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Economia 30/06 a 02/07/2018

em Economia
sexta-feira, 29 de junho de 2018
Em 12 meses encerrados em maio, as contas públicas estão com saldo negativo de R$ 95,885 bilhões, o que corresponde a 1,44% do PIB.

Contas públicas ficaram negativas em US$ 8,2 bilhões em maio

Em 12 meses encerrados em maio, as contas públicas estão com saldo negativo de R$ 95,885 bilhões, o que corresponde a 1,44% do PIB.O setor público consolidado (União, estados e municípios), registrou saldo negativo nas contas públicas em maio, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados na sexta-feira (29)

O déficit primário, receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros, ficou em R$ 8,224 bilhões. No mesmo mês de 2017, o resultado negativo foi bem maior, R$ 30,736 bilhões. O resultado negativo veio do Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro), que apresentou déficit primário de R$ 11,120 bilhões.
Por outro lado, os governos estaduais e municipais registraram saldo positivo, com superávit primário de R$ 1,946 bilhão, e os municipais, R$ 283 milhões. As empresas estatais, excluídas as empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras, registraram superávit primário de R$ 668 milhões no mês passado. Nos cinco meses do ano, houve déficit primário de R$ 933 milhões, contra o resultado também negativo de R$ 15,631 bilhões em igual período de 2017. Em 12 meses encerrados em maio, as contas públicas estão com saldo negativo de R$ 95,885 bilhões, o que corresponde a 1,44% do PIB. A meta para o setor público consolidado é de um déficit de R$ 161,3 bilhões neste ano.
Os gastos com juros ficaram em R$ 39,672 bilhões em maio, contra R$ 36,252 bilhões no mesmo mês de 2017. De janeiro a maio, essas despesas chegaram a R$ 158,526 bilhões, contra R$ 175,073 bilhões em igual período de 2017. Em 12 meses encerrados em maio, os gastos com juros somaram R$ 384,278 bilhões, o que corresponde a 5,77% do PIB. O déficit nominal, formado pelo resultado primário e os resultados dos juros, atingiu R$ 47,896 bilhões no mês passado ante R$ 57,631 bilhões de maio de 2017. De janeiro a maio, o resultado negativo ficou em R$ 159,458 bilhões, ante R$ 190,704 bilhões em igual período do ano passado. Em 12 meses, o déficit nominal ficou em R$ 480,163 bilhões, o que corresponde a 7,21% do PIB.
A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 3,416 trilhões em maio, o que corresponde 51,3% do PIB, com recuou em relação ao abril (52% do PIB). Em maio, a dívida bruta – que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 5,133 trilhões ou 77% do PIB, contra 76% registrados em abril (ABr).

Índice de Expansão do Comércio mostra desânimo dos empresários

O indicador voltou a ficar abaixo da linha dos 100 pontos, que separa o otimismo do pessimismo.

O Índice de Expansão do Comércio (IEC) – calculado mensalmente pela FecomercioSP – apresentou queda de 2,7%, ao passar de 102,6 pontos em maio para 99,9 pontos em junho. Com esse resultado, o indicador voltou a ficar abaixo da linha dos 100 pontos, que separa o otimismo do pessimismo, e mostra o desânimo generalizado dos empresários da capital com as condições nacionais atuais. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve crescimento de 9,7%.
As expectativas de novas contratações retraíram 2,4%, passando de 120,4 pontos em maio para 117,5 pontos, e a propensão a investir caiu 3,1%, ao passar de 84,9 pontos no mês passado para os atuais 82,2 pontos. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, ambos estão acima do que era verificado no ano passado, com altas de 6,9% e 13,9%, respectivamente, mas essa superioridade se reduziu de forma sensível nesse último mês, certamente influenciada pela degradação generalizada das perspectivas políticas e econômicas.
O crescimento das vendas no varejo apontado pelo IBGE, o desenvolvimento da produção industrial e a geração de postos de trabalho aconteceram de forma tênue e em um ritmo mais fraco do que vinha ocorrendo no fim de 2017. A partir dos meses de abril e maio, havia alguns sinais de rearranjo positivo da economia, entretanto, o cenário voltou a se deteriorar após a greve dos caminhoneiros, que abalou a confiança dos consumidores e empresários (AI/FecomercioSP).

BNDES devolve mais de R$ 30 bilhões ao Tesouro

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devolveu na sexta-feira (29) ao Tesouro Nacional mais R$ 30 bilhões, referentes à liquidação antecipada de empréstimo. Esse é o segundo pagamento deste ano. Em março, o banco fez outro pagamento de R$ 30 bilhões. Neste ano, o BNDES pretende devolver ao Tesouro o total de R$ 130 bilhões. De acordo  com o órgão, com o novo pagamento de hoje, o BNDES já tem liquidados R$ 240 bilhões de dívidas com a União, desde dezembro de 2015. A liquidação de R$ 30 bilhões seguiu decisão aprovada pela diretoria do BNDES, no dia 13 de junho, e pelo Conselho de Administração do Banco, no último dia 19. Entre 2008 e 2014, o BNDES recebeu da União empréstimos que totalizam cerca de R$ 532 bilhões. Em 2016, houve uma devolução superior a R$ 100 bilhões e, em 2017, de cerca de R$ 50 bilhões (ABr).

Confiança da indústria caiu 1 ponto de maio para junho

O Índice de Confiança da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 1 ponto na passagem de maio para junho. Com a queda, o indicador atingiu 100,1 pontos, menor nível desde janeiro (99,4 pontos). O recuo da confiança atingiu empresários de 12 dos 19 segmentos industriais em junho. O Índice da Situação Atual, que mede a confiança no momento presente, caiu 5,5 pontos, indo para 95,1 pontos, menor nível desde setembro de 2017 (90,8).
O Índice de Expectativas, que mede a confiança em relação aos próximos meses, subiu 3,4 pontos, somando agora 105, o maior patamar desde maio de 2013 (105,4). De acordo com a FGV, a greve dos caminhoneiros aumentou os estoques de produtos finais e reduziu os estoques de insumos, afetando custos, produção, utilização da capacidade e confiança dos empresários. A piora do nível dos estoques foi determinante para a queda de confiança no mês.
O percentual de empresas com estoques excessivos aumentou de 7,9% para 12,8% entre maio e junho – o pior desde abril de 2017 (12,9%). Já a proporção de empresas com estoques insuficientes aumentou de 3,9% para 4,5%, retornando ao mesmo nível de abril de 2018. As melhores expectativas de contratação e produção influenciaram igualmente a alta das expectativas em junho.
O indicador de evolução do pessoal ocupado nos três meses seguintes subiu 6,2 pontos para 107,3 pontos – o maior desde junho de 2011 (108,8); e o indicador de produção prevista para os três meses seguintes subiu 5,8 pontos, atingindo 108,0 pontos, o maior desde maio de 2013 (108,1). O Nível de Utilização da Capacidade Instalada recuou para 76,2% em junho, 0,3 ponto percentual abaixo do resultado de maio. Esta é a primeira redução no nível desde setembro de 2017 (ABr).

Volume de debêntures emitido dobra em relação a 2017

As operações de renda fixa no mercado de capitais já batem recorde neste ano: os R$ 60,5 bilhões emitidos até maio por instrumentos dessa categoria representam o maior volume da série histórica da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) para o período. As debêntures puxam o resultado, com R$ 45,6 bilhões emitidos nos primeiros cinco meses de 2018, o dobro do total levantado no mesmo período do ano passado (R$ 21,8 bilhões).
De acordo com estudo do Cemec (Centro de Estudos de Mercados de Capitais), a participação das debêntures como fonte de investimentos das empresas e famílias chegou a 10,6% no primeiro trimestre deste ano (era de 9,9% no fim de 2017). A perspectiva de manutenção dos juros em patamares baixos e a redução dos aportes do BNDES para o financiamento das empresas abriram espaço para a realização desse tipo de operação no mercado de capitais.
O maior interesse por esses títulos vem se refletindo na mudança de perfil na aquisição dos papéis das ofertas primárias. A participação dos investidores institucionais na distribuição das ofertas de debêntures foi de 66% até maio deste ano, resultado que está alinhado ao que vem ocorrendo desde o ano passado, quando esses investidores superaram as instituições e demais participantes ligados à oferta, que sempre detinham a maior fatia do volume ofertado. O crescimento mostra maior disposição dos investidores institucionais ao risco na busca por maiores rentabilidades no cenário de juros baixos (Anbima).