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Economia 26/08/2016

em Economia
quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Queda do dólar traz prejuízo recorde ao Banco Central

A queda do dólar aumentou o passivo do banco em moedas estrangeiras.

A queda do dólar em 2016 fez o Banco Central (BC) ter prejuízo recorde desde que a instituição adotou o atual sistema de divulgação de resultados, em 2008

Nos seis primeiros meses do ano, a instituição financeira teve perdas de R$ 17,3 bilhões. Se forem considerados o custo com a administração das reservas internacionais e as vendas de dólares no mercado futuro, o banco teve um prejuízo adicional de R$ 184,6 bilhões. Registrado numa contabilidade separada, a perda é a maior desde a mudança na metodologia.
Em relação ao prejuízo de R$ 17,3 bilhões, o chefe do Departamento de Contabilidade do BC, Arthur Andrade, explicou que a queda do dólar aumentou o passivo (obrigações) do banco em moedas estrangeiras. Em relação ao resultado negativo de R$ 184,6 bilhões na conta cambial, a queda de 17,8% da moeda norte-americana no primeiro semestre reduziu, em reais, o valor das reservas internacionais. O BC perdeu R$ 263,3 bilhões com a desvalorização das reservas externas.
A perda no valor das reservas internacionais foi parcialmente compensada pelo ganho de R$ 78,7 bilhões com as operações de swap. Isso ocorreu porque a queda do dólar fez o BC ter lucro com as vendas de dólares no mercado futuro. Quando a moeda norte-americana cai, o prejuízo fica com os investidores que compraram esse tipo de contrato, não com a instituição financeira. As perdas totais, de R$ 201,9 bilhões, serão cobertas pelo Tesouro Nacional por meio da emissão de títulos públicos (ABr).

Juros no cheque especial têm novo recorde

Outra taxa de juros alta é a do rotativo do cartão de crédito.

A taxa de juros do cheque especial continuou a subir em julho. De acordo com dados do Banco Central (BC), a taxa do cheque especial subiu 2,7 pontos percentuais (pp), de junho para julho, quando chegou a 318,4% ao ano, chegando a novo recorde na série histórica do BC, iniciada em julho de 1994. Neste ano, a taxa do cheque especial já subiu 31,4 pp em relação a dezembro de 2015, quando estava em 287% ao ano.
Outra taxa de juros alta é a do rotativo do cartão de crédito. Em julho, na comparação com o mês anterior, houve uma pequena redução na taxa de 0,2 pp. Mas a taxa de 470,7% ao ano é a mais alta entre as pesquisadas pelo BC. Neste ano, essa taxa já subiu 39,3 pp. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão.
A taxa média das compras parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados subiu 2,3 pp e ficou em 151,8% ao ano. A taxa do crédito pessoal subiu 3,9 pp para 132,2% ao ano. Já a taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) caiu 0,2 pp para 29,2% ao ano. A taxa média de juros cobrada das famílias subiu 0,5 ponto percentual, de junho para julho, quando ficou em 71,9% ao ano.
A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas ficou estável em 6,2%. A taxa de inadimplência das empresas subiu 0,1 ponto percentual e ficou em 5,2%. A taxa média de juros cobrada das pessoas jurídicas ficou em 30,4% ao ano, alta de 0,1 ponto percentual em relação a junho (ABr).

Prorrogado prazo para inscrição no Cadastro Rural

O Plenário do Senado aprovou o projeto decorrente da MP que prorroga o prazo para produtores rurais registrarem suas propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e aderirem ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). A matéria segue para sanção presidencial. O prazo original para o cadastro era de maio de 2017 e foi estendido para dezembro de 2017.
A prorrogação vale para propriedades de qualquer tamanho e poderá ser estendida por mais um ano a critério do Poder Executivo. Originalmente, a MP estendia o prazo apenas para os pequenos produtores rurais e agricultores familiares, com até quatro módulos fiscais, cuja área varia entre cinco e 110 hectares a depender da região.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os pequenos produtores são os que têm mais dificuldades em fazer o cadastramento. A estimativa do governo é de que a MP assegurará a mais de um milhão de proprietários e posseiros os benefícios previstos no Código Florestal (Ag.Senado).