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Intenção de consumo das famílias tem nova queda histórica

em Economia
segunda-feira, 29 de junho de 2020

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), acumulou a terceira retração mensal consecutiva em junho (-14,4%), renovando o recorde de queda mais intensa desde o início da realização da pesquisa, em janeiro de 2010. O indicador chegou a 69,3 pontos, atingindo o menor patamar desde julho de 2016. No comparativo anual, o recuo foi ainda maior: -24,1%. O índice está abaixo do nível de satisfação (100 pontos) desde 2015.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, reitera a influência dos impactos econômicos do novo coronavírus nos resultados da pesquisa. “Essa insatisfação na expectativa de consumir corrobora os novos hábitos de compra dos brasileiros, demonstrados, no momento atual, com as famílias mais cautelosas com a sua renda, tanto no curto prazo quanto em relação ao ano passado”. Mais da metade das famílias (58,9%) acredita que vai consumir menos nos próximos três meses – o maior percentual desde setembro de 2016.

A parcela de brasileiros que se sentem menos seguros com o seu emprego atingiu o nível mais elevado da série (32,6%). O subíndice Emprego Atual registrou suas quedas mais significativas, tanto no comparativo mensal (-12,6%) quanto no anual (-23,7%), caindo ao menor nível histórico (88,5 pontos). “É a primeira vez, desde junho de 2016, que esse indicador entra na zona de pessimismo (abaixo de 100 pontos), revelando a insatisfação das famílias nesse sentido”, diz a economista da CNC responsável pelo estudo, Catarina Carneiro da Silva.

Em relação à perspectiva profissional, 60,1% dos entrevistados demonstraram pessimismo para os próximos seis meses, contra 51,5% em maio e 43,5% em junho de 2019. O indicador que mede o nível de acesso ao crédito foi o único entre os subíndices que apresentou variação anual positiva (+1,1%). A parcela de consumidores que acreditam ser um mau momento para compra de duráveis, como eletrodomésticos, eletrônicos, carros e imóveis, atingiu 77%, o maior percentual deste item desde a primeira Intenção de Consumo das Famílias (Gecom/CNC).