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Natal: vendas devem aumentar pela primeira vez em dois anos

em Economia
segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o Natal de 2022 deverá movimentar R$ 65 bilhões. Confirmada essa expectativa, o setor terá o primeiro aumento real de vendas (1,2% no faturamento, descontada a inflação) após dois anos de perdas na sua principal data comemorativa, sem, no entanto, igualar o volume de vendas de 2019, que foi de R$ 67,5 bilhões.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a perspectiva positiva para este ano decorre da normalização do fluxo de consumidores alcançada na virada do primeiro para o segundo semestre de 2022. “Contribuem ainda a evolução favorável do nível de ocupação no mercado de trabalho e a desaceleração da inflação”, aponta Tadros. A inflação deve encerrar o ano abaixo de 6,5%, 3,5 pontos percentuais menor que o verificado no acumulado de 12 meses, em dezembro do ano passado.

Por outro lado, o presidente da CNC indica que o encarecimento do crédito e o comprometimento da renda média com dívidas devem frear a expansão das vendas neste ano. De acordo com dados do Banco Central, a taxa média de juros praticados nas operações de crédito livres destinadas às pessoas físicas está no maior patamar desde o primeiro trimestre de 2018. Adicionalmente, o comprometimento da renda média atingiu 28,71% no fim do terceiro trimestre, o maior patamar da série histórica disponibilizada pela própria autoridade monetária, iniciada em 2005.

O ramo de hiper e supermercados deverá ser o de maior movimentação financeira no Natal deste ano, respondendo por 38,6% (R$ 25,12 bilhões) do volume total. Em seguida, estão as lojas de roupas, calçados e acessórios (33,9% do total ou R$ 22 bilhões) e os estabelecimentos especializados em artigos de uso pessoal e doméstico (12,6% ou R$ 8,19 bilhões).

Conforme o economista da CNC responsável pela apuração, Fabio Bentes, o destaque se justifica pela relevância do comércio de alimentos no âmbito do faturamento anual do varejo – e por ser, historicamente, o principal responsável pela geração de receitas do setor. Já no que diz respeito ao ramo de roupas, calçados e acessórios, o impacto da data é maior. Em média, as vendas no varejo crescem 25%, na passagem de novembro para dezembro – o percentual sobe para 80% no caso da venda de roupas e acessórios.

Regionalmente, São Paulo (R$ 22,19 bilhões), Minas Gerais (R$ 5,59 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 5,56 bilhões) concentrarão 51,3% da movimentação financeira prevista. Distrito Federal e Rio Grande do Sul são os Estados com as maiores projeções de avanço nas vendas, na data (altas de 6,8% e 6,2%, respectivamente). Fonte: Gecom/CNC.