No primeiro trimestre foram comercializados 10,4 milhões de celulares, 8,7% a menos do que no mesmo período do ano passado, segundo o estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q1 2020 realizado pela IDC, líder em inteligência de mercado. Do total, 9,8 milhões foram smartphones, queda de 7,8%, e 544 mil foram feature phones, retração de 22,4% em relação ao primeiro trimestre de 2019. “Estávamos otimistas no início do ano. Fechamos janeiro com alta de 14%, mas com a proximidade da pandemia de covid-19 as vendas começaram a cair”, revela Renato Meireles, analista de pesquisa e consultoria em Consumer Devices da IDC Brasil.
Em fevereiro a queda foi de 4%, reflexo do desabastecimento do varejo, e chegou a 27% em março, com o início da quarentena e fechamento do comércio. “Os fabricantes que não dependem de componentes fabricados na China não foram tão afetados com o lockdown em Wuhan, epicentro da doença. Já aqueles que possuem uma dependência maior dos componentes produzidos na China, foram impactados e os efeitos chegaram ao varejo”, justifica Renato. Já a tendência de queda para o segmento de feature phones se confirmou, mas foi menos acentuada do que o previsto.
No mercado oficial, o preço dos smartphones no primeiro trimestre ficou 15,1% mais alto por causa do dólar, e a média foi de R$1.473. Os mais vendidos – com 5,1 milhões de unidades – foram os intermediários premium, com preço entre R$ 1000 e R$ 1999, alta de 53%, e os da categoria premium, entre R$ 2000 e R$ 2999, com 1,2 milhões de unidades e 266,5% de aumento em relação a janeiro e março de 2019. Os feature phones ficaram 62,1% mais caros, custando em média
R$ 177.
No segundo trimestre, os efeitos da pandemia devem ser ainda mais sentidos no mercado de celulares, resultado do fechamento do comércio em abril e maio. A expectativa é de queda de 32%, mesmo com dia das mães no período e com as mudanças de hábitos de consumo, com serviços de streaming e ensino a distância, por exemplo, que podem levar o brasileiro a buscar por celulares com mais recursos. Para o mercado cinza, a previsão também é de queda por conta da alta do dólar e das ofertas do varejo oficial, após a flexibilização e abertura do comércio físico. Fonte e mais informações: (www.idc.com).