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Número de brasileiros endividados aumenta e bate novo recorde em julho

em Economia
terça-feira, 28 de julho de 2020

De acordo com a pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de brasileiros com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal e prestação de carro e de casa cresceu novamente em julho (0,3 ponto percentual, com relação a junho), renovando o maior patamar da série – iniciada em janeiro de 2010. No comparativo anual, o índice apresentou aumento de 3,3 pontos percentuais.

“Indicadores recentes têm demonstrado sinais de alguma recuperação da economia a partir de maio e junho, mas ainda permanecem incertezas sobre a retomada, e a proporção de consumidores endividados no País é elevada”, destaca o presidente da CNC, José Roberto Tadros, reforçando a importância da ampliação do acesso ao crédito a custos mais baixos e do alongamento dos prazos de pagamento das dívidas, “para mitigar o risco do crédito no sistema financeiro”.

Assim como no último mês, a proporção de famílias endividadas apresentou tendências distintas entre as faixas de renda pesquisadas. Para as com renda até 10 salários mínimos, o percentual alcançou o recorde histórico de 69% – contra 68,2% em junho. A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, ressalta que o endividamento é crescente e segue tendência positiva desde fevereiro de 2020 para este grupo. Já para as famílias que recebem acima de 10 salários mínimos, a proporção de endividamento diminuiu para 59,1% em julho, ante 60,7% em junho.

O número de famílias com dívidas ou contas em atraso aumentou de 25,4% em junho para 26,3% em julho, atingindo a maior proporção desde setembro de 2017. Na comparação com julho de 2019, houve crescimento de 2,4 pontos percentuais. Neste item, também foi observado comportamento distinto entre as faixas de renda: a parcela de brasileiros inadimplentes que recebem até 10 salários mínimos por mês cresceu de 28,6% em junho para 29,7% em julho, enquanto no grupo com renda superior a 10 salários o percentual registrou leve retração mensal (de 11,3% em junho para 11,2% em julho).

Também houve crescimento do percentual de brasileiros que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, vão permanecer inadimplentes (de 11,6% em junho para 12% em julho – a maior proporção desde novembro de 2012). Com relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito segue como o mais apontado pelas famílias como a principal modalidade de endividamento (76,2%), seguido por carnês (17,6%) e financiamento de veículos (11,3%) – (Gecom/CNC).