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Educação financeira vai além da administração do dinheiro

em Economia
sexta-feira, 11 de junho de 2021

Alberto André (*)

A educação financeira é a maneira como uma pessoa entende o universo do dinheiro e usa as ferramentas possíveis para lidar com ele. Empoderar as pessoas de conhecimento suficiente para não ser refém de boletos, financiamentos e quaisquer outras armadilhas que possam aparecer. É garantir um nível de liberdade financeira. Por exemplo, Aqui estamos considerando que a educação financeira pode ajudar apenas quem já está nesse ponto. Mas ela pode auxiliar quem está endividado, negativado, com aquela bola de neve que parece nunca resolver.

Ela ajuda a enxergar possibilidades e tomar boas decisões financeiras. Enfim, todas essas perguntas podem ser facilmente respondidas se você tem ao seu lado a educação financeira. Segundo pesquisa do Ibope Inteligência, só 21% dos brasileiros das classes A, B e C, com acesso à internet, tiveram introdução à educação financeira durante a infância e 14% só aprenderam finanças pessoais depois dos 25 anos, demostrando o quanto o brasileiro não sabe como cuidar do seu dinheiro corretamente.

Segundo dados de educação financeira do PISA (Programme for International Student Assessment), survey trienal que avalia as habilidades de estudantes de diversos países, aponta que a diferença entre educação financeira no Brasil entre as classes mais baixas é de 98 pontos. O país é o quinto com maior disparidade entre as classes dos estudantes. Como a educação financeira não é ensinada nas escolas e poucas pessoas aprendem sobre isso na infância.

Mas para alguém saber como administrar o dinheiro, aprender esse hábito desde pequeno é o primeiro passo para chegar na fase adulta e entender como lidar com os gastos e ganhos. Mais de 40% das pessoas no país possuem alguma dívida, segundo levantamento da Serasa Experian. De acordo com pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio, esse número atingiu 66,5% dos brasileiros em janeiro, o que representa um aumento de 0,2% em relação ao mês anterior e de 1,2% na comparação com o mesmo período de 2020.

Ainda de acordo com dados do Serasa, até dezembro de 2020, cerca de 61,4 milhões de brasileiros estavam negativados. Mas isso não é irreversível, nunca é tarde para aprender, se aprofundar e melhorar sua situação financeira. Por isso, vou te ajudar e listar alguns passos para começar a cuidar do seu dinheiro e os benefícios que essas atitudes podem trazer. Controlar os gastos e rendimentos é uma tarefa que deve começar o quanto antes, já que um dos maiores erros das pessoas é gastar mais do que se ganha e não saber o que priorizar.

Por essa razão, é necessário saber quanto ganha, quanto gasta, analisar o que pode ser cortado desses gastos e planejar ao máximo que puder para conseguir guardar dinheiro. Não importa se irá começar com R$10 ou R$100, o importante é dar início a iniciativa e ir aumentando aos poucos. Claro que para dar o primeiro passo é preciso fazer um planejamento, definir metas e ter muita disciplina e foco. Uma dica é fazer uma planilha e anotar no computador ou até mesmo em um caderno, todos os gastos e ganhos.

Com isso, poderá traçar metas de maneira clara e bem definida que serão capazes de dar o pontapé inicial na primeira atitude ao planejamento financeiro. Não esqueça de priorizar os gastos, por exemplo, as contas mensais, uma viagem, a compra de um imóvel, comprar roupas ou jantar em um restaurante, tudo deve entrar nas anotações. Como identificamos acima, os dados de brasileiros endividados são bem altos, desse modo, uma das etapas para melhorar a situação financeira é renegociar e amortizar as dívidas. Identifique quais são e tente saná-las o quanto antes.

Para isso, renegocie tudo o que estiver pendente e veja a melhor forma de pagar apenas o valor devido, sem juros absurdos. Com um melhor controle do orçamento diminuímos o estresse, já que não precisaremos ficar todo mês preocupado com as contas que chegam e o dinheiro que vai, o que consequentemente acarreta menos preocupação com cartão de crédito e contas fixas.

(*) – É cofundador e CEO do Plusdin, fintech de indicadores de serviços financeiros (www.plusdin.com.br).