Pesquisa realizada pelo Inova UFRJ, núcleo de inovação tecnológica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, apurou que, entre os anos de 2017 e 2021, 87% dos pedidos de patentes formulados pela instituição têm ao menos uma mulher listada entre os inventores. A UFRJ concentra também a maior proporção de mulheres inventoras em patentes, 46%, nos cinco anos pesquisados.
A diretora do Inova UFRJ, Kelyane Silva, disse que esse é o primeiro estudo realizado por uma universidade brasileira com o objetivo de mapear a situação das mulheres em relação às patentes. “Considerando que, no período de cinco anos, as inventoras têm uma parte de 87% das patentes, só por isso já é um ganho gigante”, celebrou a diretora. Essa participação feminina em patentes na UFRJ é referência no Brasil. Em termos nacionais, a participação feminina ainda permanece bem menos expressiva que a masculina.
Estudo publicado em agosto de 2020 na revista Scientometrics e divulgado pela Fapesp, analisando 11 países latino-americanos, indicou que, na região, a média das patentes protegidas que contam com a participação de mulheres como inventoras é de 22%. No Brasil, é ainda mais baixa, atingindo 18,4%. O país com percentual mais elevado de mulheres nas patentes é Cuba (84%).
Kelyane defendeu que, para melhorar a presença das mulheres na ciência, é importante incentivar a participação delas em todo o processo, desde cedo, proporcionando oportunidades iguais e promovendo uma cultura inclusiva em escolas e universidades. Ela também destaca que é importante que haja políticas que apoiem as mulheres cientistas em todos os níveis, incluindo o financiamento de pesquisas, oportunidades de mentoria e redes de apoio (ABr).