A Copa Energia, maior da América Latina em engarrafamento, comercialização e distribuição de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), está desenvolvendo, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), a modelagem e a otimização da cadeia de produção do BioGLP no Brasil. Nos mercados norte-americano e europeu, este combustível já está disponível desde 2018.
O BioGLP tem origem renovável e possui um menor impacto ambiental do que o GLP fóssil, que é proveniente do refino do petróleo e processamento do gás natural. Além disso, é um combustível drop-in, ou seja, pode substituir o GLP fóssil ou ser utilizado em conjunto, em qualquer proporção e sem qualquer necessidade de alteração da infraestrutura existente.
É gasoso nas condições ambientes de temperatura e pressão, que pode ser obtido a partir de óleo vegetal, resíduos agroindustriais e até mesmo lixo urbano, e seu uso é indicado para todos os consumidores que já utilizam o GLP fóssil, seja GLP no botijão ou o cliente empresarial, mas que gostariam de migrar para um energético renovável e com impacto ambiental mais baixo.
“A Copa Energia traz em seu DNA o incentivo às frentes de inovação e sustentabilidade. Apoiar a inserção do BioGLP no mercado brasileiro já como um energético de destino e não apenas como um combustível de transição, embasados por pesquisas originárias de uma das mais renomadas universidades do País, reforça nossa visão de futuro e nossa aspiração em se tornar uma referência energética no Brasil”, afirma Pedro Zahran Turqueto, VP de Operações e Estratégia da Copa Energia.
A parceria com a USP apoia um projeto de iniciação científica, dois de mestrado e um de doutorado para a pesquisa do tema. A iniciativa já apresenta resultados preliminares, como parâmetros de processo – rendimentos, consumos de matéria-prima e energia – para diferentes rotas de produção. “Temos por objetivo identificar as melhores rotas de produção sustentável de BioGLP, levando em conta as especificidades logísticas, econômicas e de matérias-primas nacionais, usando técnicas de modelagem e otimização para tomada de decisão”, explica o Prof. Dr. Moisés Teles, docente e coordenador do projeto BioGLP na USP.
Atualmente, existem diferentes rotas de conversão em variados níveis de maturidade tecnológica (TRL), mas o único processo de produção em escala comercial é o hidrotratamento de óleos vegetais (HVO). O BioGLP é obtido como coproduto da produção do diesel verde (diesel HVO) e SAF (combustível sustentável de avião, na sigla em inglês).
Quanto ao preço, o BioGLP não foge à regra dos biocombustíveis, que normalmente ainda são mais caros que seus similares fósseis. Porém, o avanço tecnológico tem feito essa disparidade diminuir cada vez mais e seu uso traz vantagens com a comercialização de créditos de carbono, como os CBIOS. Na prática, o CBIO é um crédito de carbono com um uso bastante específico. Todo ano, as distribuidoras de combustíveis são obrigadas a comprar uma quantidade determinada de CBIOs. Quem emite esses CBIOs são os produtores de biocombustíveis, como etanol, biodiesel e biometano.