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Economia 10/08/2017

em Economia
quarta-feira, 09 de agosto de 2017
A estimativa de devedores vem se mantendo próxima ao patamar dos 59 milhões.

Segundo semestre começa com queda no número de dívidas atrasadas

A estimativa de devedores vem se mantendo próxima ao patamar dos 59 milhões.

O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estimam um total de 59,4 milhões de pessoas físicas negativadas no país, ao final de julho

O número representa 39,3% da população com idade entre 18 e 95 anos e reflete as dificuldades que o cenário de desemprego elevado impõe às famílias. Em junho passado, a estimativa apontava a marca de 59,8 milhões de inadimplentes.
Na variação anual do número de dívidas atrasadas, o indicador mostrou uma queda de 5,53%. O dado mostra que o número de dívidas tem cedido de maneira mais rápida do que o número de inadimplentes. A estimativa de devedores vem se mantendo próxima ao patamar dos 59 milhões desde o segundo trimestre de 2016.
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, isso acontece porque, se as dificuldades do cenário recessivo fazem crescer o número de devedores, a maior restrição do crédito e queda na propensão do consumo por parte das famílias, provocada pela própria crise, age na direção contrária, limitando o crescimento da inadimplência. “Assumindo que a economia e o consumo irão se recuperar de forma lenta e gradual, a estimativa deve permanecer ainda oscilando em torno dos 59 milhões de negativados ao longo dos próximos meses, sem mostrar um avanço expressivo”.
Dados detalhados por faixa etária indicam que é entre 30 e 39 anos a maior frequência de negativados, uma vez que em junho metade dessa população (50,11%) estava com o nome incluído em listas de proteção ao crédito – um total de 17,1 milhões de pessoas. Vale destacar ainda que uma quantidade significativa das pessoas entre 40 e 49 anos está inadimplente (47,55%), bem como entre os consumidores de 25 a 29 anos (46,10%) – (SPC/CNDL).

Custo da construção civil cresceu 0,58% em julho

A mão de obra foi 0,90% mais cara, passando a custar R$ 514,97 por m².

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou inflação de 0,58% em julho. Essa é a maior taxa mensal do ano de 2017. Em junho, o Sinapi havia registrado inflação de 0,38%. O índice acumula taxas de inflação de 2,46% no ano e 4,25% em 12 meses.
Com a alta de preços, o custo por metro quadrado da construção civil ficou em R$ 1.052,75. A mão de obra foi 0,90% mais cara, passando a R$ 514,97 por metro quadrado. Os materiais tiveram alta de preços de 0,28% , e seu custo aumentado para R$ 537,78.
Entre as unidades da federação, o Rio de Janeiro foi o estado com maior alta em julho: 3,03%. Outras 19 unidades também apresentaram inflação. Sete locais, no entanto, tiveram deflação (queda de preços), com destaque para Goiás (-0,45 %).

Contra ‘fake news’, Trump lança canal de notícias no Facebook

Após declarar guerra contra os meios de comunicação por considerar que eles espalham notícias falsas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criou o seu próprio noticiário, que será transmitido semanalmente direto da Trump Tower, em Nova York, através de seu perfil no Facebook. “Estas são as notícias reais” é o slogan de uma série de boletins semanais que no último domingo (6) transmitiu seu segundo capítulo na página.
O programa, que consiste em vídeos de pouco mais de um minuto, é um passo para apresentar aos eleitores do magnata uma alternativa à informação que têm acesso por televisão ou internet. O projeto para distribuir “notícias verdadeiras” é financiado com fundos proporcionados pela campanha de reeleição de Trump e é apresentado por sua nora Lara Trump, esposa de Eric Trump, terceiro filho do mandatário.
“Aposto que vocês não souberam de tudo o que o presidente conseguiu nesta semana, porque há muitas notícias falsas aí fora”, disse a nora de Trump no primeiro vídeo da série, divulgado no dia 30 de julho. No último boletim, Lara citou os bons dados econômicos do país, os contatos do presidente com veteranos de guerra e sua decisão de doar o seu salário no segundo trimestre para o Departamento de Educação.
“Este é um presidente que está colocando a América à frente de si mesmo. Estou muito orgulhosa disso”, disse Lara. Desde que assumiu a Presidência, em 20 de janeiro deste ano, Trump acusou a imprensa (CNN, The New York Times, The Washington Post) de produzirem notícias falsas a seu respeito para atingir sua campanha e base eleitoral. Além disso, o republicano é defensor do uso das redes sociais para expressar suas opiniões, considerando que é “a única maneira de trazer a verdade” (ANSA).

Bandeira amarela na energia elétrica puxa inflação em julho

A entrada em vigor da bandeira amarela nas contas de energia elétrica em 1º de julho foi o principal fator responsável pela inflação de 0,24% em julho. Segundo o IBGE, a energia elétrica ficou 6% mais cara, em média, no país no mês, e resultou em um custo adicional de R$ 2 a mais por cada 100 quilowatts-hora (Kwh) consumidos.
Também contribuiu para o aumento da energia elétrica a alta do PIS/Cofins e os reajustes das tarifas em São Paulo e Curitiba, que foram, portanto, as cidades que mais sentiram o impacto do aumento da energia. Em Curitiba, a alta de preços da eletricidade chegou a 9,33%, enquanto em São Paulo o custo aumentou 8,54%. Outro item que contribuiu para a inflação de 0,24% em julho, depois de uma deflação (queda de preços) de 0,23% em junho, foi o combustível, com alta de preços de 0,92%. O etanol encareceu 0,73% e a gasolina, 1,06%.
Por outro lado, os alimentos evitaram uma taxa de inflação maior, ao registrar deflação de 0,47%. Entre os produtos que mais contribuíram para a queda global de preços do grupo alimentação e bebidas estão batata inglesa (-22,73 %), leite longa vida (-3,22 %), frutas (-2,35 %) e carnes (-1,06 %) (ABr).

IPCA acumulado em 12 meses tem menor taxa desde 1999

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ficou em 0,24% em julho deste ano. Em junho, o IPCA havia registrado deflação (queda de preços) de 0,23%. Já em julho do ano passado, a inflação havia sido de 0,52%. Acumula taxa de 1,43% em 2017. Em 12 meses, a inflação chega a 2,71%, a menor taxa para o acumulado de 12 meses desde fevereiro de 1999 (2,24%).
A taxa acumulada também está abaixo do centro da meta de inflação do governo federal, que é de 4,5%. Os dados foram divulgados ontem (9), no Rio de Janeiro, pelo IBGE. Em julho, os gastos com a casa e com os transportes foram os principais responsáveis pela taxa de inflação. Despesas com habitação tiveram alta de 1,64%, enquanto os gastos com transporte cresceram 0,34%. Por outro lado, os alimentos ajudaram a frear a inflação com uma deflação de 0,47% em julho. Essa foi a terceira queda de preços mensal consecutiva apresentada pelo grupo de despesas alimentação e bebidas (ABr).