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Economia 19/05/2016

em Economia
quarta-feira, 18 de maio de 2016

Micro e pequenas faturam 13,6% menos em março

Considerando os meses de março, o faturamento das MPEs voltou ao patamar de 2009.

O faturamento real (já descontada a inflação) das micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo caiu 13,6% em março em relação ao mesmo período de 2015

Foi a 15ª queda consecutiva da receita na comparação com igual mês do ano anterior. Considerando os meses de março, o faturamento das MPEs voltou ao patamar de 2009. No acumulado do primeiro trimestre, a redução no faturamento das MPEs ante os três primeiros meses de 2015 foi de 15,1%. Os dados são da pesquisa Indicadores Sebrae-SP.
A receita total das MPEs em março foi de R$ 46,6 bilhões, R$ 7,3 bilhões a menos do que em igual mês de 2015. Por setores, no confronto entre março de 2016 e março de 2015, as quedas de faturamento foram de 14,9% no comércio, 13% nos serviços e 10,9% na indústria. O desempenho negativo das MPEs tem como causa a baixa no consumo interno, consequência do aumento do desemprego, associado à redução do rendimento real dos trabalhadores e ao nível elevado de incerteza sobre a economia.
“Após as seguidas perdas de receita, a situação dos pequenos negócios é muito delicada”, diz o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano. “Com tantas dificuldades causadas pela recessão, o empreendedor precisa, mais do que nunca, dedicar-se a aprimorar a gestão, planejar cada passo com muito cuidado e estar atento a oportunidades para se manter no mercado”, completa. Entre as regiões, o Grande ABC registrou queda no faturamento de 24%. Na região Metropolitana de São Paulo, a receita caiu 18,6%; no município de São Paulo e no interior as diminuições na receita foram de 14,4% e 8,2%, respectivamente, no confronto de março de 2016 com março de 2015.
Os MEIs continuam relativamente mais otimistas que os proprietários de MPEs quanto ao seu faturamento nos próximos seis meses. Em abril deste ano, 42% deles afirmaram esperar aumento em contraste com os 50% em abril de 2015. Já 38% acreditam em estabilidade ante 33% um ano antes. Para 16% haverá piora na receita (em abril de 2015, 14% tinham essa expectativa). No que diz respeito ao futuro da economia brasileira, os MEIs estão divididos: 33% apostam em piora nos próximos seis meses (eram 45% um ano antes). Para 33% haverá estabilidade e 27% creem que ela vai melhorar (Sebrae-SP).

Fipe indica ligeira alta da inflação

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na cidade de São Paulo, subiu de 0,38% para 0,41% entre a primeira e a segunda quadrissemana de maio. Três dos sete grupos pesquisados tiveram aumento: habitação (de 0% para 0,13%); despesas pessoais (de 0,62% para 0,92%) e educação (de 0,15% para para 0,16%).
Apesar de ter registrado decréscimo (de 2,46% para 2,40%), o grupo saúde foi o que causou maior impacto inflacionário. Essa classe de despesa ainda reflete o efeito do reajuste de preços dos remédios, que ocorreu no mês passado. No grupo dos alimentos, o índice registrou alta (0,5%) inferior à registrada no mês passado (0,57%) e em vestuário foi registrada a mesma taxa da última apuração (0,75%). Já em transportes, houve queda de 0,54%. Esse recuo ocorreu sobre uma redução de 0,35%, na pesquisa anterior (ABr).

Paim volta a defender a desaposentação

O senador Paulo Paim (PT-RS) voltou a defender a o mecanismo da desaposentação, que permite ao aposentado que volta a trabalhar pedir uma revisão para que o valor de seu benefício leve em conta as novas contribuições pagas. Ele explicou que existem no Senado três projetos que tratam do assunto, todos de sua autoria. Um deles é de 1996, já foi aprovado pela Câmara e aguarda votação no Senado. Paim acredita que o clamor dos trabalhadores é essencial para que a desaposentação seja aprovada.

Segundo Paulo Paim, o STJ e a Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais já se manifestaram favoráveis à desaposentação, e ele espera que essa também seja a posição do STF. “Tal principio é baseado no fato de que nosso sistema previdenciário se funda na regra de que as contribuições feitas pelo trabalhador devem, obrigatoriamente, refletir em benefício dele. Aguardamos a decisão do Supremo, que acredito não deve retardar, pois milhares de processos aguardam tal manifestação” (Ag.Senado).