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Economia 01/06/2016

em Economia
terça-feira, 31 de maio de 2016

Contas públicas têm superávit de R$ 10 bilhões em abril

Chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

Depois de dois meses seguidos de resultados negativos, o setor público consolidado, formado por União, estados e municípios, registrou superávit nas contas públicas, em abril, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados ontem (31)

O superávit primário, receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros, ficou em R$ 10,182 bilhões. Este é o menor resultado primário positivo para o mês desde abril de 2004, quando ficou em R$ 9,567 bilhões.
Apesar do resultado positivo registrado em abril, em 12 meses encerrados em abril, o déficit primário ficou em R$ 139,285 bilhões, o que corresponde a 2,33% do PIB. Nos quatro meses do ano, o setor público apresentou superávit primário de R$ 4,411 bilhões. Em abril, o Governo Central (Previdência, BC e Tesouro) registrou superávit primário de R$ 8,714 bilhões. Os governos estaduais registraram superávit primário de R$ 1,753 bilhão, e os municipais, déficit de R$ 154 milhões. As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras, registraram déficit primário de R$ 131 milhões, no mês passado.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, abril costuma ser um mês “favorável”, com maior recolhimento de tributos como o Imposto de Renda. Apesar disso, em abril de 2015, o superávit primário de todo o setor público foi maior: R$ 13,445 bilhões. Maciel destacou que a queda da atividade econômico tem levado à redução de receitas recolhidas pelo governo. A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 2,356 trilhões, em abril. A dívida bruta (passivos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 4,039 trilhões ou 67,5% do PIB, com aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao mês anterior (ABr).

Menos de 7% dos paulistanos têm intenção de contrair empréstimos

O Índice de Intenção de Financiamento atingiu 14,4 pontos em maio, leve elevação de 0,8% em relação ao mês anterior. Apesar do aumento, o resultado é o segundo menor da série histórica iniciada em junho de 2012. Na comparação com maio de 2015, quando o indicador registrou 20 pontos, o recuo foi de 28,2%, o que sinaliza que, assim como foram baixas as vendas no Dia das Mães, os gastos no Dia dos Namorados também serão menores. Apenas 6,9% dos entrevistados afirmaram ter intenção de contrair empréstimos nos próximos três meses, ante 6,6% em abril e 9,5% em maio de 2015.
Os dados são da Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela FecomercioSP. O Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade do consumidor de pagar dívidas, apresentou queda (-4,9%) na comparação com abril e atingiu 80,1 pontos. Já no comparativo anual houve recuo de 0,8%. Entre os endividados, o índice caiu 5,1% no mês, enquanto, entre os não endividados, registrou diminuição de 4,1%.
De acordo com a FecomercioSP, existe uma retração da intenção de financiamento das famílias, que receiam não poder honrar compromissos no médio e longo prazos. Esse comportamento responsável é o que tem mantido o risco de crédito estável, apesar de elevado, mesmo em um momento de aumento do desemprego. Porém, a FecomercioSP alerta para o risco de inadimplência caso o desemprego suba ainda mais neste ano. Toda estratégia de controle de gastos e corte de despesas tem limites, e as famílias podem estar chegando perto dele.

Otimismo continua baixo nas indústrias de materiais de construção

O termômetro de maio da Abramat – Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, indica que o otimismo das empresas do setor quanto as ações do governo aumentou para 22%. Na mesma pesquisa, realizada em abril, apenas 6% estavam otimistas. Em relação as vendas, 38,9% dos empresários das indústrias de materiais esperam resultados regulares no mês. O percentual é o mesmo para aqueles que aguardam resultados ruins. Os extremos indicam que 16,7% esperam bons resultados no período enquanto 5,5% indicam que maio será um mês muito ruim para as vendas.
Para junho a expectativa de vendas regulares aumenta, sendo a opção de 66,6% dos empresários. Este mês pode ser bom para 16,7% e muito bom para 5,6%, enquanto que para 11,1%, junho será um período ruim para as vendas.