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Poupança teve captação líquida de R$ 6,37 bilhões em julho

em Economia
sexta-feira, 06 de agosto de 2021

Impulsionada pela nova rodada de pagamentos do auxílio emergencial e pela alta recente nos juros, a aplicação financeira mais tradicional registrou o quarto mês seguido de desempenho positivo. Em julho, os brasileiros depositaram R$ 6,37 bilhões a mais do que sacaram na caderneta de poupança, informou hoje (5) o Banco Central (BC). Apesar do desempenho positivo, a captação é inferior à registrada em julho do ano passado. Naquele mês, os brasileiros tinham depositado R$ 28,14 bilhões a mais do que retiraram da poupança.

A poupança acumula retirada líquida de R$ 10,16 bilhões nos sete primeiros meses do ano. Esta é a maior retirada acumulada para o período desde 2019, quando os saques tinham superado os depósitos em R$ 16,1 bilhões. O principal responsável pelo resultado positivo na poupança foi a retomada do pagamento do auxílio emergencial. A Caixa depositou o dinheiro em contas poupança digitais, que acumulam rendimentos.

Também a instabilidade no mercado de títulos públicos nas fases mais agudas da pandemia atraiu o interesse na poupança, mesmo com a aplicação rendendo menos que a inflação. Com rendimento de 70% da Selic, a poupança rendeu apenas 1,72% nos 12 meses terminados em julho. No mesmo período, o IPCA-15, considerado prévia da inflação, atingiu 8,59%. O IPCA cheio de julho será divulgado na próxima terça-feira (10) pelo IBGE.

A perda de rendimento da poupança está atrelada a dois fatores. O primeiro são os juros baixos. A taxa Selic está em 5,25% ao ano. O segundo fator foi a alta nos preços dos alimentos e do dólar, que impacta a inflação desde o segundo semestre do ano passado. Mesmo assim, as recentes elevações na Selic estão voltando a atrair o interesse do brasileiro na caderneta. O boletim Focus prevê inflação oficial de 6,79%. Com a atual fórmula, a poupança renderia pouco menos de 3,675%, caso a Selic permaneça em 5,25% durante todo o ano. O rendimento pode ser um pouco maior caso o BC continue a aumentar a taxa Selic nas próximas reuniões do Copom (ABr).