Novas tecnologias de geradores termoelétricos, que reaproveitam materiais orgânicos, são a aposta do futuro para fontes renováveis, que podem garantir uma produção industrial muito mais limpa e sustentável para a humanidade
A transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis é uma realidade e, principalmente, uma necessidade na indústria. Há décadas, a preocupação com a diminuição do impacto ambiental na produção industrial é uma pauta recorrente, e tem aberto cada vez mais espaço para a adaptação e inclusão de soluções que priorizem uma dinâmica ecologicamente responsável e, consequentemente, mais econômica para as plantas industriais.
Hoje no Brasil, as fontes renováveis mais fomentadas são as placas solares e torres eólicas, mas há também uma outra forma de geração de energia que se encaixa nessa categoria e merece destaque: as termoelétricas que utilizam biomassa como combustível, grande tendência, segundo especialistas, da indústria nacional em 2024. “Diferente da energia solar e eólica, por exemplo, as termoelétricas se mostram mais estáveis, já que a disponibilidade não depende de fenômenos naturais. Se você tiver combustível, você terá energia”, destaca Gabriel Matias, engenheiro de aplicação da A1 Energia, setor dentro da A1 Engenharia, empresa brasileira especializada em soluções completas para plantas industriais, voltado para soluções energéticas.
O grande diferencial do formato fica por conta do reaproveitamento de materiais da própria indústria para a geração de energia. Na prática isso significa que o sistema utiliza matéria orgânica proveniente do processo de produção que seria descartada, transformando-a na matéria prima que será queimada para geração de calor e, posteriormente, energia. A substituição de combustíveis fósseis como carvão, gás e óleo pela biomassa torna o método ainda mais sustentável e financeiramente vantajoso. “Geralmente, essas sobras de produção são um passivo ambiental. Ou seja, a empresa precisa dar um destino sustentável ao resíduo. Optando pela geração termoelétrica a partir da biomassa, ela ainda gera sua própria energia, economizando na fatura, e em alguns casos conseguindo uma renda extra com a revenda do excedente”, explica Gabriel.
No Estado do Pará, por exemplo, a Faculdade de Engenharia Mecânica da UFPA (Universidade Federal do Pará) tem estudado a viabilidade da utilização do caroço do açaí como combustível nas caldeiras da Alunorte, refinaria localizada na cidade de Barcarena (PA). Outros bons exemplos da indústria alimentícia partem das empresas Camil e Fumacense Alimentos, que têm apostado na geração de energia a partir de biomassa feita da casca de arroz e também a partir de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU).
Na A1 Energia, as soluções de geração de energia termoelétrica são oferecidas por meio das turbinas de condensação, contrapressão e rebaixadora com patentes de tecnologia, que podem ser usadas em diversos segmentos que possuem caldeiras a vapor. É como se as operações passassem a contar com uma usina térmica própria, tornando o consumo integralmente autossustentável. “Quando se trata de indústrias onde há consumo de energia constante e com potência instalada alta, as termoelétricas são as que se apresentam como melhor alternativa, visto que sua potência de geração consegue ser mantida durante as 24 horas do dia. Além de ocupar menor espaço físico levando em consideração energia gerada mensal por m² de instalação”, detalha o profissional. O diferencial da empresa são as turbinas de menor porte, que atendem uma gama mais extensa de produtores do que as soluções mais comuns no mercado, já que abrangem indústrias de configurações menores.
Embora as termoelétricas sejam uma das mais antigas formas de geração de energia, o seu modelo de queima de biomassa não tem tanto destaque como outros tipos de fontes sustentáveis. “Apesar de ainda faltarem incentivos mais estruturados para esse formato no Brasil, é um mercado que tende a crescer muito nos próximos anos já que as turbinas sempre foram as melhores alternativas para quem tem consumo de vapor na indústria”, opina Gabriel.
Além disso, o uso de turbinas é uma forma de alcançar certificados e selos de energia limpa. “Todas as turbinas que operam nesse modelo são utilizadas para geração com fontes renováveis. Sendo assim, é uma energia verde que traz ao produtor a possibilidade de apresentar a imagem de energia limpa e cumprir as demandas de sustentabilidade exigidas por lei”, completa o especialista.