Cássio Menezes (*)
De acordo com o Ministério da Economia, as MPMEs (Micro, Pequenas e Médias Empresas) representam 99% dos negócios do país. Além disso, a participação desse nicho na economia nacional é de extrema relevância.
Segundo dados do Sebrae, o volume corresponde a 30% do PIB brasileiro.
Apesar dessa ampla representatividade, muitas dessas organizações ainda enfrentam grandes desafios, sendo a gestão financeira um dos principais.
A pesquisa “Cabeça de Dono”, feita pelo Itaú Empresas em parceria com o Instituto Locomotiva, apontou que nove a cada dez líderes de PMEs têm dificuldade em estabelecer a gestão financeira no seu negócio. Em dados práticos, 98% dos entrevistados são responsáveis pela tomada de decisão de, pelo menos, cinco áreas, e 96% executam tarefas de quatro áreas.
Esse cenário é comum para muitas empresas que começam pequenas. Geralmente, a alta gestão acumula várias responsabilidades, o que cria uma sobrecarga significativa. Ao longo do tempo, essa prática impacta diretamente o negócio, pois dificulta o controle e o monitoramento das informações necessárias para compreender a situação financeira da organização.
Infelizmente, essa realidade contribui para a criação de uma série de entraves diários, como dificuldade em analisar o fluxo de caixa, falta de mão de obra especializada, ausência de uma visão clara do negócio, entre outros problemas que acabam se acumulando.
Quando falamos sobre a importância da gestão financeira, vale destacar que essa prática não se limita a saber se a empresa está ganhando ou perdendo dinheiro. Trata-se de estabelecer um controle eficiente por meio do acesso a informações estruturadas, o que permite tomadas de decisão baseadas em dados concretos, reduzindo os riscos de erros.
Certamente, manter esse controle não é uma tarefa fácil. Diariamente, as empresas geram uma grande quantidade de informações, enquanto precisam lidar com a complexidade de normas e regulações brasileiras. Por isso, buscar aliados para implementar um controle mais eficiente é fundamental, e a tecnologia é uma grande parceira nessa missão.
Apesar disso, muitos empresários ainda têm receio de adotar tecnologia, com desculpas como “é caro demais” ou “não é pra minha empresa”. Porém, essa mentalidade pode custar um alto preço. Afinal, a tecnologia não é só uma despesa, mas um investimento que melhora processos, reduz riscos e prepara a empresa para crescer.
Uma das soluções mais eficazes é o uso de um ERP (Enterprise Resource Planning). O software ajuda a centralizar as informações de todas as áreas do negócio, incluindo a financeira, identificando gargalos e oportunidades de melhoria. No entanto, é importante escolher o sistema correto, levando em conta a experiência, reputação e casos de sucesso da solução no mercado.
Além disso, o ERP deve ser capaz de integrar novos recursos tecnológicos que surgem constantemente. Isso garante que a empresa se mantenha atualizada e eficiente, independentemente do momento que esteja vivendo.
Com o início de um novo ano, as PMEs têm uma oportunidade valiosa de se fortalecerem.
Aproveite esse período para organizar a casa: revise o fluxo de caixa, analise os gargalos e defina prioridades. Esse mapeamento é o primeiro passo para uma gestão financeira mais eficiente. O sucesso financeiro também exige conscientização. Cuidar dos processos internos é essencial para garantir resultados consistentes e sustentar o crescimento do negócio.
A tecnologia é um elemento indispensável nesse caminho, mas, antes de adotá-la, é fundamental estruturar bem as bases. Afinal, para cruzar a linha de chegada, é preciso dar o primeiro passo.
(*) – É Sales Manager na H&CO Brasil (https://www.hco.com/).