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Pandemia “não está nem perto do fim”, alerta OMS

em Economia
quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Ddiretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Foto: Denis Balibouse/Reuters/ABr

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, advertiu sobre a ideia “enganosa” de que a Ômicron é menos agressiva. Ao fazer um balanço da evolução da pandemia, durante entrevista em Genebra, ele afirmou que a variante continua a varrer o planeta. “A Ômicron causa hospitalizações e mortes, e mesmo os casos menos graves estão sobrecarregando as unidades de saúde” com números diários que atingem novos recordes na Europa.

A OMS prevê a possibilidade de outras variantes surgirem, provenientes do crescimento da Ômicron em nível global. “Novas variantes provavelmente surgirão, e é por isso que o rastreamento e a avaliação permanecem críticos”, afirmou Adhanom, que continua particularmente preocupado com muitos países que têm baixas taxas de vacinação, já que as pessoas correm muito mais risco de doenças graves e morte se não forem imunizadas.

O aumento da transmissibilidade da Ômicron terá impacto, sobretudo, em países com menor taxa de vacinação, diz Mike Ryan, responsável pela resposta de emergência em saúde pública da OMS. “Um aumento exponencial de casos, independentemente da gravidade das variantes individuais, leva ao aumento inevitável de hospitalizações e mortes”, acrescentou. As evidências de propagação da Ômicron por todo o continente são claras, com as autoridades de vários países europeus registrando novos recordes de infecções nos últimos dias.

A França notificou quase meio milhão de casos diários na terça-feira (18), quatro vezes mais que o dia anterior. A Alemanha registrou, pela primeira vez desde o início da pandemia, mais de 100 mil novas infecções. As autoridades dinamarquesas relataram recorde de 33,49 mil novos casos diários de covid-19 nas últimas 24 horas. A Itália registrou 228,17 mil novas infecções, contra 83,4 mil no dia anterior.

Portugal também teve novo recorde de casos ontem, com mais 43,72 mil infecções e 46 mortes, número maior desde fevereiro. As internações voltaram a aumentar, com 1,95 mil pessoas, das quais 160 em cuidados intensivos. Na última semana, a OMS estima que a Ômicron chegou a 18 milhões de novas infecções em todo o mundo.