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Otimismo do comerciante recua com desaceleração das vendas

em Economia
terça-feira, 27 de setembro de 2022

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) marcou 125,5 pontos em setembro, redução de 2,6% no mês, com ajuste sazonal. Em um ano, porém, a confiança aumentou 5,2%, principalmente como efeito da retomada da circulação dos consumidores. Embora o otimismo dos comerciantes tenha evoluído positivamente , o índice ainda está 2,7 pontos abaixo do nível antes da pandemia.

Os dados fazem parte da pesquisa realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e foram divulgados ontem (27). Assim como em agosto, a avaliação das condições atuais da economia brasileira apresentou a maior redução no mês, de 7,1%, influenciada pela piora na percepção sobre o desempenho do comércio (diminuição de 8,1%). Esses resultados estão em linha com o volume de vendas no varejo em julho, que apresentou queda de 0,7%, quando o IBGE divulgou a terceira taxa negativa consecutiva.

“Com redução em todos os segmentos, exceto combustíveis e lubrificantes, a inflação mais baixa e o Auxílio Brasil mais robusto não foram suficientes para evitar uma queda generalizada das vendas no varejo”, avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros. A percepção do empresário sobre a situação de sua própria empresa caiu 6%, mas apresenta alta de 12,6% na variação anual.

Melhorou a perspectiva para o desempenho da economia no curto prazo, com alta de 0,4%. “O incremento na atividade econômica vem sendo revisado para cima, como resultado da inflação mais contida, da geração líquida de vagas no mercado de trabalho e do reforço nas transferências de renda”, avalia o presidente da CNC. Ele pondera, no entanto, que os juros e o endividamento elevados podem atuar como limitadores da capacidade de consumo das famílias nos próximos meses.

O ímpeto do varejo para a renovação dos estoques avançou 1,2% entre agosto e setembro, após dois meses de queda. “Embora o volume de vendas no varejo esteja decrescendo nos meses recentes, o varejista tem ajustado a rotatividade dos estoques e aprimorado a gestão das prateleiras”, conclui Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela pesquisa. Desde junho de 2022, a intenção de investir em estoques do comércio vem crescendo mais entre as empresas de médio e grande porte ou aquelas com mais de 50 funcionários (Gecom/CNC).