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Economia 03/06/2016

em Economia
quinta-feira, 02 de junho de 2016

Produção industrial sobe 0,1% em abril, mostra IBGE

É o segundo resultado positivo consecutivo.

A produção industrial brasileira fechou o mês de abril com ligeira alta de 0,1% em relação ao mês de março, na série livre de influências sazonais

É o segundo resultado positivo consecutivo, pois em março o setor registou crescimento de 1,4%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada ontem (2) pelo IBGE. De maneira geral, no entanto, os resultados são predominantemente negativos.
Na comparação com abril do ano passado, a queda chega a 7,2%, na série sem ajuste sazonal – 26ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação, embora menor que a observada em março (-11,5%). No índice acumulado nos últimos doze meses, a queda chega a 9,6%. A queda acumulada de 10,5% na produção industrial acumulada nestes quatro primeiros meses do ano, em relação a igual período do ano anterior, também mostra a predominãncia de taxas negativas.
Segundo o IBGE, a leve alta de 0,1% de março para abril mostra taxas positivas em duas das quatro grandes categorias econômicas e em 11 dos 24 ramos pesquisados.
No que se refere aos setores, os principais impactos positivos foram em produtos alimentícios (4,6%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%). Entre os 13 ramos que tiveram a produção reduzida, estão os de maior relevância sobre a média global da indústria: veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,5%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,9%).
Em relação às grandes categorias econômicas, ainda em relação a março, bens de capital mostrou a expansão mais acentuada em abril, com crescimento de 1,2% – quarta taxa positiva consecutiva, acumulando no período aumento de 7,7%. O segmento de bens intermediários também ampliou a produção em abril, ao crescer 0,5% sobre o mês de março. Já os setores de bens de consumo duráveis apresentaram queda de um mês para outro. No caso de bens de consumo duráveis, a queda foi de 4,4% e, no de bens de consumo semi e não duráveis, de 0,6% (ABr).

Emprego na indústria cai pelo 15º mês consecutivo

Na comparação com abril do ano passado, os indicadores estão ainda mais negativos.

O emprego na indústria caiu 0,5% em abril frente a março, na série livre de influências sazonais. Foi o 15º mês consecutivo de queda no indicador, que reflete o ciclo recessivo do setor. Em abril, a indústria teve a maior ociosidade em 14 anos e operou, em média, com 76,9% da capacidade instalada, uma queda de 0,3 ponto percentual em relação a março. As informações são da pesquisa Indicadores Industriais divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
As horas trabalhadas na indústria ficaram praticamente estáveis em abril, com alta de apenas 0,3% frente a março, excluídos os efeitos sazonais. No entanto, o indicador está 8,6% menor que o medido em abril de 2015. O faturamento do setor retraiu 0,6% em abril ante março, de acordo com dados dessazonalizados.
Apesar do fraco desempenho do setor, a massa salarial e o rendimento médio dos trabalhadores cresceram no período. A massa salarial, que aumentou 0,4% em abril ante março na série livre de influências sazonais, teve a primeira alta após nove meses consecutivos de queda. Já o rendimento médio aumentou 1,1% na mesma comparação. Na comparação com abril do ano passado, os indicadores estão ainda mais negativos. O emprego está 8,7% menor, o faturamento está 9,9% inferior e a utilização da capacidade instalada ficou 2,8 pontos abaixo de abril de 2015.

Frio pode ajudar vendas do Dia dos Namorados

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), com base em seus últimos indicadores de varejo, prevê uma forte queda nas vendas de Dia dos Namorados na comparação com o ano passado. Mas destaca que o segmento de vestuário pode ter um bom desempenho caso as temperaturas fiquem baixas, impulsionando as vendas de itens da moda outono-inverno.
De acordo com Alencar Burti, presidente da ACSP, o recuo deve ocorrer, sobretudo, porque os fatores macroeconômicos que derrubam a economia permanecerão adversos. “O Dia dos Namorados é uma data em ascensão, mas muito voltada para os presentes de menor valor, comprados à vista. Bijuterias, sapatos, cosméticos, perfumes, bolsas, adereços e roupas serão os produtos de maior popularidade”, diz.
A queda dos salários combinada com a escassez e encarecimento de crédito contribuem para a preferência pelos itens de menor valor, pagos à vista, em detrimento dos produtos parcelados. Aos lojistas, ele aconselha utilizar bastante o fator preço para atrair a atenção do consumidor e ser criativo no marketing. “O conceito de namorado é muito elástico hoje em dia, indo desde os ficantes até os casados, passando por várias outras formas de relacionamento. Portanto, o atendimento tem que ser cuidadoso também”, finaliza Burti (ACSP).