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Economia 26/05/2017

em Economia
quinta-feira, 25 de maio de 2017
O setor farmácias e perfumarias teve o maior aumento em seu faturamento real, com 16,1%.

Apesar de queda em fevereiro, varejo segue trajetória de recuperação

O setor farmácias e perfumarias teve o maior aumento em seu faturamento real, com 16,1%.

As vendas no comércio varejista do Estado de São Paulo registraram queda de 0,8% em fevereiro, na comparação com mesmo mês de 2016

O resultado, porém, não interrompe a série de crescimento no faturamento do setor. Vale destacar que a média diária das vendas reais em fevereiro de 2017 foi 2,7% superior a fevereiro do ano passado, o que torna o resultado de -0,8% mais favorável do que pode parecer com a análise isolada do número.
Assim, o varejo paulista registrou faturamento real de R$ 45,3 bilhões no mês, R$ 370,9 milhões abaixo do valor apurado em fevereiro de 2016. No acumulado dos dois primeiros meses deste ano, as vendas no varejo cresceram1,7%, em termos reais, o que que representa R$ 1,6 bilhão a mais de receita. Considerando os últimos 12 meses, o setor apresentou alta de 0,5% nas vendas. Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo, realizada mensalmente pela FecomercioSP.
Entre as 16 regiões analisadas pela Federação, sete apresentaram crescimento no faturamento real na comparação com o mesmo mês de 2016, com destaque para Marília (8,7%), Araraquara (8,2%) e Ribeirão Preto (4,4%). Das nove atividades pesquisadas, três mostraram aumento em seu faturamento real em fevereiro, na comparação com mesmo mês de 2016: farmácias e perfumarias (16,1%), autopeças e acessórios (13,0%) e outras atividades (0,9%).
O varejo deu andamento a um processo de lenta recuperação de seu movimento. Até o momento, há uma combinação positiva de elementos determinantes para o comércio varejista que acabam por fundamentar a melhora nos indicadores de confiança dos consumidores e empresários, constatada há meses pela FecomercioSP. São eles: a queda da inflação, o ciclo de cortes na taxa básica de juros e a elevação na renda agrícola por causa do forte aumento de exportações de commodities (FecomercioSP).

Juros do rotativo do cartão devem continuar a cair

A taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito registrou queda recorde.

As taxas de juros do rotativo do cartão de crédito que tiveram queda “expressiva” em abril, devem continuar a cair nos próximos meses, com as novas regras de uso do empréstimo. A avaliação é do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel. Desde o dia 3 de abril, os consumidores que não conseguem pagar integralmente a fatura do cartão de crédito, só podem ficar no crédito rotativo por 30 dias.
A nova regra, fixada pelo Conselho Monetário Nacional, obrigou as instituições financeiras a transferirem para o crédito parcelado, que cobra taxas menores. “O intuito da medida era reduzir o risco dessas operações. Buscava interromper essa permanência sem horizonte de tempo no rotativo. Portanto, aquele indivíduo que ficava rolando indefinidamente, depois de 30 dias teria que migrar para outra modalidade. Isso propiciaria condições para redução do custo”, explicou Maciel.
A taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito registrou queda recorde de 67,8 pontos percentuais (pp) de março para abril, quando ficou em 422,5% ao ano. No caso dos clientes que pagaram o valor mínimo da fatura, a taxa de juros caiu de 431,1% ao ano, em março, para 296,1% ao ano, em abril. Já aqueles consumidores que atrasaram ou não pagaram o valor mínimo, pagam uma taxa de juros bem maior: 524,1% ao ano, com recuo de 4,6 pontos percentual em relação a março. Com essas duas taxas, tem-se a taxa média de 422,5% ao ano.
A taxa do crédito parcelado subiu 3,1 pp para 161,6% ao ano. No caso das operações de financiamento parcelado no cartão de crédito, originárias do rotativo, a taxa ficou em 151,2% ao ano. A expectativa é de continuidade da redução das taxas. “Os efeitos plenos da medida serão observados somente ao final de maio, ou talvez ainda em junho”, destacou Maciel. Ele acrescentou que na primeira semana de maio a taxa de juros de quem pagou o valor mínimo da fatura caiu para 267,7% ao ano (ABr).

Indústria da construção quer aprovação de reformas

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Rodrigues Martins, disse, após encontro com o presidente Michel Temer, que a crise política não pode comprometer o trâmite das propostas de reformas apresentadas pelo governo. “O que é vital é o aspecto da continuidade das reformas. Entregamos [ao presidente Temer] alguns aspectos necessários para a construção civil, mas principalmente apoio para a continuidade das reformas”, disse Martins sem entrar em detalhes sobre as propostas apresentadas. “Nossa visão é de que o Brasil não pode parar. Temos de continuar as coisas”, acrescentou.
Segundo o empresário, a aprovação das reformas, pelo Legislativo, será um sinal positivo a investidores estrangeiros. “A gente pode ter duas leituras. Se nesse instante o Congresso cumprir a obrigação de discutir e aprovar as reformas que o Brasil necessita, o sinal que se dará ao exterior será maravilhoso, porque mesmo com crise política, o Brasil continua andando”, disse ele. “Agora, se o Congresso Nacional não fizer a parte dele, aí sim poderá ter algum problema. Nesse momento depende muito mais do Poder Legislativo do que realmente do Poder Executivo”, completou (ABr).