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Pequenas indústrias não conseguem repassar custos para o preço final

em Economia
terça-feira, 01 de junho de 2021

A perda de poder de compra e a queda do consumo ainda são os maiores vilões para a retomada nos negócios, resultando na quebra da cadeia produtiva, de acordo com o Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo – pesquisa realizada pelo Datafolha a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi).

Os dados revelam que a alta nos custos de produção continua sendo o principal problema para as empresas e a maioria não está conseguindo repassar a diferença na venda. Duas em cada três micro e pequenas indústrias (66%) tiveram alta significativa de custos de produção no mês de abril. Entre as despesas mais significativas, estão matéria prima e insumos (61%), transporte e logística (3%) e mão de obra e salários (1%).

Especificamente com relação à matéria prima e insumos, as maiores dificuldades relatadas são a alta nos preços (87%), seguida da falta de material (62%), atraso na entrega (59%) e queda na qualidade (31%). De acordo com os entrevistados, apenas 8% das micro e pequenas indústrias estão conseguindo repassar no preço de venda totalmente o aumento nos custos de produção durante a pandemia. Outros 18% afirmaram que estão absorvendo integralmente os aumentos nos custos. E 69% estão conseguindo repassar alguma parte para os preços dos produtos.

Outro grande problema que vem na recuperação das micro e pequenas indústrias é o acesso a crédito. De acordo com a pesquisa, das empresas que tentaram empréstimo ou financiamento, apenas 19% conseguiram o recurso e 81% tiveram o pedido negado ou sequer receberam resposta. Para o presidente do Simpi, Joseph Couri, a cada dia que o Brasil passa sem alcançar a imunização de rebanho e sem estabelecer um programa efetivo de auxílio às empresas, especialmente as micro e pequenas, o cenário fica ainda mais caótico.

“Estamos desde o início da pandemia assistindo à quebra da cadeia produtiva e até o momento pouco foi feito para reverter a situação. Temos problemas novos, que não podemos resolver com soluções antigas. Precisamos espelhar a série de ações que as outras nações estão fazendo para sair da crise e fortalecer a economia interna com sucesso”, alerta. – A íntegra das pesquisas anteriores, desde março de 2013, está disponível no site (www.simpi.org.br).