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Inadimplência cai em abril e atinge 22,9% dos lares na capital paulista

em Economia
terça-feira, 09 de maio de 2023

Dados da FecomercioSP apontam que, em um ano, 62,4 mil famílias deixaram a lista das que estão com contas em atraso

Em abril, 923,7 mil famílias que vivem na cidade de São Paulo declararam ter contas em atraso, o que representa 22,9% dos lares. O número é 1,7 ponto porcentual (p.p.) menor que o registrado no mesmo período do ano passado (24,6%). Consequentemente, em um ano, 62,4 mil lares deixaram a lista da inadimplência. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Na comparação mensal, o índice constatado foi tecnicamente igual: 23% em março.

O mesmo levantamento aponta que o número de lares na capital paulista que têm algum tipo de dívida recuou 2,4 p.p. Em abril, são 2,94 milhões de famílias endividadas, o que representa 72,8% do total. No mesmo período de 2022, a taxa era de 75,3%. Na comparação mensal, o índice apresentou estabilidade — em março, 72,9% dos grupos familiares tinham dívidas.

A qualidade das dívidas dos lares com contas em atraso melhorou. Há um ano, 53,3% diziam que a demora na quitação do compromisso era superior a 90 dias. Agora, o porcentual baixou para 49,1%. Outro ponto positivo é que não houve alteração no tempo de comprometimento com a dívida, mantendo-se em uma média de 7,3 meses, similar aos 7,4 meses do mês anterior.

De acordo com a FecomercioSP, quando o prazo para pagamento das dívidas se mantém relativamente longo, significa que os créditos foram programados e, muitas vezes, utilizados na compra de imóvel ou bens duráveis, por exemplo — diferentemente do crédito curto, em geral captado no banco para pagar contas do dia a dia. O grupo de famílias com renda de até 10 salários mínimos apontou queda na inadimplência de 28,1% para 27,6%, na comparação mensal. Em contrapartida, entre os que recebem renda acima desse montante, foi constatado crescimento de 9,9% para 10,8%, no mesmo período. Ambos estão abaixo dos porcentuais observados no mesmo mês de 2022: de 29,5%, para a primeira faixa, e de 12,2%, para a segunda.

A PEIC destaca ainda que pouco mais de 10% das famílias pensam em obter algum crédito ou financiamento nos próximos três meses. Dentro desse porcentual, 76% teriam como finalidade o consumo, e 24%, o pagamento de contas e dívidas (Fonte: Fecomercio).