (https://talentosenior.com.br/).