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Economia 24/05/2016

em Economia
segunda-feira, 23 de maio de 2016

Inadimplência com cheques tem o maior valor da história para abril

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No Brasil, o percentual de devoluções de cheques pela segunda vez por insuficiência de fundos foi de 2,38% em abril, revela o Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos

Trata-se do maior patamar registrado desde 1991 para o mês de abril, quando a Serasa passou a fazer o estudo. Foram 1.120.883 devolvidos e 47.044.915 cheques compensados­.
No mês anterior, março, registrou-se 2,66% de devoluções, com 1.354.017 cheques que voltaram e 50.932.422 compensados. Um ano antes, em abril de 2015, o percentual de devoluções havia sido de 2,26%, com 1.266.532 cheques devolvidos e 56.145.644 compensados.
Segundo os economistas da Serasa Experian, o agravamento da situação de desemprego no país, atingindo quase 11% primeiro trimestre deste ano, aliado com um quadro inflacionário que provoca perda de renda real, estão impulsionando os níveis de inadimplência no Brasil a atingirem patamares recordes. Assim, a inadimplência com cheques é apenas mais um exemplo desta situação conjuntural.

Impostômetro chega a R$ 800 bilhões

O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) chegou ontem, às 21h45, à marca de R$ 800 bilhões. O montante – que representa o total de impostos, taxas e contribuições pagos pelos brasileiros desde o início do ano – será arrecadado dois dias antes em relação a 2015, quando o mesmo valor foi atingido em 25 de maio. Para o presidente da ACSP, Alencar Burti, a carga tributária ainda pesa muito sobre a população, e o novo governo não pode ceder a tentações de elevá-la.
“Apesar da queda do PIB e do enfraquecimento da economia, os números do Impostômetro continuam subindo, estimulados pela alta inflacionária. Com as rendas dos consumidores e das empresas caindo, o fardo tributário sobre eles continua pesado”. Ele lembra que o Impostômetro não registra apenas os tributos federais, mas considera o que é arrecadado pelas três esferas de governo (União, Estados e municípios) a título de tributos: impostos, taxas, contribuições, multas, juros e correção monetária. Também inclui outras contribuições – não arrecadadas pelo Fisco Federal – pagas compulsoriamente pelas empresas.
“Apesar de toda essa arrecadação, a administração federal ainda tem um déficit público altíssimo, como divulgado recentemente. Por isso, apoiamos medidas para dosar melhor esses gastos no nível da arrecadação ao invés de simplesmente elevá-la. O caminho correto é o corte de despesas. Qualquer tentativa de aumentar tributos só vai aprofundar a recessão e prejudicar ainda mais a arrecadação”, finaliza Burti.

Instituições projetam inflação de 7,04% este ano

A projeção de instituições financeiras para a inflação, medida pelo IPCA, neste ano foi ajustada 7% para 7,04%. Para 2017, a projeção foi mantida em 5,5%. As projeções fazem parte de pesquisa feita todas as semanas pelo Banco Central (BC) com instituições financeiras. As estimativas estão acima do centro da meta de inflação, de 4,5%. O limite superior da meta de inflação é 6,5% este ano e 6% em 2017. 

A projeção das instituições financeiras para a Selic, ao final de 2016, passou de 13% para 12,75% ao ano. Para o fim de 2017, a expectativa passou de 11,50% para 11,38% ao ano. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano. A estimativa de instituições financeiras para o encolhimento da economia, este ano, foi levemente ajustada. A projeção para a queda do PIB foi alterada de 3,88% para 3,83%. Para 2017, a estimativa de crescimento foi mantida em 0,50% (ABr).